Equipe de especialistas irá participar da busca a montanhistas desaparecidos no Fitz Roy

Como noticiado em primeira mão para o Brasil, os montanhistas Leandro Ianotta e Fabrício Amaral são os brasileiros desaparecidos no Fitz Roy. A confirmação foi feita pela coordenadora de operações de resgate da Comisión de Auxilio de El Chaltén, Carolina Codó com com exclusividade para a Revista Blog de Escalada.

De acordo com o áudio cedido por Codó, uma equipe de 15 montanhistas iria sair ontem às 22:00 local (23:00 horário de Brasília), para buscas nos possíveis lugares que Leandro Ianotta e Fabrício Amaral possam estar. Escute o áudio abaixo da confirmação da Dra. Carolina Codó.

Membros da comissão de socorro de El Chaltén junto de escaladores estrangeiros que estão na região, partiram para tentar localizar Ianotta e Amaral. Codó afirmou também que nesta busca, o escalador tcheco não será resgatado. O grupo é formado por 15 montanhistas experientes, sendo a maioria integrante da Comisión de Auxilio de El Chaltén. Desde o início do final de semana, quando tempestades chegaram à região, este é o segundo grupo de buscas organizado. A primeira comissão foi até o acampamento base, sem encontrar a dupla brasileira.

Os montanhistas brasileiros Leandro Ianotta e Fabrício Amaral realizaram a entrada na sede da autarquia Parques Nacionales, afirmando que pretendiam retornar domingo. Esta inscrição é praxe entre os montanhistas para auxiliar em eventuais resgates e buscas. A última vez que foram vistos, foi em torno do meio-dia, antes das condições climáticas ficarem ruins. De acordo com autoridades locais, estas condições climáticas ruins já tinham sido previstas e anunciadas.

Carolina Codó afirmou à Revista Blog de Escalada que as chances dos brasileiros serem encontrados são cada vez mais escassas. O motivo alegado pelo pessimismo é de que teriam ficado quatro noites com tempo muito ruim na montanha e sem equipamentos suficientes para enfrentar o frio.

A via franco-argentina no Fitz Roy

Os montanhistas brasileiros Leandro Ianotta e Fabrício Amaral pretendiam escalar a via “franco-argentina” no Fitz Roy. A dupla, conforme o próprio Ianotta descreveu em sua rede social, já tinha tentado escalar nos dias anteriores. Por causa do vento e muita neve, encontraram dificuldade de identificar o início da via.

A “franco-argentina” é uma variante da “francesa” com a “argentina”, duas vias de escaladas distintas. A “argentina” é considerada a via normal do Fitz Roy (geralmente a mais lógica). A escalada começa na via “argentina” e se ramifica para a “francesa” depois da terceira enfiada, seguindo em um diedro e, posteriormente, reintegrando-se novamente para a “argentina” depois de cinco enfiadas.

Ao todo, a via possui 650 metros de extensão e possui graduação sugerida de 6c francês (7a brasileiro). A via, de acordo com os guias da região elaborados por Rolando Garibotti, a via é escalada geralmente em um dia. Ainda de acordo com o guia, bivaques (acampamento apenas com saco de dormir) não planejados são comuns, pois existem vários platôs durante toda a extensão da via.

A esperança de familiares e amigos, é que a dupla tenha ficado em um destes bivaques esperando o tempo melhorar. Desde o acampamento Rio Blanco até o cume, são aproximadamente 6 km de distância. Os resgatistas irão procurar os montanhistas na “Brecha de los Italianos”, uma canaleta ampla de gelo e neve, com 300 metros de desnível e 6 enfiadas de corda.

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