Como aplicar princípios da “Arte da Guerra” no montanhismo

Praticar montanhismo ou escalada faz com que qualquer pessoa desenvolva habilidades de liderança e aumente a autoconfiança. Em um dos artigos mais populares escritos na Revista Blog de Escalada, é a questão do bushido para montanhistas. Os conceitos filosóficos do código samurai, servem para orientar a questão da honra e do comportamento em sociedade para o montanhismo e escalada.

Não há dúvida de que há muito o que aprender com a cultura oriental, sobretudo a chinesa, coreana e japonesa. Não à toa que em vários esportes que em outras épocas os orientais tinham pouca expressão, hoje são dominantes de algumas modalidades. Tome a própria escalada como exemplo, que possui nos japoneses, coreanos e chineses como os principais vencedores.

Seguindo a mesma linha de análise do bushido, devemos também analisar os ensinamentos do livro “A Arte da Guerra“. Peça a 100 pessoas para citar o melhor livro de estratégia que já leram e, provavelmente, uma boa parte dirá “A Arte da Guerra”. Mesmo que não fale, a pessoa a citará como referência.

Arte da Guerra

O livro “Arte da Guerra” é um antigo tratado militar chinês que data do final do século V a.C.. O período da história da China em que foi escrito o tratado corresponde entre 722 a.C. e 481 a.C, conhecido como “Período das Primaveras e Outonos”. Durante este período o poder descentralizou-se na China e foi marcado por batalhas e anexações entre uns 170 pequenos estados chineses. Esta era foi seguida pelo período dos Reinos Combatentes.

A obra é atribuída a Sun Tzu, um general, estrategista e filósofo chinês, e é constituída de 13 capítulos de estratégias militares, onde cada um é dedicado a um aspecto da guerra e como se aplica à estratégia e tática militar. “Arte da Guerra” continua sendo o texto de estratégia mais influente na guerra do leste asiático e influenciou o pensamento militar oriental e ocidental, táticas de negócios, estratégia legal, estilos de vida e outros.

O livro foi traduzido para o francês e publicado em 1772 pelo jesuíta francês Jean Joseph Marie Amiot. Durante os séculos XIX e XX, o livro ganhou grande popularidade, sendo adaptado na prática pelo mundo Ocidental.

Arte da Guerra para esportes

Mas porque um site de montanhismo e escalada está abordando um livro sobre estratégia militar. A resposta é simples: A Arte da Guerra tem sido aplicada a muitos campos fora dos militares, porque grande parte do texto é sobre como combater guerras sem a necessidade de batalha e também foi aplicada no mundo dos esportes. Pois o objetivo específico deste livro era ajudar os leitores a vencer.

Os treinadores da seleção brasileira de futebol Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira usaram o livro para estabelecer parte de suas táticas. A lista de técnicos esportivos que utilizaram o livro como referência é extensa.

Pois, como citado acima, livro “Arte da Guerra” contém estratégias em uma série de treze capítulos que podem ser aplicadas, juntamente com uma mente aberta, para ajudar qualquer atleta a ter sucesso em qualquer partida, jogo, corrida ou outra atividade esportiva. Tomando cada um dos capítulos individualmente, existem lições que montanhistas e escaladores pode, e devem, aprender para o seu sucesso esportivo.

Capítulo I: Estabelecendo planos

Neste capítulo, Sun Tzu explora os cinco fatores fundamentais para a vitória: Caminho, estações do ano, terreno, liderança e gerenciamento. O autor também explora sete elementos que determinam os resultados dos compromissos militares.

Na guerra, como nas competições esportivas, existem três fatores constantes que podem determinar quem terá maior probabilidade de vencer. São eles:

  • A Lei Moral (obediência)
    • Ganhe o respeito de seus subordinados ou colegas de equipe e ganhe sua confiança.
  • O Comandante (o capitão)
    • Pratique as cinco virtudes: sabedoria, sinceridade, benevolência, coragem e rigor. Seja você o capitão ou um membro da equipe
  • Método e Disciplina (a disposição e organização geral)
    • Defina claramente as funções e responsabilidades de cada membro da equipe, incluindo a sua

Ao pensar, avaliar e comparar esses pontos, um líder de expedição, ou mesmo o comandante da cordada, pode calcular suas chances de vitória. O desvio habitual desses cálculos garantirá falha através de ação imprópria. Portanto a formação de uma equipe de expedição, cordada de escalada, roteiro de trekking, etc, deve passar pelo critério técnico antes de qualquer outro fator subjetivo.

O respeito à moral, ao comandante e à organização garante o sucesso de qualquer atividade outdoor.

