Como identificar pessoas não preparadas para pernoitar em campings, hostel e refúgios de montanha

Para vivermos em sociedade é necessário possuir códigos de conduta que se chama popularmente de “etiqueta social“. Como via de regra considere etiqueta social como o conjunto de regras de comportamento dentro da sociedade e comunidades. Tais regras são criadas e implementadas a partir da prática e das tradições experimentadas no cotidiano de geração para geração, tornando-se regras claras, porém não escritas, e que para um convívio civilizado espera-se que sejam respeitadas.

No universo outdoor há muitas pessoas despreparadas para o convívio. Muitas delas acreditam que qualquer lugar que visitem, poderão comportar-se da mesma maneira que na casa de sua mãe ou avó. Desrespeitam horários de silêncio, omitem-se da limpeza do local (cozinha, banheiro, quarto, etc), não se importam se há ou não pessoas dormindo e assim por diante.

A lista é interminável.

Foto: http://www.visitnsw.com

Quem acredita que este desrespeito latente tem a ver com vida acadêmica ou classe social e situação econômica, engana-se. Há muitas pessoas que, mesmo ostentando mestrado ou mesmo ter morado no exterior, portam-se de maneira reprovável.

Pode não ser você, caro leitor, mas seguramente conhece alguém que tem este tipo de falta de educação. Veja abaixo comportamentos que indicam que os proprietários de camping, hostel e abrigo de montanha terão trabalho diplomático pela frente.

Horário de Silêncio

Pergunte a toda e qualquer pessoa que já ficou em um camping, hostel e abrigo de montanha, quantas vezes ela acordou por causa de conversas na madrugada ou de barulho excessivo de quem acorda cedo?

Não há uma estatística a respeito da ocorrência, mas com certeza arriscando uma porcentagem baixa, e bastante realista diga-se, chega a 98%. Os mais mal-educados irão argumentar que é comum e que quem se incomodar que fique em um hotel.

Foto: https://www.theknot.com

Porém este argumento, muito utilizado por quem na verdade de fato é o incomodador, é falho. Pois seguramente quando este for o incomodado, a realidade é distorcida a seu favor.

Não há uma regra de conduta explícita em muitos campings, hostel e abrigos de montanha, muito menos há a presença do “bedel” para vigiar. Apesar da inocência, às vezes confundida com omissão, do administrador destes estabelecimentos o horário de 8:00 até as 22:00 é uma convenção mundial. Entretanto, e infelizmente, a questão de saber respeitar horários é muito mais de diplomacia, caráter e, principalmente, educação.

A principal dica para evitar a “turminha do barulho” é esclarecer explicitamente os horários de silêncio, e ser rígido quanto a isso pois, desta maneira, qualquer cliente que se sinta respeitado recomenda o local a outros.

Um fato é inegável: todos gostam de ser respeitados e, por isso, é necessário compromisso com o respeito de ambos os lados: administrador e hóspede.

Quando ninguém está vendo, não há propriedade

Quem já morou em algum tipo de república sabe: nada mais desagradavel do que algum alimento ser consumido por alguém sem que você saiba.

Muitos campings, hostel e abrigos de montanha possuem cozinha comunitária. Nesta cozinha há uma geladeira que fica à disposição de todos para o uso coletivo.

Foto: http://www.fotosearch.com

Desta maneira é nesta hora que “desaparece” alguns itens (como cerveja, vinho, carne, etc) misteriosamente. Logo após o descobrimento da ocorrência o culpado não aparece e quem comprou o produto fica no prejuízo. às vezes pelo isolamento do estabelecimento, é impossível comprar outro produto.

Sim, caro leitor, sei que você não faz isso. Mas há pessoas que fazem (e talvez você até conheça), por algum motivo. Mesmo com câmeras escondidas e vigilância da administração, cuidar dos pertences de cada um é complicado. Por isso é importante identificar quem são as pessoas com comportamento inadequado e, caso seja possível, autua-las em flagrante impor uma punição necessária.

Que o local se adapte a mim

Muito comum acontecer com quem está acostumado aos mimos da mãe, ou avó, acreditar que é o centro do universo.

Se visitar um local, se está acostumado a ficar acordado até tarde, que se dane o horário dos outros, ou mesmo desrespeitar as normas locais porque é diferente da sua casa. Pessoas assim adoram usar como desculpa que “no lugar X (geralmente alguma cidade da Europa) não é assim…”.

Foto: https://oddmolly.com

Exemplos deste tipo de pessoa mimada não faltam, veja alguns:

  • Caso não goste de animais domésticos pedir para prender qualquer um à sua volta
  • Se não come carne, exige comida vegetariana no café da manhã (quando incluído na diária)
  • Reclamar das regras do local, mesmo quando já é alertado com antecedência da existência delas
  • Reservar lugares e mesas para pessoas do grupo com o camping, hostel ou refúgio de montanha está populoso

Para pessoas que ainda vivem em uma bolha social, tendo imensas dificuldades de adaptar-se a qualquer realidade que não seja a sua, existem vários remédios, mas alguns são bem amargos. O mais eficiente e conhecido deles é uma conversa franca, por parte do administrador, que coloque um pouco de razão no queixante.

Explicando de modo direto, mas bem educado, que por não ser a pessoa o centro do universo o tratamento social ali, além da exigência de respeito, é a chave para a estadia no local. Pessoas assim acreditam que pagar estadia é comprar novos empregados o que, evidentemente, não é a realidade.

Exigir dos hóspedes respeito, maturidade e etiqueta social é o segredo para um bom negócio de qualquer camping, hostel e Refúgio de montanha.

Deixar pior do que encontrou

Dentre as estatísticas ao redor de qualquer local de hospedagem há um dado terrível : pessoas que deixam o local em péssimas condições.

http://www.hodgepodge.me/

Terceirizar a responsabilidade de limpeza é tão comum, que parece um modus operandi de qualquer turista mal-educado. Por péssimas condições entenda os seguintes exemplos:

  • Lixo deixado fora dos recipientes adequados
  • Descaso na coleta do lixo seletivo
  • Buracos cavados em área de camping
  • Louça e talheres quebrados
  • Acúmulo de utensílios de cozinha sujos
  • Banheiro sujo
  • Vasos e ralos entupidos
  • Tomar banho fora de horário permitido

Foto: http://www.dailymail.co.uk

Você caro leitor pode obedecer tudo, não tenho dúvida disso, mas há alguém que sempre faz isso. Infelizmente não há um padrão de classe social, nacionalidade, regionalidade e escolaridade. Sempre existirá alguém que terceiriza a sua própria limpeza.

O melhor remédio disso é identificar a pessoa e fazer com que a mesma pague uma salgada taxa de limpeza no momento do check-out. A parte mais sensível de quem acredita que todos são seus empregados é seu bolso. Nada mais justo do que fazer com que a terceirização de sua própria limpeza seja paga.

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