Dor: qual é o limite?

A expressão em inglês “No pain, no gain” (“sem dor não há ganho”) resume o pensamento de milhões de atletas que buscam uma justificativa para um comportamento esportivo no mínimo questionável.

Muitas vezes o corredor associa a melhora de desempenho à necessidade de sentir dor nos treinamentos. Mas a presença de dor pode ser o fator determinante para ele não conseguir alcançar melhores marcas. Ela pode ser também o sinal de alerta e, se o atleta insistir no esforço, se arrisca a sofrer lesões mais graves.

Esporte e dor

Para atletas competitivos de alto rendimento, a dor costuma ser uma companheira constante, com a qual se habituam a conviver, ainda que muitas vezes dando menor importância do que deveriam. Temos acompanhado neste ano olímpico muitos exemplos de atletas treinando e competindo com dor para melhorar suas marcas.

O resultado pode ser positivo, na conquista de medalhas, ou negativo, fazendo o atleta abandonar precocemente sua atividade esportiva.

A dor durante ou depois da atividade física é sinal de que algo está errado. Nosso corpo vive em constante trabalho de adaptação às situações de sobrecarga relacionadas ao esporte. Quando a capacidade de recuperação biológica dos tecidos do organismo é menor que a agressão sofrida no esporte, a lesão se instala e, se não tratada, pode trazer sérias conseqüências.

Um corredor com dor no pé, por exemplo, deve se recuperar com tratamentos clínicos, fisioterápicos ou cirúrgicos, bem como afastar os mecanismos externos causadores da dor (excesso de treino, calçados inadequados) para só depois retornar à atividade física. Se isso não for feito, ele pode voltar a se lesionar ou ver seu rendimento esportivo diminuir.

Os tipos de dor

Há diferentes tipos de dor. Todos são causadas por um estímulo das terminações nervosas – que levam ao sistema nervoso central as sensações que o cérebro interpreta como dor.

:: Dor aguda: é provocada por doença ou trauma. É um mecanismo de alarme que desempenha importante papel biológico, avisando o indivíduo de alguma anormalidade.

:: Dor crônica: entre os esportistas, quase sempre é sinal de lesão ou inflamação.

A dor também tem um componente sensorial (que permite reconhecer o lugar, a duração e a intensidade do estímulo doloroso) e um afetivo (que lhe confere sua tonalidade desagradavel e angustiosa), entre outros.

Sem limite

O limiar da dor é muito variável e praticamente impossível de ser determinado. Em geral, a linha divisória entre o fisiológico (normal) e o patológico (anormal) é tênue e fácil de ser ultrapassada.

Quanto maior a capacidade do atleta de suportar a dor, maior a chance de ele sofrer lesões músculo-esqueléticas devido à sobrecarga.

As endorfinas também interferem na regulação subjetiva da dor.

O funcionamento desse mecanismo hormonal ainda não foi totalmente esclarecido, mas pode explicar a maior resistência que algumas pessoas têm ante a dor, enquanto outras são extremamente sensíveis.

Fonte: http://revistao2.uol.com.br

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