Em alguns momentos da prática da escalada, seja ela tradicional ou esportiva, é necessário “esticar” uma costura ou mesmo uma solteira. Alguns praticantes de escalada menos preocupados com a segurança, apostam em colocar dois mosquetões conectados um ao outro. Em geral, especialmente quem não teve um treinamento de qualidade, ou mesmo se omite de participar de workshops de segurança, acaba acreditando que este procedimento de criar uma corrente com mosquetões (com conexão direta de um mosquetão a outro) não tem mal nenhum. Estas mesmas pessoas desconhecem que este tipo de montagem é inseguro e inapropriado.
O primeiro problema, dos muitos que podem ser listados, é que os mosquetões podem girar e acabar “quebrando” a corrente improvisada. Além disso, um outro problema apontado pelos melhores livros de segurança em montanha, é a dificuldade em controlar a orientação dos gatilhos com relação à parede. Isso porque esta pequena corrente improvisada, possui menos maleabilidade longitudinal, fazendo com que os gatilhos dos mosquetões sejam forçados na rocha mais fortemente.
Lembrando que o papel da fita expressa, que une os dois mosquetões, é dissipar um pouco da força e estabilizar o mosquetão.
Um outro problema para estas correntes improvisadas, que talvez seja o motivo mais lembrado por quase todo escalador experiente, é que quedas nestes mosquetões possuem uma falta de absorção de energia acentuada. Porque, como dito acima, são as fitas expressas que fazem a absorção desta energia. Por não ter a energia absorvida, haverá fortes vibrações no gatilho dos mosquetões, deformando a geometria de cada elo da corrente improvisada.
Há casos que uma queda neste tipo de improvisação pode até mesmo produzir uma força não não direcional mas de alavanca.
Portanto, por mais tentador que possa parecer, deve-se considerar proibitivo fazer a conexões diretas de mosquetões, especialmente se forem costuras.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.
Olá,
Com tem do respeito ao autor, acho que esqueceu alguma detalhes como o que o colega José citou acima e também alguns fatores como as paradas e também um possível redirecionamento da posições de via.
Há também um fator interessante que acho que não foi levado em consideração. O fato de que havera sempre atrito de metal com metal, tal vez até mais “”perigoso”” que um mosquetão com outro que é uma atrito do próprio com a superfície mais estreita e muitas vezes de outro que são as chapeletas.
Na minha humilde opinião, acho que o atrito de dois mosquetões do mesmo metal não teria tanta restrição assim até porque estariam em posição estática em relação ao outro e a energia seria dissipada em todo o conjunto.
Pois é, acho que esse texto esqueceu de separar as coisas.
Okay, mas e nas paradas, sempre ancoramos em um mãe, nenhum problema certo?