Esforço de guerra: Quais são as marcas esportivas que entraram no combate ao coronavírus?

Em tempos de incertezas que definem a história da humanidade, alguns procedimentos foram padronizados. Ao longo da história, as guerras foram os eventos que mais marcaram o modo com o qual uma sociedade muda da noite para o dia.

Desde a Revolução Industrial, vivemos muitos conflitos armados que obrigou uma população de um determinado país a fazer sacrifícios. Um destes esforços chama-se “esforço de guerra”, que em linhas gerais é uma mobilização social coordenada de recursos industriais e humanos visando o suporte de uma força militar.

O combate à pandemia do novo coronavírus é algo que nunca vivemos na história da humanidade. Portanto, a mobilização social em torno de suporte aos agentes de saúde é facultativa a cada empresa ou pessoa.

Apesar de notícias chegarem de que pessoas escalam normalmente na Serra do Cipó e na região de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais, o engajamento das marcas esportivas ao redor do mundo reforça que a situação não é para pensarmos de maneira egoísta.

Marcas esportivas engajadas

Aqui na Revista Blog de Escalada constantemente é publicado iniciativas a respeito da consciência social de algumas marcas. Da mesma maneira que acontece na sociedade, existem há quem se motive a se envolver e há quem também se esquive deste tipo de responsabilidade.

No momento, tomar medidas para ajudar nossas comunidades é mais importante do que nunca. Algumas marcas fizeram doações e outras converteram sua linha de produção para criar produtos. Há ainda marcas que consideram a ajuda para a sociedade promover o home office, amplo e irrestrito.

Uma pesquisa recente revelou que a maioria dos brasileiros afirma que o posicionamento de uma marca em determinadas ações pode definir a compra de um produto ou serviço.

Portanto, as marcas que aproveitarem para se engajar no combate à pandemia do coronavírus pode colher dividendos valiosos no futuro, como o carinho pelo público-alvo pela marca.

Doações

Conforme foi publicado recentemente pela Revista Blog de Escalada, a marca norte-americana de calçados KEEN doou 100.000 pares de tênis aos trabalhadores da área de saúde.

No Brasil, a marca francesa Decathlon doou todo seu estoque (3.000 peças) da máscara Easybeath a hospitais e empresas médicas de Campinas, Porto Alegre e Paraná.

A empresa de trailers norte-americana Airstream está emprestando trailers da Nest para cidades que precisam de locais de teste, além da própria marca fazer máscaras para doar a hospitais.

A Jayco RV está doando trailers para funcionar como locais de teste em um hospital local para pacientes com COVID-19.

Máscaras

A Salewa, na Itália, converteu toda a sua fábrica em equipamentos de proteção individual (EPI) para os profissionais de saúde. A mudança custou aproximadamente um milhão de dólares.

A marca de sandálias Chaco está usando sua fábrica de consertos móveis para fabricar máscaras e vestidos para os trabalhadores da linha de frente.

A Outdoor Research está trabalhando para fabricar todos os tipos de máscaras (tecido, cirúrgico e N95) em sua fábrica em Seattle. A marca espera aumentar a produção na fábrica para mais de 200.000 máscaras por dia.

Eddie Bauer também está fabricando as máscaras N95.

La Sportiva, líder mundial na produção de calçados para atividades de montanha, está fabricando máscaras cirúrgicas para os profissionais de saúde na Itália. O objetivo é fabricar 3.000 máscaras cirúrgicas por dia.

A Nike está fazendo protetores faciais para os trabalhadores da linha de frente.

O’Neills Sportswear está fazendo máscaras cirúrgicas e avental para os trabalhadores de saúde da linha de frente.

A empresa de paraquedismo Skydive Yosemite, está totalmente dedicada a fazer máscaras.

Federações esportivas se engajam

No final de semana a AFA (Asociación de Fútbol Argentino) também tomou a iniciativa de conscientizar os argentinos a não saírem de casa.

A Federação falou em “jogo mais difícil da história” e também questionou se população não trocaria suas duas Copas do Mundo para ter que ganhar essa crise. O vídeo finaliza com uma mensagem que reforça que “ninguém vence sozinho”.

Nos EUA a US Climbing, Climbing Business Journal e Access Fund começaram uma iniciativa de coletar doações extras de escaladores para que ajudem a sustentar parte dos gastos das academias locais.

Além disso a Climbing Wall Association (CWA) iniciou uma petição para o governo dos EUA para que academias e centros de fitness fazerem parte do pacote de auxílio de US$ 2 trilhões. Sem fazer parte deste pacote de auxílio governamental, ginásios de escalada poderiam enfrentar um fechamento em massa nos EUA.

No Brasil, apesar de publicação de artigo contundente da Revista Blog de Escalada sobre a situação que pode sufocar a existência do esporte, ainda não há um movimento mais engajado e/ou organizado neste sentido.

Há, entretanto, uma tímida movimentação em redes sociais apenas, com hashtags de apoio, mas nada efetivo de fato.

There is one comment

  1. Antônio Costa

    Passei bastante tempo falando mal da frase “o brasileiro tem de ser estudado” , mas olhando experiências de Ajuda Mútua mundo afora,e depois de postar por 9 dias seguidos chamados para ações solidárias, sem nenhuma repercussão,nem mesmo um ‘Não quero”, me rendo ao fato que brasileiros, classe média e branca, é quem necessita ser estudado, e vacinado contra o vírus de um egoísmo agudo.
    É frustante e patético ver como nos envolvemos num BBB, e em nenhuma ação de apoio.

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