Para qualquer atleta ir para a olimpíada é um privilégio. Para muitos, mesmo que somente participando, sem ganhar ou subir ao pódio, significa o ponto alto da carreira. Analisando friamente é um evento que reúne vários mundiais de vários esportes ao mesmo tempo. Mas há todo um charme e, dependendo do país e da importância para o público de determinados esportes, é a chance de qualquer atleta aparecer e, caso vença, atingir o status de herói, ídolo e exemplo.
Como o número de vagas é limitado para todos os esportes, as entidades organizadoras de cada esporte estabeleceu cada uma o seu critério de seleção. Se o critério é justo ou não, é uma discussão inócua, pois uma vez estabelecido os critérios não há como contorná-los. No caso da escalada esportiva, a qual e regida pela International Federation of Sport Climbing (IFSC), os critérios foram esmiuçados em um artigo completo, contendo informações de bastidores colhidos direto da entidade durante os Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires.
Em resumo os critérios da IFSC para a classificação foram os seguintes:
- 40 participantes – 20 homens e 20 mulheres
- 4 vagas país sede – 2 homens e 2 mulheres
- 14 vagas Campeonato Mundial IFSC – 7 homens e 7 mulheres
- 12 vagas Evento de classificação olímpica – 6 homens e 6 mulheres
- 2 vagas dos Campeonatos Pan-americanos Continentais – 1 homem e 1 mulher
- 2 vagas dos Campeonatos Continentais da Europa – 1 homem e 1 mulher
- 2 vagas dos Campeonatos Continentais de Oceania – 1 homem e 1 mulher
- 2 vagas dos Campeonatos Continentais da África – 1 homem e 1 mulher
- 2 vagas dos Campeonatos Continentais da Ásia – 1 homem e 1 mulher
Após a Copa do Mundo de Escalada do IFSC chegar à sua metade, o ranking combinado da temporada foi estabelecido e serve de parâmetro para analisarmos as chances dos atletas. Especialmente os do continente americano (Américas Norte, Central e Sul).
Para esta simulação, seria necessário imaginar que o atual ranking não haveria grandes mudanças. O ranking completo do IFSC pode ser conferido na página da entidade. Lembrando que há um limite de somente dois atletas homens e duas atletas mulheres para cada país.
Análise
Analisando os resultados a partir do ranking, que não conta com vários outros escaladores, que por algum motivo sequer consta na lista e são destaques nas etapas, há algumas constatações interessantes. Especialmente para EUA e Canadá, que vem mostrando preocupação com a classificação para as olimpíadas.
Para os sul-americanos, a classificação de dois equatorianos surpreende, embora pareça improvável. Porém esta simulação mostrou que países como China, Ucrânia e Indonésia correm por fora e com boas chances de classificação.
A cada etapa, utilizando o ranking combinado do IFSC, as classificações serão analisadas novamente. O resumo de cada etapa, pode ser lido no Lance!, o maior jornal esportivo do Brasil.
Feminino
Entre parênteses está a colocação no ranking e o país.
- Vagas país sede (duas vagas):
- Akiyo Noguchi (2º – Japão)
- Miho Nonaka (3º – Japão)
- Vagas Campeonato Mundial (7 vagas):
- Janja Garnbret (1ª – Eslovênia)
- Jessica Pilz (4ª – Áustria)
- YueTong Zhang (5ª – China)
- Julia Chanourdie (6ª – França)
- Lucka Rakovec (8ª – Eslovênia)
- Petra Klingler (9ª – China)
- Shauna Coxsey (10ª – Canadá)
- Evento de classificação olímpica (6 vagas)
- Anouck Jaubert (12º – França)
- Kyra Condie (14º – EUA)
- Alannah Yip (15 – Canadá)
- Rahayu Aries Susanti (16º – Indonésia)
- Sa Sol (17º – Coreia do Sul)
- Kazbekova Ievgeniia (19º – Ucrânia)
- Campeonatos Pan-americanos Continentais (1 vaga)
- Andrea Rojas (21º – Equador)
- Campeonatos Continentais da Europa (1 vaga)
- Elena Krasovskaia (19º – Rússia)
- Campeonatos Continentais de Oceania (1 vaga)
- Sarah Tetzlaff (48º – Nova Zelândia)
- Campeonatos Continentais da África (1 vaga)
- Não há atletas da áfrica classificados no ranking (Overall World Ranking 2019)
- Campeonatos Continentais da Ásia (1 vaga)
- Ying Lee Hung (27º – Taiwan)
Masculino
Entre parênteses está a colocação no ranking e o país.
- Vagas país sede (duas vagas):
- Tomoa Narasaki (1º – Japão)
- Kokoro Fujii (3º – Japão)
- Vagas Campeonato Mundial (7 vagas):
- Jakob Schubert (2º – Áustria)
- Manuel Cornu (4º – França)
- Jan Hojer (5º – Alemanha)
- Alex Megos (6º – Alemanha)
- Sascha Lehmann (8º – Suíça)
- YuFei Pan (9º – China)
- Sean McColl (11º – Canadá)
- Evento de classificação olímpica (6 vagas)
- Jongwon Chon (12º – Coreia do Sul)
- Nikolai Yarilovets (13º – Rússia)
- Jernej Kruder (14º – Eslovênia)
- Nathaniel Coleman (17º – EUA)
- Alfian Muhammad (18º – Indonésia)
- Kostiantyn Pavlenko (19º – Ucrânia)
- Campeonatos Pan-americanos Continentais (1 vaga)
- Granja Carlos (26º – Equador)
- Campeonatos Continentais da Europa (1 vaga)
- William Bosi (16º – Inglaterra)
- Campeonatos Continentais de Oceania (1 vaga)
- Campbell Harrison (48º – Austrália)
- Campeonatos Continentais da África (1 vaga)
- Não há atletas da áfrica classificados no ranking (Overall World Ranking 2019)
- Campeonatos Continentais da Ásia (1 vaga)
- Aspar Jaelolo (22º – Indonésia)
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.