Estudo aponta que há predisposição genética para prática de boulder

Em um estudo científico publicado no início deste ano, concluiu-se que pode haver uma predisposição genética para praticantes de boulder. O estudo foi realizado na University of Lublin na Polônia, em uma colaboração dos departamentos de Reabilitação, Fisioterapia e Balneoterapia junto do de Cancer e Genética. Houve ainda colaboração do Mazowieckie Rehabilitation Center de Varsóvia.

No estudo foi avaliado a distribuição de frequência de genótipos e alelos de alfa-actinina-3 (ACTN3, também conhecido como gene da velocidade) em 100 escaladores esportivos e boulderistas profissionais. Todos eram considerados escaladores de elite.

Cada fibra muscular é composta de longos tubos chamados miofibrilas (também conhecido como uma fibrila muscular) que são compostas por filamentos. Existem dois tipos de filamentos: actina (finamentos finos) e miosina (filamentos grossos) que é arranjada em paralelo.

A contração muscular envolve estes filamentos deslizando uma parte sobre a outra. Os filamentos de actina são estabilizados pela actina que engloba proteínas conhecidas como actininas, as quais são de dois tipos: tipo 2 e tipo 3. Cada um destes tipo são codificadas por uma gene específico: alpha-actinina-2 (ACTN2) e alpha-actinina-3 (ACTN3). O ACTN2 é expressado nas fibras esqueléticas musculares, enquanto ACTN3 é expressada apenas em fibras de contração rápida.

O estudo, após aferir a porcentagem de distribuição do genótipo RR, a frequência do ACTN3-R e a proporção do genótipo ACTN3-RR, concluiu que esta medida eram maiores nos escaladores que praticavam boulder do que em escaladores esportivos.

Foto: Phillippe Gatta | http://www.philippegatta.fr/

Mas que isso quer dizer?

Significa que existe, ao menos em teoria, uma predisposição genética específica para a prática esportiva de boulder. Na pesquisa realizada por pesquisadores poloneses, foi possível traçar um paralelo dentro da medicina esportiva, na mesma medida a respeito da predisposição genética que possui atletas de distâncias curtas, como 50, 100 e 400 metros rasos. Daí vem o “apelido” do ACTN3 ser o gene da velocidade.

De acordo com a pesquisa, fica aberta a possibilidade de que o gene pode determinar uma predisposição genética para prática de boulder em relação a quem pratica escalada esportiva.

Há material de pesquisa que segue a mesma linha de pensamento dos poloneses. O estudo intitulado “ACTN3 e desempenho esportivo: um gene candidato ao sucesso em provas de curta e longa duração” foi realizado por pesquisadores brasileiros. Além dele outros vários estudos também estudam o ACTN3 em atletas e em como descobrir esta predisposição para o esporte.

Bibliografia

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