Escalada e Estatística

Sou uma pessoa que trabalha na área de Exatas. sempre estudei dentro desta área desde o colegial (em escola técnica profissionalizante) até o pós graduação (passando pelas faculdades que fiz).

Aprendi que há medidas para tudo, talvez por isso me irrito com a “imprecisão” de algumas pessoas com o grau de escalada, na minha cabeça 6º é 6º em qualquer lugar.

Número é numero. Se a pessoa não concorda, que passe por pequenos parâmetros de reajustes de números em seu salário, do tipo, “aqui a gente paga 6, mas é o 6 da empresa, ou seja é um 4”.

Na escalada , felizmente, ou infelizmente há muito desta interpretação. Para alguém que sabe a importância das contas fecharem, soa como uma heresia.

No nordeste houve uma iniciativa de um levantamento estatístico para o perfil do escalador. Uma iniciativa muito válida. No ano passado o escalador e autor de livros Davi Marski também fez uma pesquisa, para levantar em números brutos a comunidade escaladora. A aceitação foi grande, apesar de algum ou outro escalador torcer no nariz e tentar boicotar. Para estas pessoas resta dizer que se você não traz uma solução, é porque faz parte do problema.

Voltando à iniciativa do escalador nordestino, ele foi além. Ele fez cruzamento de dados, que pelas respostas do seu espaço amostral (termo nerd para quatidade de pessoas entrevistadas) pode fazer um traçamento do perfil que “prova” em termos matemáticos algumas lendas da escalada.

Para ver o trabalho inteiro do autor veja aqui: http://ez.no/it/software/certified_extensions/vzt_sales_statistics

Ou baixe o PDF em: http://www.recifeboulder.com.br/pub/correlacoes.pdf

Leia Abaixo algumas das conclusões que foram obtidas a partir de cruzamentos de dados, análise de ponto de função entre outras.

Quanto mais se pratica Big Wall menos se motiva a passar o tempo com os colegas; ou os que privilegiam esta motivação não costumam praticar big wall.

Existe uma tendência a que os escaladores que se motivam à escalada para realizar uma atividade física pratiquem mais a mod. Indoor, e menos a mod. Tradicional.

Quanto mais se é motivado a escalar pelo contato com a natureza menos se pratica a mod. Indoor.

A motivação “competição” está lidaga às modalidades: Indoor e Boulder, e menos significativamente à mod. Solo. Por outro lado, quem se motiva a competir tende a praticar menos a mod. Tradicional.

O escalador mais motivado pelo “reconhecimento social, sentir-se valorizado” tende a praticar menos a mod. Tradicional, e vice-versa.

Quem se motiva a escalar para fugir dos problemas da vida tem uma preferência/tendência a praticar mais a mod. Boulder.

A motivação “conhecer novas pessoas” está mais relacionada com a modalidade Indoor, e menos com as modalidades: Tradicional e Solo

Superar os próprios limites é uma motivação mais ligada às modalidades competitivas (Indoor, Esportiva e Boulder) e menos à modalidade Tradicional

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