Etapa da Copa do Mundo de Escalada confirma evolução impressionante de atletas dos EUA

A terceira etapa da Copa do Mundo de Escalada, realizada no último final de semana, confirma evolução impressionante de atletas dos EUA. Outrora meros coadjuvantes no circuito de competições de escalada internacionais, hoje os atletas norte-americanos são os protagonistas de qualquer competição.

Quem acompanha as competições de escalada sabe que há pouco mais de 6 anos, não havia sequer atletas disputando pódio. As participações norte-americanas eram marcadas por raras e pontuais classificação para finais.

Uma imagem pode comprovar o exuberante trabalho dos responsáveis da seleção norte-americana: A final feminina que abriu a última parte do evento norte-americano, possuía três escaladoras dos EUA disputando um lugar no pódio. No Masculino, o jovem Sean Bailey quase chegou o pódio.

Diferentemente do que ocorreu em outras competições, não houve reclamações dos atletas em relação à altitude de Salt Lake City. Há alguns anos muitos atletas reclamaram (muitos por meio da redes sociais) creditaram seu resultados à “altitude e ar rarefeito” da cidade norte-americana, que fica a 1,288 metros acima do nível do mar.

A próxima etapa será realizada em Praga, entre os dias 2 e 4 de junho, na qual a super campeã Janja Garnbret anunciou que vai reaparecer, já recuperada da fratura no tornozelo esquerdo.

Sul-americanos e brasileiros mostram evolução

Etapa da Copa do Mundo de Escalada

Foto: Slobodan Miskovic/IFSC.

Pelo que foi exibido nas provas da terceira etapa da Copa do Mundo de Escalada, ficou nítido que algumas seleções apostaram no investimento de route setters variados e com experiência no que é mais moderno em treinamento de atletas. Isso porque na escalada hoje, o treinamento de leitura de vias de escalada e linhas de boulder são muito mais importante do que somente o treinamento físico.

O foco de treinamentos com grande gasto de tempo em força física, que era uma abordagem amplamente realizada nos anos 1990 e primeira década do século XX, hoje deu lugar ao foco de trabalho de preparação de atletas na aquisição de repertório de movimentos, adaptabilidade de estratégias e, principalmente, na leitura de vias e linhas de boulder.

Pequenas decisões dos diretores de cada seleção latino-americana foi possível identificar quem investiu de fato em variedade de route setters de qualidade e quem ainda aposta em equipes formadas por critério afetivo e não profissional. Um bom exemplo de aposta de diversidade de route setter é a classificação da atleta argentina Valentina Aguado, que ficou muito perto de voltar a uma semifinal de Copa do Mundo de escalada.

Um detalhe na preparação de Valentina Aguado que vem se provando eficiente: várias temporadas em vários centros de treinamento distintos na Europa. A equipe da seleção argentina procurou fugir do lugar comum, como enviar atletas a países com seleções vitoriosas, focando em diversidades de abordagens em elaboração de vias. O resultado dessa abordagem mais científica se mostrou, até o momento, acertada.

Aguado, que ficou a apenas três posições de passar à semifinal, no 23º lugar, foi a melhor sul-americana da etapa de Salt Lake City. A mexicana Arantza Velasco foi a segunda melhor latino-americana em 45º lugar. As brasileiras Mariana Hanggi, que ficou em 50º, e Laura Timo, que ficou em 58º lugar, conseguiram resultados mais interessantes em relação a outras colocações brasileiras e demonstraram que são atletas que merecem mais atenção e investimento da Liga Independente que Organiza os Campeonatos de escalada.

Do lado masculino, a melhor colocação latino-americana foi do brasileiro Felipe Ho (43º lugar), mas ainda um pouco distante de se classificar para uma semifinal. Ho foi seguido de perto de Mateus Bellotto (49º lugar), que também foi o segundo melhor latino-americano.

Aleksandra Miroslaw e Veddriq Leonardo brilham

Etapa da Copa do Mundo de Escalada

Foto: Slobodan Miskovic/IFSC.

Atemporada de competições de velocidade da Copa do Mundo chegou à metade em Salt Lake City. Faltam agora mais três etapas para fechar o circuito, sendo a próxima prova em Villars (Suíça). A classificação geral começa a ser definida, com Aleksandra Miroslaw como favorita entre as mulheres e os asiáticos masculinos ainda lutando pelo domínio.

Após os eventos da Copa do Mundo de Velocidade de 2023 realizados, três vitórias para Aleksandra Miroslaw (100% de aproveitamento). Miroslaw venceu na final com um excelente tempo de 6,43 segundos, ante 6,82 da adversária.

Vedriqq Leonardo e Kiromal Katibin deram um show fazendo tempos abaixo dos 5 segundos. Leonardo, que é o atual recordista mundial de velocidade marcou de 4,95 segundos na final contra Peng Wu para ganhar o ouro.

Natalia Grossman dá show

Etapa da Copa do Mundo de Escalada

Foto: Slobodan Miskovic/IFSC.

Natalia Grossman não havia se destacado nas primeiras duas etapas, realizadas em Hachioji e Seul. Havia uma justificativa: a norte-americana de 21 anos sofreu uma intoxicação alimentar no ano passado e até 2023 não se recuperou totalmente.

Mesmo com dores no pescoço, Grossman mostrou que está de volta à velha forma, tendo sido a único finalista capaz de chegar aos quatro topos na final, sendo três deles ao flash e outro em uma segunda tentativa. Um verdadeiro passeio.

A francesa Oriane Bertone foi a segunda colocada, com dois tops e duas zonas, e Brooke Raboutou, terceira, com dois tops e uma zona.

Tomoa Narasaki um montro na etapa da Copa do Mundo de Escalada

Na final masculina, Tomoa Narasaki impõe sua experiência e conquista o ouro contra cinco rivais que fazem parte da nova geração do boulder no mundo das competições. Narasaki venceu uma final em que, aos 26 anos, era o competidor mais velho.

A seleção nipônica entrou levou às finais mais dois atletas, Sorato Anraku (uma das sensações da temporada) e Daiki Sano. Narasaki e Anraku mantiveram uma emocionante disputa, chegando ao topo em todas as linhas de boulder na final. O título ficou com Tomoa pelo menor número de tentativas revertidas.

Foto: Slobodan Miskovic/IFSC.

Sean Bailey e Toby Roberts tentaram acompanhar os dois japoneses, mas não conseguiram. Assim, por conta de uma zona a mais para Roberts, o britânico ficou com o terceiro lugar do pódio.

É importante ressaltar o desempenhado de seleções como a Bélgica, Israel, EUA e Japão, que com vários atletas classificados para as semifinais têm mostrado o bom trabalho de suas federações ao renovar talentos.

Com objetivos a curto, médio e longo prazo, apostam na base e investem os recursos que possuem em consolidar o esporte. Importante lembrar que a meteórica ascensão dos EUA ao papel de protagonista de competições passa pela decisão do USA Climbing de investir na base e acelerar a aposentadoria de atletas trintões.

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