Treinar faz parte da rotina de quem leva uma atividade esportiva a sério. Mas somente aparecer na sua academia, ou seu local de treino específico, não é o suficiente para obter resultados. Quanto mais concentrado e motivado estiver o praticante, maior será o recrutamento de unidades motoras e, consequentemente, a qualidade do seu treino.
Existem vários estudos científicos que apontam que enquanto uma pessoa se dedica em seu treino a fazer diferentes atividades, como conversar, ver TV ou perceber detalhes de uma música durante o treino a qualidade está comprometida. Portanto, além de ter o treino correto prescrito por um profissional de educação física, é necessário também se concentrar (até mesmo para se motivar) no que se está fazendo.
A parte do cérebro que responde fortemente ao exercício aeróbico é o hipocampo. Experimentos em crianças, adultos e idosos mostram que essa estrutura cerebral cresce à medida que as pessoas se recuperam. Como o hipocampo está no centro dos sistemas de aprendizado e memória do cérebro, essa descoberta explica, em parte, os efeitos de melhorar a memória da melhora da aptidão cardiovascular.
Além de melhorar lentamente o “hardware” da memória, a prática de exercício pode ter um impacto mais imediato na formação da memória. Pesquisadores alemães mostraram que caminhar ou andar de bicicleta durante, mas não antes, o aprendizado ajudou o novo vocabulário de língua estrangeira a permanecer.
Portanto, quando for treinar, procure levar a sério. Inegavelmente ir treinar é uma atividade social, mas também é um estímulo físico para que você melhore. Além disso, progredir, mesmo se seja pouco, em um esporte outdoor, é necessário um mínimo de dedicação. Todos nós temos sonhos, mas nem todos o realizam. Alguns desistem, outros se acomodam, outros se conformam que isso não é para eles. Enquanto isso, há pessoas que levam o treino a sério, concentrado naquilo que está fazendo e, quando possível, levando as instruções de seus técnicos a sério.
Há quem acredite que em esportes outdoor “vale mais a atitude do que qualquer outra coisa”. Para estas pessoas vale a frase do jogador argentino de basquete Manu Ginóbili, que defendeu por dezesseis anos a equipe do San Antonio Spurs na NBA: Sim, ter raça é importante, mas há um ponto em que é insuficiente, pois é necessário ter técnica e qualidade. Este algo a mais, técnica e qualidade, é alcançado com treinamento e concentração nele.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.