Dia nacional do Profissional de Educação Física – Por que este profissional é importante?

O dia 1° de setembro é o “Dia nacional do Profissional de Educação Física”. Também conhecido como dia nacional do “monta um treininho para mim professor?”

Mas não se enganem nós, os profissionais de educação física, não montamos somente “treininhos”. A maior parte dos profissionais de Educação física adéqua diferentes respostas motoras e fisiológicas a seres humanos distintos, com interesses e padrões físicos e psicológicos diferentes através de periodização de treinamento linear, ondulatório ou outros. Bem mais que montar simplesmente um treininho (risos).

Foto: Lais Suzuki

Há aproximadamente 2.400 anos (um dia desse mesmo) na Grécia (logo ali) um homem de nome Platão mandou erguer num jardim, sob o túmulo de um antigo herói grego de guerra chamado Academo. Lá seria erguida uma construção que viria chamar-se Academia (Academo – Academia, sacaram?). Essa história está melhor explicada no artigo que escrevi aqui sobre “A escalada nas montanhas e a escalada indoor – A epistemologia em prol da escalada na academia“.

Possivelmente, a Academia tenha sido a primeira instituição de ensino do ocidente, e como toda boa academia, ela precisava de professores e o próprio Platão, que na verdade se chamava Arístocles, que como quase todo bom grego da época tinha nome proparoxítono (aquelas palavrinhas cumpridas que tem a antepenúltima sílaba tônica ou mais forte e intensa), tornou-se então o primeiro Professor de Educação Física.

Calma não se alarmem vou explicar a seguir.

Platão

Platão, não era seu verdadeiro nome, e sim seu apelido. O significado era “aquele de ombros largos”. Platão, além de detentor de capacidade cognitiva e intelectual excepcionais, era também um amante das atividades físicas, dotado de músculos proeminentes. O filósofo praticava lutas esportivas (tipo as greco-romanas), erguia pesos, pedras ou pneus gigantes sei lá (há rumores inclusive de que ele fazia Zumba (risos)). Seguia inclusive a dieta “famosinha” da época, uma tal dieta do mediterrâneo, substituída hoje pela dieta do Low Carb, dieta do Dr. Isso, do Guru não sei de onde e até a dieta da Lua (quando só comemos derivados da Lua) e outras tantas igualmente ineficazes.

Arístocles ou Platão, como queiram, morreu por volta dos 80 anos, em uma época em que não havia vacinas, água ou esgoto tratado e a medicina era ainda um jovem embrião que só irromperia centenas de anos depois. Os gregos preconizavam que corpos e mentes deveriam ser treinados de igual forma, visto que são indissociáveis, fazem parte de um todo.

Foto: Lais Suzuki

Num artigo que publiquei aqui mesmo no ano passado “O corpo, a mente e a importância do profissional de Educação Física“, afirmo que os músculos envoltos a homens e mulheres, de forma alguma, agem em qualquer instância em detrimento ou contraposição de suas capacidades de pensar mais, melhor e com mais eficiência. A ciência há muito tempo, desde Platão, corrobora com isso.

Hoje é assertivo e comprovado cientificamente afirmar que ao treinarmos o corpo, treinamos também a mente, uma vez que corpo e mente são indissociáveis. Porém, em algum período recente de nossa história, corpo e mente foram dicotomizados e fragmentados, com se fossem coisas distintas. Não! Não são. Fazem parte de um todo.

Aqui parabenizo você, Profissional de Educação Física, que não promove essa dissociação e assim não contribui com a imbecilização física e mental dos seres humanos.

Rui Paulo – CREF (conselho regional de educação física) 050197-G/SP

Foto: Lais Suzuki

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