O que faz uma pessoa tornar-se lenda?
Não existe uma receita pronta para isso, apenas é sabido que deve-se destacar dentro todos, realizando feitos impressionantes, e mudar a história do que esteja fazendo.
Sem dúvida nenhuma, assim é o espanhol, natural dos País Basco, Patxi Usobiaga.
Patxi foi durante muito tempo exemplo de determinação, disciplina, técnica e precisão na escalada esportiva mundial.
Todo atleta que procura superar seus limites com treinamentos e inovações, além de lições de disciplina, tem Patxi como ídolo incontestável.
Chega a ser desnecessário dizer que a Revista Blog de Escalada está mais que honrada de poder apresentar uma entrevista exclusiva e inédita de Patxi Usobiaga para o Brasil.
Patxi, você já conquistou muitos titulos na escalada, hoje trabalha como treinador. Como é a nova vida?
É muito gratificante.
Por um lado como treinador de escaladores de todos os níveis baixo o Patxitraining.
Gosto de compartilhar e melhorar os sistemas e que os escaladores percevão a mudança e consigam mandar vias.
Por outro lado, continuo escalando muito forte.
E claro, sempre tento deixar um tempo para surfar um pouco.
Depois de muitos anos escalando, como consegue ter motivação ainda para seus projetos pessoais na escalada em rocha?
Claro! e ainda não estou trenando ao máximo.
É verdade que teve de para por quase dois anos e acho que isso pode ter renovado a minha motivação.
Hoje em dia o que mais me motiva é escalar em rocha procurando sempre novos projetos.
Você veio para o Brasil recentemente, o que achou da escalada de aqui?
É muito boa!
Fiquei pouco tempo, e ainda por cima fiquei doente vários dias, então não consegui aproveitar o tanto que eu queria.
Rio de Janeiro foi muito bom, mas a rocha e as vias da Serra do Cipó me alucinaram.
Tem um grande potencial lá e as pessoas são muito boas.
Sei que tenho que voltar.
Em outra viagem, você também visitou lugares como Valle Encantado e Frey. Como é escalar na Argentina?
É igual a Brasil, Espanha ou qualquer parte do mundo: a escalada é incrível e com um monte de possibilidades.
E como gosto de conhecer novos lugares, pessoas e culturas, vale a pena.
As competições no Brasil não tem um nível de competitividade que há na Espanha. Qual é o conselho que teria para que possamos mudar esta realidade em médio prazo.
O primeiro é que tem de competir, motivar as novas gerações, e ver mais além das fronteiras.
Digo, se somente observa o que te rodeia e compara com o que há fora, você mesmo te colocará um limite, e não tentará.
Mas si olha o que há fora, analisa e vê que é possível, fará o possível para fazer uma mudança, lutar e chegar onde nunca imaginou.
Para o público jovem que tem vontade de treinar para competições de escalda, qual seria o conselhos para eles?
Motivar-se, aproveitar cada sessão mas seguir sendo escaladores.
A rocha é nosso pilar, já que se o objetivo esperado não chega, ou se ficar nas tentativas, a rocha nos esperará com seus infinitos projetos para alimentar nossa motivação.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.