Escaladores Brasileiros estão impedidos de competir no mundial novamente – Motivo alegado é divida da CMBE

A IFSC, que é a entidade máxima organizadora de competições de escalada, informou à CBME, que é responsável por organizar os campeonatos de escalada no Brasil, e aos representantes dos atletas brasileiros que estão impedidos de competir.

O motivo é o débito da CBME junto à organizadora dos campeonatos IFSC de cerca de 2.000 Euros.

A dívida é decorrente ao não pagamento da anuidade de 2011 e 2012.

O problema já ocorreu no passado e foi necessário os próprios atletas recorrerem a doações e realizar rifas para que a situação fosse contornada.

A mesma manobra de rolagem da dívida conseguida no passado está sendo tentada.

Da mesma maneira que o ocorrido, o problema da dívida somente é divulgado próximo às competições e sem o conhecimento público do problema.

Os atletas que irão competir, em sua maioria possuem patrocínio e/ou apoio de várias marcas.

Tanto a federação, quanto a equipe não possuem nem patrocínio nem apoio de nenhuma marca.

O valor em moeda brasileira seria em torno de R$ 5146,80, um valor um pouco salgado para ser coberto por rifas e doações.

A dívida afeta diretamente os atletas interessados em participar dos campeonatos: Felipe Camargo e Raphael Nishimura, entre outros atletas.

Caso a dívida não seja paga, os atletas que estão em preparação e treinamos intensos não poderão competir.

There are 5 comments

  1. Renato Affonso

    Prezado Luciano, boa tarde.

    Sou um ex escalador,provavelmente com o conceito de antiguado/rotulado,que atualmente aprecio o montanhismo; mas em cima do seu post posso lhe afirmar que a solução é simples.

    Assim como a UIAA e a IFSC, a CBME deveria ter uma ruptura da esportiva e do montanhismo tradicional do ponto de vista financeiro e pratico.

    Digo isso, pois como mencionado por voce, uma federação voltada exclusivamente para a esportiva aumentaria consideravelmente o caixa por donativos ou contribuições de pessoas físicas e que não querem se filiar a clube nenhum e essa falta de caixa, em cima do seu ponto de vista, deixaria de existir pois inúmeros escaladores teriam condições, prazer e vontade de contribuir, mas não querem se filiar a um clube ou compartilhar com os ideais de uma instituição.

    Sugiro que os escaladores esportivos se manifestem. Conheço a anos o Ricardo Leizer e sei que a situação da APEE é contraria a situação explanada por voce.

    Já fui presidente do CAP por 02 gestões e posso lhe afirmar que tocar a vida financeira e pratica de um clube e ou de uma Federação somente com amor ao esporte e nas horas extras não é nada fácil e o pior de tudo é receber críticas infundadas de quem na maioria das vezes só olha para o próprio umbigo.

    Ratifico a opinião do Silvério que na teoria a solução da grana é facil, mas na hora de cobrar os interessados em pagar mensalidades (principalmente da esportiva) fogem com o rabo entre as pernas.

    Digo mais. Na maioria só exigem e criticam,mas contribuir ajudando seja financeiramente ou voluntariamente não se sentem confortáveis, alegando desculpas diversas e cobrando os que estão na labuta; ou seja,no fundo é um belo falso moralismo.

    Abs,
    Renato Affonso

    Afirmo

  2. Silverio Nery

    Olá Luciano,

    É mais fácil criar um sistema de contribuições teórico do que fazer um sistema desses funcionar na prática. Refuto seu comentário sobre negligência. Isso não acontece. O que não podemos é obrigar as pessoas a pagar por aquilo que não querem ou não dão o devido valor. A FEMESP passou a aceitar filiados individuais em 2009 e até hoje temos menos de 10 pessoas nessa condição. No Rio de Janeiro, com milhares de montanhistas praticantes e mais de uma dezena de Clubes super ativos, temos 668 sócios pagantes na FEMERJ e clubes do Rio.

    Já expliquei antes, mais de 90% que a CBME arrecada vai para o pagamento da UIAA e do IFSC, podemos comprovar isso facilmente.

