Artigo científico propõe otimização do centro de massa na escalada

Cientificamente falando, o centro de massa é a posição média de todas as partes do sistema, ponderada de acordo com a massa de cada objeto. Muito complicada esta definição? No caso do ser humano, podemos definir em termos práticos que é o ponto onde qualquer força uniforme atua sobre a pessoa.

Um pesquisador da Universidade de Lyon, na França, escreveu um artigo no qual conclui que a localização do centro de massa corporal de um escalador é um indicador confiável de desempenho de escalada. O estudo, que possui o título de “Body mass center optimization in sport climbing” (otimização do centro de massa corporal na escalada esportiva).

Foto: Andrew Bydlon / Caveman Collective

Mas como assim otimização do centro de massa corporal? O pesquisador, em seu estudo, afirma que o papel dos treinadores é planejar o treinamento de atletas e orienta-los para um equilíbrio entre as restrições do esporte e as qualidades individuais. Para isso, os treinadores necessitam de indicadores objetivos de desempenho que sejam práticos para serem usados ​​durante as sessões de treinamento e competições.

Para o desempenho máximo na escalada esportiva, seja em rocha ou em uma competição, o primeiro critério deve ser a realização do desempenho: uma cadena de uma via difícil ou chegar no degrau mais alto no pódio. No entanto, somente o critério binário de sucesso/fracasso, mesmo que seja o objetivo final de qualquer plano de treinamento, dificilmente é significativo para o desenvolvimento de um atleta e quantificar de fato os fatores de desempenho. Estes fatores de desempenho são fundamentais para a elaboração de novos planejamentos de treinamento.

Na escalada é constante o ato de deslocar o centro de massa corporal, de uma parte mais baixa na via para um ponto mais alto que pode estar no topo de uma falésia ou boulder (ou uma altura máxima em competição). Essa trajetória do centro de massa corporal é a consequência dos deslocamentos dos segmentos corporais ao longo do tempo, que Pierre Legreneur, o autor do estudo, chama de movimentação do escalador.

Foto: https://upperlimits.com/

Para entender a teoria, é necessário entender a importância do sistema cabeça/pescoço/tronco, cuja massa é cerca de 58% de toda a massa de um escalador. A própria movimentação corresponde a uma necessidade de equilíbrio entre as características de suporte (por exemplo, a parede), seja natural ou artificial, e as habilidades motoras do escalador.

Em outras palavras, o escalador precisa realizar uma sequência temporal relativamente longa de ações motoras, que respondem a coordenações musculo esqueléticas que são influenciadas pelas seguintes restrições: a natureza do apoio, a inclinação da parede, a qualidade do apoio e a distribuição espacial dessas partes. No entanto, dentro dessas restrições, existe potencialmente um número infinito de trajetórias centrais de massa corporal.

Portanto, cada trajetória do escalador corresponde a um número infinito de possíveis articulações interarticulares. Este quebra-cabeça é chamado de indeterminação de graus de redundância de liberdade. Portanto, muito mais do que simplesmente receitar uma série de exercícios, é também resolver este quebra-cabeça complexo, para facilitar a trajetória ideal do escalador, auxiliando-o sobre as posturas ideais através de situações educativas e instruções apropriadas. Essa interação, de acordo com o autor do artigo, ajudará o escalador a atingir o máximo desempenho.

Para ler o artigo acesse: https://lafabriqueverticale.com

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