Escalada de velocidade: Tudo o que você quis saber mas ninguém te contou

No início do mês de agosto de 2016, durante uma reunião executiva do Comitê Olímpico Internacional, escalada esportiva foi anunciada como modalidade de exibição nas olimpíadas de Tóquio 2020.

O anúncio oficial da escalada como esporte olímpico foi feito pelo presidente do CEO Toshiro Muto, posteriormente, que também incluiu softball-baseball, skate, karatê e surf. A escalada será disputada na forma de boulder, dificuldade e velocidade.

O formato, premiando os melhores colocados em três modalidades, tornou-se polêmico imediatamente. Muito desta polêmica é por causa da implementação da modalidade velocidade que, para os críticos, é uma afronta ao formato do esporte.

Os motivos que levaram aos delegados do IFSC, que propôs a inclusão de escalada de velocidade, são nebulosas e, sob certo ponto de vista, até questionáveis quanto à idoneidade.

Algumas regras estabelecidas para a formação das competições de escalada foram estabelecidas pelo IFSC e seguram regras impostas pela instituição. Muitos dos parâmetros criados levantam vários questionamentos a respeito da modalidade.

Muitos a comparam com práticas antigas da FIFA, a qual também é constantemente envolta a denúncias de corrupção em negócios nebulosos de escolha de sedes de copa do mundo e distribuidores de materiais esportivos.

Escalada de velocidade

A escalada de velocidade consiste de uma regra bastante simples: os escaladores devem escalar uma mesma via, de graduação relativamente baixa, e os mais rápidos são premiados como vencedores. Cada competidor possui apenas uma tentativa.

O sistema de segurança não é padronizado, mas deve ser mecânico e executado por uma empresa especializada. Até o momento o único provedor deste sistema é a Perfect Descent. Como atua sozinha no mercado, ainda não possui concorrentes que disputem o “selo IFSC”.

O formato da competição de escalada de velocidade é determinado por três fatores, os quais são alvo de discussões entre técnicos e escaladores: parede de escalada, agarras e aferição do tempo.

  • Parede de escalada

De acordo com as regras estabelecidas pelo IFSC as paredes de escalada a parede deve ser levemente inclinada, não sendo totalmente vertical. Entretanto para que as competições sejam homologadas, somente algumas empresas são credenciadas a construí-las. No total são 10 empresas, distribuídas ao redor do mundo, que possuem o “selo de padrão IFSC” (nos moldes semelhantes ao conhecido “padrão FIFA”).

As empresas agraciadas com o reconhecimento do IFSC, construíram paredes oficiais nos seguintes: Canadá, China, Reino Unido, Itália, Coreia, Peru, Polônia, EUA, Equador, Argentina, Japão e Índia. Estas são as únicas paredes para escalada em velocidade do mundo que estão credenciadas a serem utilizadas para aferição de quebras de recordes de velocidade.

Somente quatro empresas em todo o mundo estão reconhecidas como oficiais pelo IFSC, que desde 2014 se recusa a reconhecer como oficial caso não seja dos construtores oficiais. Todas as regras de uma competição oficial IFSC pode ser conferido em seus documentos oficiais.

As empresas reconhecidas pelo IFSC, as quais seguem o padrão IFSC de muros de competições, são: Climb Korea Ltd, Entre-Prises, Discovery e Sint Roc.

Na América do Sul não há nenhuma empresa certificada pelo IFSC para a construção de paredes ou mesmo de um muro para treinamentos de escalada de velocidade. Os muros de competições de velocidade possuem 15 metros de altura.

  • Agarras de velocidade

As agarras utilizadas em um muro de velocidade são diferenciadas das que são usadas em competições de boulder e vias guiadas. O formato da agarra é único e, de acordo com os parâmetros divulgados na página oficial do IFSC, é fabricada e comercializada por uma única empresa.

Há, entretanto, nos bastidores uma movimentação de alguns fabricantes que desenham criar um processo legal para que impeça este tipo de determinação que beneficia somente uma empresa.

A empresa beneficiada pelas regras é a francesa Planet-Roc, que criou o padrão de agarras de mãos (que custam €43,00 a unidade) e pés (3,30 a unidade) para as competições de escalada. Cada agarra fabricada pela empresa possui um número e série que deve ser informado ao IFSC para que a competição seja homologada.

As agarras, tanto de pés como de mãos, devem preencher o espaço dos 15 metros de altura em um número total de 20 agarras de mão e 11 agarras de pés (totalizando € 850,00 por via). Por competição são montadas duas vias, para os atletas competirem em baterias.

  • Aferição de tempo

O sistema de aferição de tempo das competições de escalada também possui uma rígida regulamentação, apesar de não possuir regulamentação homologada pelo IFSC.

Assim como acontece com as agarras de escalada, que possuem somente um fornecedor para todos os campeonatos, haverá somente um fornecedor de aferição do tempo.

A grosso modo será um botão que os atletas irão apertar ao final da via. O fornecedor deste botão é que estão disputando o carimbo de “padrão IFSC”. Este tipo de escolha, como já foi observado em toda a história do esporte contemporâneo, abre portas para muitas acusações de corrupção e favorecimento ilícito.

Na disputa estão empresas da Ásia (2), Europa (3) e EUA (3).

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