O que torna um filme cult?
Muitas são as teorias, mas o conceito mais aceito é quando mesmo após sua exibição convida o expectador a refletir sobre o que acabou ser visto.
Toda a reflexão a ser feita nos instiga a assisti-lo novamente, muito disso por nos identificarmos com a situação e decisões dos personagens do filme.
Mesmo com algumas debilidades técnicas, o marketing “boca a boca” torna-se mais eficiente fazendo com que o culto à histórias e personagens é concretizado.
Retratando um personagem à procura de respostas para muitas perguntas sobre sua vida e existência o filme “Into To the wild” seguramente é um filme cult, especialmente para os praticantes de esportes de aventura.
Tidos como “loucos” por frequentar montanhas e vivenciar situações extremas, facilmente se identifica-se com o personagem Christopher McCandless .
McCandless é um jovem atormentado por fantasmas de sua família, e sai em busca de uma viagem sem rumo definido, mas com um objetivo definido: ir ao Alaska.
No planejamento de sua aventura, propõem-se a realizar aventuras intermediárias para que juntasse conhecimento e recursos (como dinheiro) para o extremo norte da América.
Desenvolvido para soar como uma ode à aventura de maneira poética, e passando por tomadas de imagens exuberantes a direção de Sean Penn mostra-se eficiente e segura na maioria da exibição.
A própria natureza é tratada como um personagem do filme, relacionando-se com a história e o amadurecimento de Christopher.
Inspirado no livro de Jon Krakauer, o filme opta por não usar a narrativa não linear do autor, e coloca os eventos linearmente pontuando com flashbacks.
A boa atuação do protagonista conseguiu transmitir todo o carisma e empatia que o personagem também possuía no
livro e foi abrilhantada mais ainda pela atuação nas cenas finais de arrancar lágrimas.
A produção optou por não evidenciar a real imprudência do protagonista e não ilustrar a sua soberba diante da
necessidade de ter mais conhecimentos de sobrevivência.
O “Na Natureza selvagem” consegue levantar várias reflexões sobre felicidade e sentido da vida (muito disso por conta dos autores do livros o protagonista lê).
Apesar de estar longe de ser uma obra-prima como obra cinematográfica, mas não resta dúvida que não passa
despercebido quando apreciado.
Neste detalhe de sempre tocar a psique do espectador que reside o verdadeiro valor do filme: refletirmos sobre nossas escolhas e suas consequências.
Neste detalhe reside a principal qualidade do filme, e que faz com que o público se identifique tão intensamente com Chris e suas situações.
Esta química é talvez a explicação mais coerente (mas não racional) de que “Na Natureza Selvagem” é o filme mais representativo do espírito do praticante de esportes outdoor.
Nota Revista Blog de Escalada:

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.
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