Capítulo II: Travando uma guerra

Neste capítulo, Sun Tzu explica como entender a economia da guerra e como o sucesso exige ganhar rapidamente compromissos decisivos. O autor recomenda que campanhas militares bem-sucedidas exigem a limitação dos custos de competição e conflito.

Na guerra, então, deixe seu grande objetivo ser a vitória e não campanhas longas, para que não fique cansado e não perca suas forças.

Portanto, sempre que procurar planejar uma escalada ou uma atividade na montanha, procure realiza-la no menor tempo possível. Se concentrar no fato de que seu principal objetivo é vencer, mais do que qualquer outra coisa, poderá ter uma vitória definitiva e incontestável.

Capítulo III: Atacar com estratégia

Neste capítulo, Sun Tzu define a fonte de força como unidade, não tamanho, e discute os cinco fatores necessários para ter sucesso em qualquer guerra. O autor enumera, em ordem de importância, o fatores críticos: Ataque, Estratégia, Alianças, Exército e Cidades.

A capacidade que deve praticar é a de vencer sem lutar. Vencer sem ter que se esforçar muito, para obter uma vitória acachapante ou ter que quebrar a vontade de vencer de seu oponente.

O montanhista e escalador pode fazer isso com boa preparação antecipadamente e usando a estratégia correta, como elaborar as abordagens mais eficazes e que demande menos energia do que abordagens diretas. Isso significa conhecer bem o esporte, aprender sobre as táticas que os grandes montanhistas e escaladores usaram por anos, às vezes décadas, antes de você.

Portanto, faz parte da preparação de um bom montanhista ou escalador, observar as próprias sessões de treinos e rendimento durante a prática. O objetivo dessa obsessão é procurar estratégias que provem ser mais benéficas e inteligente. Qual o nome disso? A técnica perfeita e o menor uso de força bruta. O melhor praticante não é necessariamente o mais forte, mas o mais técnico.

Capítulo IV: Disposições táticas

Neste capítulo, Sun Tzu disponibilizou uma das duas frases mais conhecidas e repetidas:

Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas.

Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota.

Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas…

Portanto, o conhecimento detalhado de seu adversário significa que conhece seus hábitos, vulnerabilidades e limitações. No caso do montanhismo é conhecer o terreno, locais de descanso, a previsão meteorológica, possui habilidade de usar seu equipamento, revisou o equipamento na noite anterior.

Portanto, o montanhista e escalador deve aprender a lidar com suas próprias vulnerabilidades e conhecer suas próprias limitações e como trabalhar com elas, não contra elas. Dessa maneira, o montanhista ou o escalador se tornam invulneráveis ao posicionamento tático do oponente.

Conhecer suas próprias limitações também significa ser flexível e precavido, sendo capaz de mudar de tática quando estiver evidente que sua abordagem usual está falhando. Sun Tzu resumiu da seguinte maneira:

Quem pode modificar suas táticas em relação ao oponente e, assim, conseguir vencer, pode ser chamado de capitão nascido no céu.

Portanto, para realizar uma escalada, ou mesmo um passeio de trekking, o praticante deve se colocar em posição de não poder ser derrotados e só aí esperar uma oportunidade para vencer o inimigo.

Capítulo V – Uso de energia

Neste capítulo, Sun Tzu explica o uso da criatividade e do timing na construção da dinâmica de um exército. Se na guerra, trata-se de direcionar o momento do exército para concentrar suas energias da maneira mais criativa e oportuna, no montanhismo, essa é a prática de visualização e ritmo.

A visualização é uma técnica esportiva poderosa que pode impulsionar qualquer praticante a uma vitória através de determinação mental e foco no que o praticante sabe que é realmente capaz. Não basta apenas arriscar para tentar a sorte, deve arriscar com a certeza de que consegue. Para isso, é necessário treino e dedicação, não apenas agir por instinto.

Já em termos de ritmo, trata-se de aprender quando correr e quando parar, para que a energia seja sabiamente conservada. Além disso, do ponto de vista da equipe, um líder sabe incentivar a energia combinada de toda a equipe, para que nenhum membro esteja desgastado. A melhor equipe é aquela em que todos os componentes se comprometem com seus pontos fortes ao longo do exercício, com reconhecimento e incentivos do líder.

A arte da guerra ensina a não confiar na probabilidade de o inimigo não estar vindo, mas sim na nossa própria prontidão para recebê-lo, portanto, não é sobre a possibilidade de ser atacado, mas o fato de que fizemos a nossa posição inatacável.

Capítulo VI – Pontos fracos e fortes

Neste capítulo, Sun Tzu explica como as oportunidades de um exército provêm das aberturas causadas pela fraqueza relativa do inimigo. Este capítulo é quase um corolário do “conhecer seu inimigo”, mas concentrando-se para identificar seus pontos fracos e depois atacá-lo ” imitando os rios, que correm para os lugares vazios”.

