Canadense e norte-americano ficam com a vaga do continente para as Olimpíadas

O Campeonato Pan-Americano de Escalada, disputado no ginásio de escalada Sender One em Los Angeles (EUA) e encerrado no último final de semana, concedeu mais duas vagas para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

Os vencedores do torneio foram a canadense Alannah Yip e o norte-americano Colin Duffy .

Os dois são os primeiros escaladores da temporada a conquistar o lugar olímpico nos diferentes campeonatos continentais de 2020. Com o Pan-Americano finalizado, a América do Sul fica sem representação na escalada em Tóquio.

Nova geração domina feminino

Alannnah YIP | Foto: IFSC

Com a cota de mulheres para os EUA já preenchida antes do Pan-Americano por Brooke Raboutou e Kyra Condie, a final combinada descartou escaladoras norte-americanas, deixando Alejandra Contreras, do Chile, Valentina Aguado, da Argentina, Andrea Rojas, do Equador e Alannah Yip, do Canadá como candidatas ao título.

As etapas classificatórias foram amplamente dominadas pelas atletas latinas, tendo a canadense Alannah Yip com atuação discreta. Porém, já na classificatória, entrou em cena as mudanças de regulamento (publicadas poucos dias antes do campeonato) que deixaram um no ar um sentimento de injustiça por parte da entidade organizadora.

A principal delas, prejudicou claramente atleta venezuelana Leslie Romero, que com apenas uma saída em falso na velocidade, seu tempo anterior foi desconsiderado e a forçou a ficar em oitavo lugar, mesmo possuindo um tempo anterior à saída falso.

Alejandra Contreras | Foto: IFSC

A segunda modificação de regulamento foi a que mais impactou a qualidade da disputa e o resultado final. A final de boulder, diferente do que é na classificatória, é de apenas três linhas, deixando nenhuma margem de recuperação para qualquer atleta.

Yip gerou algumas dúvidas depois de se classificar em sexto na final, mas já nesta fase, seu bom desempenho na disciplina de boulder, onde foi o primeira, e um igual performance em vias guiadas, com uma terceira posição, garantiram-lhe o campeonato e a vaga olímpica.

Apesar do resultado positivo de Alannah Yip, a perspectiva de futuros resultados para sul-americanas em copas do mundo e pan-americanos é boa. Alejandra Contreras, Valentina Aguado, Andrea Rojas e Leslie Romero, todas na casa dos 20 anos de idade, mostraram ser o futuro.

A ascensão das latino-americanas mostrou também que países como Chile, Equador e Argentina, que realizaram um trabalho de base de talentos e renovação da geração de escaladores desde que a escalada tornou-se olímpica, são as potências do continente.

Colin Duffy é a surpresa

 

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Diferentemente da categoria feminina, os EUA entre os homens ainda uma vaga disponível e não preenchida para se estar em Tóquio. A primeira vaga foi obtida por Nathaniel Coleman.

A competição foi praticamente toda dominada pela equipe dos EUA, que teve quatro escaladores na final masculina. A outra metade das vagas foi ocupada por representantes da América Latina: Carlos Granja e Danny Valencia, do Equador, José Ramón Santos Buhl, do México e Cesar Grosso, do Brasil.

O favorito entre os norte-americanos era Sean Bailey, mas um oitavo lugar em escalada de velocidade e um terceiro lugar em boulder o relegaram para um quarto lugar na classificação final combinada. Importante lembrar que a mudança recente de regra para somente três linhas na final combinada foi o que o prejudicou.

Em vias guiadas, Sean Bailey e Colin Duffy foram os únicos a chegarem ao topo. Mas o tempo de Duffy foi melhor, conquistando a vaga. O garoto de apenas 16 anos nunca tinha participado de um campeonato adulto até este fim de semana.

Duffy, no pódio, foi acompanhado pelos compatriotas Zach Galla, segundo, e Zander Waller, terceiro.

Desempenho dos brasileiros

A delegação brasileira, a qual era uma das maiores e era menor que somente a norte-americana, não obteve os resultados expressivos que a comissão técnica estava na expectativa. Somente um atleta da delegação, o paulista César Grosso, passou às finais.

O Campeonato Pan-americano de 2020 está sendo encarado como o fim do ciclo de vários atletas em competições internacionais. Especula-se que o objetivo agora da Liga Independente que organiza os campeonatos de escalada é apostar no descobrimento de novos talentos.

O motivo desta necessidade é a idade média de grande parte da delegação e dos principais competidores brasileiros ser acima de 30 anos.

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