Mesmo com o trabalho de coletores e grupos que promovem a reciclagem de tecidos, há ainda muito lixo têxtil, não só no Brasil, mas no mundo. Só no Brasil, são produzidas quase 9 bilhões de novas peças por ano (uma média de de 42 novas têxteis anuais por pessoa) e não há uma indústria consolidada de reciclagem de tecidos.
A consultoria McKinsey, firma global de consultoria de gestão conhecida por coletar e analisar dados, preparar propostas e apresentar diagnósticos para clientes, publicou um estudo sobre a situação da reciclagem de tecidos na Europa. O relatório confirma o potencial econômico desta atividade, com interessantes expectativas para 2030.
Assim, de acordo com a análise da consultoria, hoje são gerados mais de 15 quilos de resíduos têxteis por pessoa na Europa, sendo a maior fonte roupas descartadas pelo consumidor e tecidos para o lar, representando quase 85% do total.

Foto: charlesdeluvio on Unsplash
A geração de resíduos têxteis é problemática, uma vez que a incineração e o descarte em aterros sanitários são os principais destinos finais dos tecidos, trazendo consequências negativas para a população e o meio ambiente. Mas uma transformação pode criar uma nova indústria e sustentável que transforma resíduos em dinheiro.
Uma das possibilidades mais sustentáveis disponíveis é a reciclagem de fibra para fibra, ou seja, transformar resíduos têxteis em novas fibras que serão usadas para criar novas roupas ou outros produtos. Algumas tecnologias, como a reciclagem mecânica do algodão puro, já estão estabelecidas.
Outras tecnologias, como a reciclagem química do poliéster, têm sido objeto de intensa pesquisa e desenvolvimento e estão em vias de comercialização. Hoje, menos de 1% dos resíduos têxteis são reciclados fibra a fibra devido a várias barreiras que devem ser superadas. A reciclagem de fibra para fibra pode atingir 18 a 26% do lixo têxtil bruto até 2030.
Além dos benefícios econômicos diretos, o aumento da reciclagem têxtil gera vários benefícios ambientais e sociais. Por exemplo, aproximadamente 15.000 novos empregos poderiam ser criados.

Argentina de nascimento e brasileira de coração, é apaixonada pela Patagônia e Serra da Mantiqueira.
Entusiasta de escalada, trekking e camping.
Tem como formação e profissão designer de produto e desenvolve produtos para esportes de natureza.