Como todo esporte outdoor, ser mochileiro é muito mais que uma prática de turismo.
Ser mochileiro é sem dúvida um estilo de vida e seguramente quem experimenta tem sua vida mudada por completo.
Dentro deste universo há o site “couch surfing” que tem como objetivo principal oferecer um tipo de turismo e imersão cultural para viajantes do mundo inteiro.
A filosofia do site é filosofia é simples: pessoas interessadas em receber visitas de viajantes com orçamento apertado mas um desejo de conhecer a cultura e opiniões de habitantes comuns disponibilizam um sofá, cama ou espaço.
A rede social “couch surfing” assim tornou-e fenômeno mundial.
Inspirada pelas potencialidades e possibilidades das redes sociais a americana Alexandra Liss se inspirou para realizar um documentário que tivesse como foco principal as boas práticas do “couchsurfer” e transmitir todo bem estar e mudanças espirituais pelas quais pode passar uma pessoa que opte por viajar utilizando esta filosofia.
Para bancar o seu projeto Liss utilizou o “crowdfunding” Kickstarter.
O filme portanto documenta viagem que Alexandra fez ao redor do mundo em lugares como França , Vietnam, Camboja, África do Sul, Brasil e USA somente com personagens de couchsurfing.
Impressionante ainda foi o valor que gastou para realizar o filme: US$ 7,000.
Durante o filme documentava em câmera POV e pontuava dicas e boas práticas para uma experiência bem sucedida e mínimo de gafes.
Soltava ainda suas impressões sobre o país e a personalidade de seus abrigadores.
Os visitados eram escolhidos de acordo com suas conversa através da rede social.
O filme vai se desenrolando então relatando várias pequenas histórias e personagens.
Sempre repetindo o mesmo formato de “chegar-mostrar quarto-despedir” a produção transmite a forte sensação ser repetitivo.
Por serem pequenas histórias costuradas uma às outras a passa ainda a impressão de ser vários capítulos de uma série sendo transmitidos em sequência.
Pelo estilo despojado adotado seria talvez mais interessante tivesse apostado no formato de websérie,pois relata o mesmo formato de histórias semelhantes.
Porém como filme de pouco mais de 1:30min derrapa na ausência de aprofundamento de narrações de cada viagem.
O filme assim entretém, porém não prende a atenção do espectador.
Com alguns escorregões técnicos de enquadramento ,som e edição o filme é candidato a ser cult para todo e qualquer mochileiro.
“One couch at a time” mostra que existe sim uma legião de viajantes mais “roots”, e algumas histórias fariam os “turistas de mala de rodinhas” ter calafrios.
Por várias locais visitados evidencia que não é um estilo de viagem para “coxinhas”.
Tivesse Alexandra Liss realizado uma construção de roteiro mais cuidadosa e se preocupado em mais paisagens típicas de cada lugar garantiria uma obra mais consistente e menos repetitiva.
A produção , repito, tem grande potencialidade a ser uma websérie , o que seguramente teria uma audiência fiel além de poder assim explorar melhor a força e potencialidade do que se pode fazer usando as redes sociais.
Nota do Blog de Escalada:
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.