    A maioria dos montanhistas, incluindo os atletas, não estão dispostos a pagar anuidades mínimas (entre 50 e 100 reais por ano) para se filiar aos Clubes e Federações. A realidade é que temos no Brasil inteiro apenas 1300 pessoas pagando anuidades, que devem também cobrir as despesas de todos os Clubes e Federações, fora a UIAA e o IFSC. Certamente o número de praticantes é pelo menos dez vezes maior. Se pelo menos 5 a 7 mil pagassem anuidades acredito que seria bem mais fácil para CBME pagar o IFSC e a UIAA.

    Outras possíveis fontes de renda também são muito difíceis e trabalhosas e já foram todas exploradas mais de uma vez. Para preparar e aprovar um projeto na lei de incentivo ao esporte é necessário um trabalho árduo de uma ou duas pessoas em tempo integral durante uns dois meses, no mínimo. Uma vez aprovado, isso apenas qualifica o projeto a buscar patrocinadores, o que nos leva ao outro problema: os patrocinadores em geral. Como a lei de incentivo depende de isenção de impostos, só interessa a empresas grandes, que tem contabilidade toda certinha, o que dificulta e reduz muito nossas possibilidades. Quanto aos patrocinadores do nosso mercado, creio que todos sabem como funciona: inúmeras conversas, reuniões, apresentação de projetos e outras atividades que consomem um tempo enorme para, ao final, conseguirmos cotas de um ou dois mil reais em equipamentos para permuta num evento específico.

    Infelizmente essa é a dura realidade que enfrentamos nos últimos 10 anos. Não vejo problema se outras pessoas também tentarem e espero sinceramente que obtenham melhores resultados!

    1. Luciano Fernandes

      Silverio

      Reitero que o “problema” o qual você se refere é : As pessoas não se identificam mais com clubinhos.

      As pessoas pagariam mais abertamente se pudessem contribuir e ver que ela poderia ter voz ativa.

      Hoje por exemplo eu não contribuo mais. Proque há uma burocracia desumana para se filiar individualmente, e o clube o qual contribuia não tinha mais identidade com ele. Alias o clube o qual contribuia mostrou ser tão inceficiente em termos de agregar pesoas que está deixando de existir tamanha a falta de capacidade do presidente dele.

      Como há o burocracia inútil de pessoas se associarem facilmente à federações e CMBE, e apoiarem em “clubes de amigos” já lhe adianto que o problema vai agravar. Quem pratica o esporte não é ignorante, e sabe antes de tudo somar 2 + 2 e tem caráter para não se associar a algo que obriga a engolir burocracia.

      Bato na tecla e voce pode não acreditar , mas se a CBME fosse mais aberta, menos democrática, menos elitista talvez as pessoas entenderiam a importância de contribuir. Deveria facilitar toda e qualquer pessoa a se filiar direto à associação sem ter carta de recomendação como universidades para mestrado. As pessoas de entidades representativas de montanhistas tem de colocar os pés no chão e serem mais humildes.

      Falo de conehcimento de causa de quem convive com notícias, locais de escalada, escaladores, academias de escalada e reportagens que faço desde 2010 : As Pessoas querem contribuir com o esporte que as obrigam a fazer parte de algo que não se identificam mais. Elas fogem de contribuir porque estão sendo obrigadas a fazer algo que a 20 anos atrás era algo necessário, e hoje não é mais. Pois de lá para cá inventou-se internet, telefone celular, cartão de débito e muito mais.

      Quem pratica e se recusa a colaborar como eu porque : o esporte, assim como o mundo e os interesses das pessoas mudaram desde a criação das ditas federações a 20 anos atrás. Seja no BRasil seja onde for.

