De acordo com um estudo publicado na revista médica acadêmica Annals of Internal Medicine, um painel de pesquisadores de sete países sugeriu que os adultos “continuem com o consumo atual de carne vermelha”. A Annals of Internal Medicine é uma das revistas médicas especializadas mais amplamente citadas e influentes do mundo. Com um total de 57.057 citações em 2018, a publicação é a revista de medicina mais citada e uma das mais influentes do mundo.
No estudo, cinco novas revisões sistemáticas sugerem que a maioria das pessoas pode continuar a comer carne vermelha e processada como agora. Os principais estudos descobriram que o corte de carne vermelha na alimentação tem pouco impacto efetivo na saúde. O estudo foi realizado por pesquisadores das universidades canadenses McMaster e Dalhousie
A sugestão, que imediatamente provocou uma forte reação de outros especialistas, acrescentou ainda que os adultos também devem “continuar com o consumo atual de carne processada”. A pesquisa, que foi publicada na revista editada pelo American College of Physicians (organização nacional de internistas, especializada no diagnóstico, tratamento e atendimento de adultos), analisou vários estudos que, como um todo, mostraram que a redução do consumo de carne vermelha a três porções por semana pode reduzir a mortalidade por câncer em sete mortes por 1.000 pessoas.
Os pesquisadores realizaram quatro revisões sistemáticas focadas em ensaios clínicos aleatórios e em estudos observacionais que analisam o impacto da carne vermelha e do consumo de carne processada nos resultados cardiometabólicos e de câncer. Em uma revisão de 12 estudos com 54.000 pessoas, os pesquisadores não encontraram associação estatisticamente significativa ou importante entre o consumo de carne e o risco de doenças cardíacas, diabetes ou câncer.
O professor da Universidade McMaster, Gordon Guyatt, que também é presidente do comitê de diretrizes, afirmou que o grupo de pesquisa possuía um painel de 14 membros de sete países e usou uma rigorosa metodologia de revisão sistemática e os métodos GRADE, os quais classificam a certeza de evidências para cada resultado, passando de evidências para recomendações dietéticas.
“Existe um interesse mundial em nutrição e a questão da carne vermelha em particular. As pessoas precisam ser capazes de tomar decisões sobre sua própria dieta com base nas melhores informações disponíveis”, disse Guyatt.
Assim que foi publicado, o estudo provocou controvérsia e dividiu a comunidade científica, especialmente nos EUA, Inglaterra e Canadá. O estudo foi também divulgado pela revista científica norte-americana Science Daily, que afirmou que vários especialistas analisaram as questões levantadas na pesquisa.
Além disso, a revista científica da Universidade de Harvard, Harvard T.H. Chan School of Public Health’s, publicou um editorial contestando a pesquisa e a metodologia afirmando que “Esta recomendação é contraditória com o grande conjunto de evidências que indicam um maior consumo de carne vermelha está associada a um maior risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, certos tipos de câncer e morte prematura”.
A revista de Harvard no mesmo editorial aproveitou para listar várias outras pesquisas que ligam o consumo de carne vermelha e efeitos negativos à saúde.
Para ler o estudo acesse: https://annals.org

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.