Escalada no Matterhorn pode ser proibida por causa de aquecimento global

Localizado na fronteira da Suíça com a Itália, o Matterhorn (4.478 m) é talvez uma das montanhas mais conhecidas dos Alpes. Foi a última grande montanha dos Alpes a ser escalada, talvez devido ao medo que provocava em muitos escaladores.

Frequentemente é visitada por escaladores que querem escalar esta montanha icônica. Este acesso de montanhistas pode ser suspenso. Alguns guias de montanha experientes acreditam que os escaladores devam ser banidos da montanha por razões de segurança. A opinião dos guias de montanhas foi publicada pela imprensa local, mais precisamente pelo jornal SonntagsZeitung. A partir da publicação uma grande polêmica tomou conta da comunidade alpina.

O motivo da polêmica ocorre depois que um guia e duas outras pessoas morreram em julho, depois de uma queda de rochas. O alto risco de novos deslizamentos de terra no local do acidente dificultou o resgate das vítimas. Também no início de junho, um britânico morreu na montanha pela mesma causa. Somando todas as mortes, já são seis somente em 2019. Agora, alguns montanhistas querem a montanha fechada para os escaladores, como foi o caso após um enorme deslizamento de rochas durante o verão extremamente quente de 2003.

Não há certeza sobre as causas dos deslizamentos, mas Hans-Rudolf Keusen, geólogo e especialista em riscos naturais do Cube Alpino Suíço (Swiss Alpine Club), considera que o aumento das temperaturas é “muito provavelmente” um fator. Keusen acredita que as condições se tornam muito mais perigosas no verão, especialmente acima de 2.500 metros de altitude. Mas o geólogo frisa que é contra a proibição de escalar o Matterhorn. Hans-Rudolf, assim como grande parte da comunidade de montanha no mundo, prefere apelar para a responsabilidade pessoal dos escaladores.

Raphaël Mayoraz, chefe do departamento de Riscos Naturais do Cantão de Valais (região onde se encontra o Matterhorn) , também considera “risível” proibir a subida às montanhas, já que o alpinismo é uma “atividade privada”. “As comunidades devem se contentar em informar os montanhistas sobre os riscos como uma medida preventiva”, completou Mayoraz ao Sonntags Zeitung.

Entretanto, o próprio Keusen admitiu que esse risco é difícil de medir e observou que o aumento da instabilidade em altas altitudes era um problema em toda a região dos Alpes, afetando estações de teleféricos, trilhas para caminhadas e vias de escalada.

O presidente da comuna de Zermatt, Romy Biner, disse que o fechamento da montanha não está sendo considerado e afirmou que “Não podemos nos responsabilizar por tudo”.

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