Conheça a história de Hari Budha Magar, um montanhista que já foi ao Everest e almeja ser o primeiro de amputação dupla a chegar ao cume do Everest. Nascido em um vilarejo remoto no oeste do Nepal, Hari sofreu acidente enquanto servia seu país no Afeganistão.
Desde então tem realizado demonstrações de que é possível seguir sua vida, mesmo que com uma abordagem diferente, escalando conhecidos montes como o Kilimanjaro. Confira mais a seguir.
Hari Budha Magar: primeiro montanhista de amputação dupla no Everest

Foto: CNN
De fato, Hari Budha Magar não é o primeiro nem o Everest teve um montanhista de amputação dupla em seu cume até hoje. No entanto, Magar tem como objetivo ser o primeiro a quebrar essa barreira.
Só para ilustrar, Hari Budha Magar nasceu num estábulo de vacas em um vilarejo remoto no oeste do Nepal, a cerca de 2.700 metros acima do nível do mar. Desde pequeno gostava do Monte Everest e pretendia escalá-lo um dia.
Até 2010 esse desejo era da maneira que qualquer outro montanhista havia realizado. Porém, após pisar em uma mina terrestre em missão no Afeganistão defendendo seu país, Hari Magar perdeu ambas as pernas.
Adaptação

Foto: The Gurkha Brigade Association
Em seguida, naturalmente vem o apavoro. Quem se torna deficiente durante a vida tem uma vivência diferente e às vezes mais difícil, para não dizer em 100% dos casos. Além de todo o preconceito de uma cultura local onde a deficiência é vista como um fardo, Hari teve que lidar com o amanhã. “Como seguir a partir daqui?”
A adaptação levou em média um ano, usando próteses e cadeiras de rodas. Magar começou a conhecer os limites de seu corpo e passou a testá-lo mais, seja numa atividade física ou escalando montes.
Pouco a pouco começou a quebrar paradigmas, se tornando a primeira pessoa com deficiência a esquiar no Nepal. Nesse sentido, ganhou destaque ao conquistar uma medalha de ouro na artilharia nos Endeavor Games e uma de bronze no tênis de mesa.
No âmbito do montanhismo já realizou escaladas em Ben Nevis, Kilimanjaro e Mont Blanc com pernas protéticas, sendo o primeiro amputado duplo acima do joelho a escalar uma montanha de mais de 6.000 m.
Montanhista de amputação dupla no Everest
Por certo, Hari Budha Magar quer se tornar o primeiro amputado duplo acima do joelho a escalar o Everest. Cabe dizer que em 2018 o governo nepalês proibiu amputados duplos de escalar no país, mas Hari, quebrando paradigmas outra vez, se posicionou.
Juntei forças com outros montanhistas e organizações de deficientes para tentar derrubar a proibição. Eles deveriam estar nos apoiando, não nos banindo. — disse Hari Budha Magar.

Foto: Nepal Live Today — Hari no acampamento base do Everest
A saber, Hari ainda não chegou ao topo do Everest, mas ano passado se tornou o primeiro amputado a caminhar até o acampamento base do Everest.
Objetivos

Foto: BBC
Hari explica que seu objetivo hoje com essas proezas, além de desafios pessoais, é relacionado a mudar a percepção das pessoas sobre os deficientes e dos próprios deficientes que não acreditam conseguirem realizar determinadas atividades.
Enfim, a princípio, a ideia do montanhista hoje é realizar a expedição num grupo de 15 a 18 pessoas, com oito sherpas envolvidos. Apesar de planejar a escalada em uma abordagem diferente, Hari afirma ser tão bom quanto os demais e com a preparação certa conseguirá mais esse objetivo.
Cerca de 15% da população mundial é deficiente. Eu nunca soube que iria me machucar ou ficar incapacitado, mas isso acontece diariamente. Nossa deficiência pode ser nossa fraqueza, mas não significa que não possamos fazer nada. — disse Hari.
+ Relembre: Corte suprema do Nepal derruba restrição de cegos e bi-amputados ao Everest
Foto destaque: The Gurkha Welfare Trust

Meu nome é Jamis Gomes Jr. e já trabalho com esportes, redação e SEO há alguns anos. Me graduando em licenciatura de Literatura Inglesa nos próximos meses e já programado para iniciar minha pós-graduação em Jornalismo na sequência, estarei aqui no Blog de Escalada com vocês nas mais variadas notícias desse esporte e estilo de vida.
Obcecado pelo diferente, tento poetizar quando as notas merecem um tom especial. Longe de ser poeta, apenas um aprendiz, mas o jornalismo, esporte, verdade e escrita foi o meio que encontrei de me conectar com a raiz. A minha e a do povo, que curte algo diferente e às vezes quer ver algo novo. Realmente saiu assim, não foi minha intenção. Naturalmente veio e pensei, por que não?
Enfim, esportes americanos, esportes em geral é hoje minha profissão. Seja rimando, “factuando” ou algo mais, sigo na busca do aprimoramento coletivo e pessoal, performando no que o tempo, esporte e vocês precisam para ontem, hoje ou amanhã. Que seja atemporal, seja o que for, eu, Jamis Gomes Jr., sigo na busca para te entregar um conteúdo com primor.