      O “problema” de 10 anos para cá, e isso falo por OUVIR muitas pessoas decalarem em bares, encontro de escaladores e mensagens que tenho de filtrar no site é o continuísmo de regras, pessoas e eventos a 20 anos. Como ja escrevi a pessoa com 20 anos hoje não se identifica com as coisas que as pessoas de 20 anos atrás acreditavam. Hoje tem gente que acredita que divulgar é dar FW em lista de discussão como quando a internet se reduzia a e-mail. O irônico é que a partir disso a mesma pessoa lava as mãos e reclama que não houve divulgaçao e que ninguém apóia.

  3. Silverio Nery

    Olá Luciano,

    Um esclarecimento adicional ao seu texto: ninguém da CBME sabia desse novo bloqueio até segunda feira, quando a Rosita tentou inscrever o Rafael Nishimura no paraclimbing. O IFSC não nos avisou que isso poderia ocorrer novamente.
    Outra coisa, o que estamos devendo agora são as anuidades de 2011 e de 2012 (que o IFSC cobra logo em fevereiro). de 2 mil euros cada. No final de 2011 completamos os pagamento dos atrasados (de 2008), parte com doações e parte com as anuidades das Federações. Depois disso ficamos sem verba para cobrir essas anuidades mais recentes.

    Estamos trabalhando para conseguir pagar rapidamente pelo menos a anuidade de 2011 e eliminar o bloqueio. Acredito que não haverá nenhum prejuízo aos atletas que pretendem competir fora do Brasil neste ano.

    Contamos com a compreensão e apoio dos escaladores e da comunidade para esse problema que é exclusivamente financeiro.

    Silverio

    1. Luciano Fernandes

      Silverio

      Respeito o seu comentário. Mas há algumas inconsistências nos seus próprios argumentos.

      Se a anuidade de 2011 ainda não foi paga, era evidente que em algum momento este velor seria cobrado. Não saber que a anuidade de 2011 certamente teria uma cobrança por parte da entidade seria muita inocência da parte de quem não pagou. Estamos no meio de 2012, ou seja após mais de um ano de inadimplencia.

      Acredito que no SEU negócio quando um cliente não paga a mensalidade, ou anuidade, o serviço dele é cortado. Simples assim. Não se trata de amizade, e sim de negócio. Voce deve saber que no mundo dos negócios não existem anjos.

      Sim, acredito que 2000 euros é caro. Mas é um preço para uma entidade, e não apenas para um atleta somente. Se está caro para a federação pagar este preço, porque não se divulga o quanto se arrecada a CBME?

      Volto a bater na tecla que você não gosta de escutar : com associados AVULSOS que são aceitos sem a burocracia que é exigida, haveria mais arrecadação. Academias deveriam também contribuir com a Federação, assim como SOMENTE atletas que pagam a federação participar de campeonatos e etc.

      O bloqueio aconteceu por conta de uma dívida de mais de um ano, e se a arrecadação está sendo o impecílio, porque não reformular a maneira de arrecadar.

      Longe de ensinar você a fazer contas mas aqui vai uma amostra de alguém que não se impressiona com números sem os analiza-los :

      2000 euros / 12 meses = 166,66 euros por mês a serem economizados.

      Hoje são 3 atletas com capacidade de ir? = 166,66 / 3 = 55,55 euros /mês

      Quantos participam de campeonatos? 15 atletas no total? = 166,66 euros / 15 = 28,44 euros / Mês por atleta.

      Em resumo : 28,44 * 2,56 reais = R$ 72,84 por mês de 15 pessoas por um ano.

      Fazendo as contas há algo que não está sendo repassado aos atletas que deveriam porque algo nã está sendo planejado.

      Para fazer a prova :
      15 pessoas * 30 REAIS por mês * 12 meses = 5400 rais = 2109,38 euros.

      para finalizar : Há uma certa negligência por conta de quem deveria representar os atletas que gostam de competir e saber que os melhores terem o direito de ir ao mundial.

      Minha opinião (tanto que estou colocando em comentário e não em post) : Quando terminarem com a burocracia de aceitar pessoas e não clubes esta conta fecha facil. E quando houver alguem que saiba fazer estas contas e falar isso aos atletas o problema não ocorre. Caso contrário, ano que vem estaremos lendo a mesma coisa e escutando os mesmos motivos.

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