Entrevista com Emily Póvoa

Não importa a modalidade, há sempre uma demanda reprimida de novos talentos esperando sua vez para aparecer. Com os comediantes, por exemplo, foi exatamente assim: uma verdadeira revolução após todos aparecerem no YouTube.

Quanto à escalada, para quem pensava que novos talentos estavam escondidos, à espera somente de um evento bem organizado e que desse oportunidade, a atleta Emily Póvoa é a prova viva desta teoria. Conversando com várias pessoas do público, todos concordam que a escaladora é o diamante bruto de São Lourenço-MG, com muito potencial a ser explorado.

Considerada pelos organizadores como revelação do 1º Circuito Mantiqueira de Boulder, realizado no ano passado, Emily Póvoa mostrou empolgação de sobra e muita vontade de superar-se. Quem teve o privilégio de acompanhá-la nas finais da competição, teve a certeza que é um dos novos rostos, além da atitude e postura, da nova geração de escaladores(as) que vêm surgindo.

Logo após as finais do Circuito Mantiqueira de Boulder, que consagrou Emily Póvoa como classificada em 3º, a Revista Blog de Escalada a procurou para uma entrevista para conhecer mais sobre esta atleta.

Foto: André Marçal

Emily, você foi um dos destaques do Circuito Mantiqueira de Boulder. Como foi para você ficar entre as três melhores atletas?

Foi muito emocionante.

Uma sensação incrível estar na final e ouvir a vibe da galera gritando seu nome te tocando para cima e vibrando junto!

Atualmente as competições de escalada no Brasil passam por uma crise política que se arrasta por anos. Qual a sua opinião a respeito disso?

Sou nova no esporte, sendo assim não tenho uma opinião formada sobre o assunto!

Foto: Rosinda Costa

A escalada brasileira tem se tornado cada vez mais feminina. Você acredita nessa afirmação? Por que?

Sim, acredito que nos últimos anos aumentou o número de mulheres escalando, até porque a escalada vem se tornando cada vez mais popular!

Também pelo grande números de ginásios que se abriram, já que se tornou muito mais acessível.

Na minha própria experiência, foi graças a abertura de um ginásio, a Escola Montê, que venho treinando frequentemente e pude ficar próxima da escalada como eu queria e me destacar no Circuito Mantiqueira de Boulder!

A cabeça das pessoas estão mudando o sexismo ainda existe, nós mulheres escalamos completamente diferente dependendo da linha fazemos dois, ou três movimentos a mais para fazer menos força e concluir o crux, evoluímos de maneiras distintas de homens com outras habilidades!

Mas tem muita mulher que é tão forte ou até mais que muito homem aí!

Foto: Rosinda Costa

A escalada feminina no Brasil não teve ninguém competindo no exterior. Você conseguiria explicar o motivo?

Explicar eu não conseguiria, mas imagino que pelo fato de o Brasil ser um país que não dá apoio ao atleta. Atualmente as competições passando por essa crise política, quase não teve campeonatos, sendo assim grandes talentos não são revelados.

Espero que com as Olimpíadas o esporte seja reconhecido!

Foto: Rosinda Costa

Treinar para competições é uma tarefa sacrificante. Para se destacar este ano o que você teve se sacrificar?

Os treinos foram intensos!

Comecei a treinar este ano quando abriu a Escola Montê meu professor Beto Junqueira me ajudou muito me passando treinos específicos. Tive que cancelar viagens e momentos em família!

Mas não considero como um sacrifício até porque consegui conciliar o treino com o lazer atingindo meu objetivo que era subir no podium!

Foto: André Marçal

Para o ano de 2018 qual são seus objetivos?

Em 2018 quero entrar de cabeça na escalada, treinar muito. Quero participar de festivais, campeonatos e ter um contato maior com a rocha!

Acredito que com esse contato vou evoluir ainda mais!

Foto: Beto Junqueira

 

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