Não faz muito tempo o universo outdoor brasileiro está convivendo com grandes promessas dos esportes de montanha.
Antes considerado o país do surf, hoje não é incomum encontrar praticantes com pouca idade se destacar e figurar entre os melhores do mundo.
Não são poucas as crianças que prometem levar o nível do esporte a outro patamar de dificuldade.
Não seria nenhum exagero afirmar que o paulista Felipe Ho Foganholo é das grandes promessas da escalada brasileira.
Conhecido pelo apelido de “Felipinho”, frequenta desde cedo os locais de escalada mais badalados nunca se intimidando com o que de dispõe a enfrentar.
Saber o que esta nova geração pensa é o grande segredo para sabermos o que podemos, e devemos, deixar para grandes promessas do esporte.
Por isso mesmo que a Revista Blog de Escalada procurou Felipe Ho para uma entrevista para que a nova geração possa dizer o que espera de nós adultos.
Felipe, o Brasil hoje vive um impasse em torno das competições. Você como atleta qual é a sua visão a respeito disso?
Sempre tive vontade de participar de competições, porém quase nunca ocorriam. Com a nova associação ABEE, posso acreditar em um futuro mais concreto para a escalada de competições.
É claro que o Brasil esta estruturalmente falando, distante de outros países, porém esta caminhando para este!
Você tem se destacado na escalada esportiva. Quais são as principais inspirações que possui?
O que mais me inspira, é a galera!
Todos que sempre estão lá pra me dar segurança e confiança.
Não vou nem citar nomes pois não caberiam na entrevista rsrsrs.
Atitudes de pessoas que descobrem setores, betas/dicas e fazem a diferença para que a escalada continue trilhando o caminho para o progresso.
Você ainda é jovem para fazer uma viagem internacional. Mas você planeja ir para onde quando tiver idade adequada?
Eu planejo na realidade ano que vem realizar uma viagem sim para fora do país.
Meus pais me apoiam, mas ainda nada muito concreto!
Tenho muita vontade de conhecer a Espanha ou a Africa!
Qual é a sua rotina de treinamentos?
Não tenho um treino tão especifico.
Frequento o ginásio 90 graus escalada esportiva, pelo menos 3 vezes por semana (segunda, quarta, e sexta-feira), e quando consigo, escalo na rocha no final de semana.
E quando me encontro com um projeto, como uma temporada de 1 mês em um lugar como Cocalzinho GO, começo os treinos mais específicos como Campus e Finger.
As academias na cidade de São Paulo muitas fecharam. Na sua opinião qual seria o motivo da maior cidade do Brasil possuir apenas duas academias?
Na minha opinião, temos duas academias excelentes que satisfazem a população que escala em São Paulo.
Não há necessidade de mais academias com o numero de escaladores que possui SP por enquanto.
O que gira em torno desse novo marco que é a ABEE, que tende a ramificar o esporte dentro da sociedade, trazendo mais participantes e mais donos de academias!
Para concluir, o motivo de possuir apenas duas academias em são Paulo deve ser pela recente “globalização” do esporte no Brasil.
Se fosse para enumerar suas maiores conquistas quais seriam?
Com certeza seria o fato de conseguir aproveitar a oportunidade que eu tive de começar a escalar cedo (6 anos) e persistir ate hoje no esporte, e o resto veio com isso, que são as “cadenas” de Boulders ou vias…
Ate mesmo de trad’s que eu não gosto muito rsrsrs.
Como é o apoio da sua família com a sua dedicação à escalada?
Minha família costuma me apoiar e me assessorar na maioria das decisões que eu tomo.
Porém eu procuro não envolver ela a tudo . Minha mãe é um pouco menos medrosa que meu pai, e me ajuda nas logísticas de viagem e etc.
Meu pai é quem me leva para os treinos, é quem banca as viagens e que com a minha mãe tornam possível o presente que eu estou vivendo na escalada

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.