Quanto mais se navega pela internet, mais se vê mensagens de protesto de algumas pressoas que presenciam vandalismo, descaso e desrespeito à natureza e locais de escalada.
O mais assustador é que são dos próprios escaladores mesmo os atos de completo desrespeito com o próprio esporte. Alguns parecem achar que o mundo pode ser usado como seu bem entender.
Pessoalmente me sinto muito frustrado em ver cada dia um incidente novo sendo discutido e debatido em blogs, sites de escalada e listas de discussão.
Vejo abertamente os sujões continuar sujando, e quem denuncia ganhar fama ruim.
Que a pessoa não tenha tido um mínimo de educação, seja por descaso dos pais, ou mesmo por revolta adolescente a toda e qualquer regra que exista. Eu entendo perfeitamente que há regras cretinas, e coisas abusivas que viraram regras. 
Porém vivemos em sociedade, e como parte da sociedade temos de que tudo o que um escalador fizer, minimamente, irá refletir na sociedade escaladora. Positivamente ou negativamente.
Toda vez que houver aquele grande deslocamento de massa de pessoas para um local de escalada (de qualquer gênero), vai haver uma grande atenção com estes das pessoas à volta(especialmente dos proprietários). Exatamente por isso é inevitavel, pois vivemos em um mundo com 6 bilhões de pessoas, e que raramente estaremos em um local em que “ninguém vai ver”.
Quando todos os locais de escalada interessantes fechar , o que faremos? Seguiremos indo nos lugares, ainda abertos, e ir fechando um a um também? A resposta a isso eu acredito que seja sim.
Por medo de se fazer taxado “corta vibe”, ninguém repreende um amigo, ou até mesmo desconhecido que faz algo condenável. Por vontade de continuar popular entre a roda de amigos, ou manter aquela “faminha” de gente boa, fazemos vistas grossas a coisas inadimissíveis. Pode ser que não aconteça algo, mas pode ser também que seja a gota D’água naquela situação.
Exemplos não faltam como o Guaraiúva-SP e Valle Encantado na Argentina (este poluído por um puzilânime escroto e mesquinho que tem preza por sempre realizar o ritual da sujeira), até mesmo no cinema do Festival de Filmes de Montanha tivemos um outro imbecil inconsequente que ascendeu seu cigarro.
Minha visão neste caso é bem pessimista, pois há muitas pessoas que preferem se omitir no momento do ato de um sujeito sujar um local (e correr o risco de fechar o local) do que cuidar do local que frequenta.
Quando um local fecha não há culpados nunca, se reparem todos levantam a mão dizendo “não fui eu”, e raramente “foi fulano, eu vi!”. É o velho costume de “fazer porque todo mundo faz”.
Até quando? Quando fecharem um local de escalada até não faltar nenhum? Quando perdermos locais já tradicionais como “Pedra da Divisa-SP”, “Falésia Paraíso-SP” e outros lugares de boulder e escalada?
Se você acha que prefere deixar aquele seu amigo, ou uma pessoa ao seu lado, sujar e etc um local, mas tudo bem porque ele é “gente boa” sugiro vc aproveitar bem, pois quando o local fechar a culpa não vai ser de ninguém nunca. Vai ser uma doce lembrança que niguém mais pode usufruir.
Depois de fechar, o que sobre é so lamentação pois depois de 5000 abusos, foi um burro e fez o 5001º que foi a gota D’água.
E depois de 5001º a culpa foi de quem mesmo? E os 5000 anteriores?
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.