Sendo o primeiro a atacar o coloca em uma posição mais forte, porque lidera o caminho de acordo com a maneira que escolheu (impondo sua vontade).

Aquele que antecipa sua chegada ao campo de batalha e lá espera pela chegada do inimigo estará descansado para a luta. Mas, por outro lado, aquele que chega atrasado ao campo de batalha terá de correr para se preparar e ficará exausto. Portanto, na preparação para o montanhismo, deve-se sempre não ficar atrasado com as disputas, treinando com disciplina e melhorando o processo de aprendizagem.

Se aparecer uma ferramenta nova, os montanhistas e escaladores mais bem-sucedidos são aqueles que procuram dominá-la e entendê-la. Para Sun Tzu o bom guerreiro é capaz de evitar sua própria derrota, mas não pode assegurar-se de derrotar o inimigo.

Capítulo VII – Manobrando um exército

Neste capítulo, Sun Tzu explica os perigos do conflito direto e como vencer esses confrontos quando eles são forçados ao comandante. O autor explica que pode liderar um exército de 1.000 soldados da mesma maneira que um de 10. Tudo é apenas uma questão de sinais e comunicação.

Portanto, estabeleça uma comunicação comum entre o líder e colegas de equipe. Implemente boa comunicação e confiança na equipe. Lembrando de que a base para uma equipe coesa e cooperativa é clara, comunicação constante e apoio mútuo. Quando a equipe torna-se inquieta e desconfiada, certamente problemas surgirão. Isso traz anarquia à equipe e arruína a vitória.

Capítulo VIII – Variação de táticas

Neste capítulo, Sun Tzu explica que é necessário concentrar na necessidade de flexibilidade de respostas de um exército. O autor explica como responder às mudanças de circunstâncias com sucesso.

Este ponto é muito fácil de entender: varie suas táticas e você ganha. Lembre-se de que existem dois métodos de ataque:

  • Direto: É usado para marcar pontos individuais
  • Indireto: É usado para garantir a vitória, pois são imprevisíveis, inesperados e geram facilmente a confiança do seu oponente

A consequência do bom treinamento e aprendizado do montanhista é a consolidação de técnica singular, fazendo com que seus talentos o difira dos demais. Observe que não é necessariamente a força, mas a inteligência e a capacidade de improvisar que se destaca. Improvisar não é “inventar moda” e esta habilidade somente é adquirida com prática da atividade, estudo, treinamento e muito conhecimento do conteúdo.

Capítulo IX – O exército em marcha

Neste capítulo, Sun Tzu descreve as diferentes situações em que um exército se encontra à medida que se move através de novos territórios inimigos e como responde a essas situações. À medida que um exército progride, um montanhista também evolui à medida que a prática se desenrola.

“O lutador inteligente impõe sua vontade ao inimigo, mas não permite que a vontade do inimigo lhe seja imposta” diz Sun Tzu. Nesse ponto, o escalador e montanhista nunca relaxa de seu estado de alerta, ficando atento às mudanças de táticas e às mudanças que aparecem. Todo acidente acontece na escalada e no montanhismo pela distração e displicência na prática da atividade.

Portanto, a todo momento deve-se monitorar como é a evolução da equipe e como está o desenrolar da atividade. Grande parte de uma progressão das atividades de montanha se concentra em avaliar as intenções de outras pessoas e isso o autor aborda de maneira ímpar.

Capítulo X – Classificação do terreno

Neste capítulo, Sun Tzu examina as três áreas gerais de resistência: distância, perigos e barreiras. O autor analisa também os seis tipos de posições no solo que delas surgem. Cada uma dessas seis posições de campo oferece tanto vantagens quanto desvantagens.

Podemos classificar o terreno de uma batalha em seis tipos:

  • Acessível
    • Tanto você, quanto seu inimigo, podem atravessar com facilidade. Aquele que conseguir a posição mais elevada e ensolarada levará vantagens sobre o outro.
  • Tortuoso
    • São fáceis de serem encontrados, mas difíceis de serem abandonados.
  • Indecisos
    • A posição é igualmente desvantajosa para ambos os lados. Se o adversário oferecer algum tipo de vantagem a você, será uma armadilha, portanto, não avance, é melhor recuar nesse caso.
  • Estreito
    • Tente avançar primeiro e montar um plano que fortifique a sua posição. Caso o seu inimigo faça isso antes que você, não ataque.
  • Aclives altos e íngremes
    • Ocupe uma posição de destaque, vantajosa. Porém, se o seu inimigo assumir tal posição, opte por não atacá-lo.
  • Distantes
    • Caso você e seu inimigo estejam na mesma posição e desejando ocupar o mesmo terreno, suas forças podem ser iguais. Nesse caso, a luta poderá ser desvantajosa.

