Crítica do filme “Megamoon”

Megamoon-1Basta olhar à nossa volta e perceber que o cicloturismo está na moda, e que há cada vez mais divulgação de histórias com pessoas que resolveram realizar uma viagem por uma certa região somente pedalando.

A ideia de sair do ponto A e chegar ao ponto B, mas sem saber, ou planejar, do que fazer no meio disso tudo, muito disso buscando um aprendizado de vida singular, é escrita magistralmente no clássico livro “Na Estrada” de Jack Kerouac.

O estilo de viagem está tão na moda que até mesmo sites de quem muito provavelmente nunca andou de bicicleta aproveitam para se promover e mendigar visitações que nunca teve.

Paralelo a isso existem cada vez mais filmes que utilizam a GoPro, ou outra microcâmera de esportes, para gravar momentos memoráveis e uni-los em uma edição e narração simpática ao fundo.

Este recurso não é novidade, e a brilhante produção “Road to Karakol” mostrou isso, assim como o brasileiro “Transpatagonia”.

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Porém este recurso técnico deve ser usado por quem, além de saber editar a quantidade absurda de material captado, deve ter também simpatia para criar a empatia necessária com o público.

O filme “Megamoon” visto deste tipo de conceito (simpatia para ganhar empatia) é uma verdadeira aula de como realizar filmes de cicloviagem com uma câmera pequena, e com vários acontecimentos no meio do caminho.

A produção britânica, filmada e dirigida por Hannah Maia, documenta a cicloviagem que ela e seu marido, o também inglês Patrick Taylor-Bird, realizaram na qual cruzaram os EUA desde próximo da fronteira com o México até Banff no Canada, em uma aventura que durou 3 meses.

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Durante a viagem o casal passa por diversos tipos de paisagens e ,quando era necessário, dormiam em barracas ou na casa das pessoas que conheciam pelo caminho.

Com pouco mais de 18 minutos, a “Megamoon” consegue envolver o expectador como se ele tivesse sido arrebatado por uma onda do mar, e invariavelmente consegue durante toda a exibição colocar um sorriso em seu rosto.

Este tipo de sensação deve-se à inegável qualidade de edição que Hannah Maia teve com todo o material coletado e também à sua simpatia e naturalidade com que narra todos os acontecimentos.

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Aliado à esta qualidade técnica de vídeos, há um roteiro muito bem escrito e seguido à risca que, em nenhum momento, deixa o ritmo da história documentada oscilar.

Não chega a ser nenhum exagero dizer que a produção é uma verdadeira aula de como deve ser um filme de viagem, não importando o estilo, pois consegue sintetizar de maneira elegante, direta e adulta todos bons momentos que passaram.

Até mesmo quando obviamente houve momentos ruins na viagem, que o sofrimento físico era intenso e indisfarçável, mas mesmo estes foram documentados como prazerosos pela diretora.

Consequentemente ao seu final, “Megamoon” deixa um “gostinho de quero mais” no expectador, e serve como um convite a todos de tentar uma cicloviagem como a que realizaram Maia e Taylor-Bird.

Nota Revista Blog de Escalada:

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