Sun Tzu prega sempre a prudência, pois, assim como no montanhismo, dependendo do terreno a se aventurar, nem sempre o ataque é o movimento correto a ser feito e que, muitas vezes, recuar é uma boa estratégia para evitar o fracasso.

Derrotar o inimigo em cem batalhas não é a excelência suprema; a excelência suprema consiste em vencer o inimigo sem ser preciso lutar.

Sua frase mais marcante no capítulo é:

A conformação do terreno é de vital importância na batalha. Estude o inimigo, meça corretamente as distâncias, avalie as dificuldades e perigos. Quem faz esses cálculos vence; quem não faz, perde

Capítulo XI – As nove situações

Neste capítulo, Sun Tzu descreve as nove situações comuns de uma campanha, da dispersão à morte, e o foco específico que um comandante precisará para navegar com êxito. A estratégia é traçada conforme o tipo de terreno a ser conquistado, uns mais fáceis, outros nem tanto.

Esta situação é a mesma que os montanhistas se deparam no seu dia a dia, onde as estratégias devem ser elaboradas conforme o caminho escolhido a ser trilhado. O autor ensina que:

  • Jamais viaje por lugares inseguros: Quando se deparar com algum terreno em que não tenha familiaridade e nem grandes chances de sucesso, não siga em frente. É preferível demorar um pouco mais para fazer alguma coisa do que arriscar a se perder pelo caminho.
  • Faça aliados: Dentro de sua equipe, faça dela o seu alicerce mais precioso, motivando-a sempre e mantendo um relacionamento aberto e franco com cada elemento.
  • Não fique em lugar ruim: Procure sempre o melhor local e escolha locais que forneçam tudo aquilo que irá precisar.
  • Planejamento em lugar inóspito: Caso seja pego de surpresa em alguma situação que não tenha familiaridade, não se desespere. Procure recorrer a novas e velhas estratégias para sair dessa situação o mais rápido possível, pois sua iniciativa é fundamental para o sucesso.
  • Em situações extremas, lute: Mesmo que os resultados apontem contra você, não desista.
  • Alguns caminhos não devem ser feitos: Existem dois tipos de estratégias, as boas e as ruins. Portanto, ser realista com metas e movimentos.
  • Alguns exércitos não devem ser atacados: Não enfrente quem é muito mais forte que você.
  • Algumas cidades não devem ser ocupadas: Mesmo tendo uma vantagem, procure não agir por impulso e pese naquilo que seja favorável e também o desfavorável.
  • Alguns terrenos não devem ser disputados: Não compre uma briga que não seja sua, não assuma uma tarefa que não consiga fazer e, principalmente, se não tem interesse não faça.

Capítulo XII – Atacando com fogo

Neste capítulo, Sun Tzu explica o uso geral de armas e o uso específico do ambiente como arma. Nesta seção o autor examina os cinco alvos de ataque, os cinco tipos de ataque ambiental e as respostas apropriadas a esses ataques.

O autor ensina que, estando preparado, deve-se atacar o oponente com fervor, especialmente quando o jogo ou evento é vital. O ideal é ser “veloz como o vento” e “imóvel” como a floresta. Isso significa que seu ataque deve ser muito rápido, mas sua estratégia e posicionamento devem permanecer muito consistentes.

Lembre-se de que a equipe que vence é aquele que compartilha o mesmo espírito em todas as suas fileiras, mantendo-se verdadeiro e permanecendo consistente. O autor explica que existem cinco classes de ataques mediante o fogo: queimar as pessoas, queimar os mantimentos, queimar o equipamento, queimar os depósitos e queimar as armas.

Capítulo XII – Inteligência e espionagem

Neste último capítulo, Sun Tzu concentra-se na importância de desenvolver boas fontes de informação e especifica os cinco tipos de fontes de inteligência e como gerenciar melhor cada uma delas.

Segundo o autor existem cinco classes de espiões: o espião nativo, o espião interno, o duplo agente, o espião liquidável, e o espião flutuante.

Para o autor, o processo de obtenção de informações exige respeito e ética. De acordo com Sun Tzu, apenas os chefes humanos e justos, sábios e espertos são capazes de realizar esse estudo e filtrar as informações. Portanto, uma boa prática do montanhista e escalador é conferir onde está recebendo a informação técnica de seu esporte. Aquele que está buscando em fontes não fidedignas, pode ser o primeiro a ser derrotado no futuro.

A vitória é o principal objetivo na guerra, mas o verdadeiro propósito da guerra é a paz. Evitar guerras é muito mais gratificante do que vencer mil batalhas. Para isso é necessário conhecimento, pois só mudando a si mesmo o homem pode mudar o que está a sua volta.

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