O Campeonato Pan-Americano de Escalada Esportiva terminou ontem em Ibarra, Equador, e evidenciou a grande evolução técnica de atletas chilenos e o domínio de norte-americanos. Nessa edição mais ‘enxuta’ (não contou com atletas de diversos países), brasileiros tentavam restabelecer um protagonismo no esporte, mas tiveram performances pouco inspiradas.
O Campeonato era classificatório para os atletas que queiram participar dos Jogos Mundiais de Birmingham, EUA, em 2022. Originalmente marcados para julho de 2021, os Jogos Mundiais foram adiados para 2022 devido ao adiamento dos Jogos Olímpicos de Verão de 2020 para 2021.
O evento marcou a ascensão de uma nova força da escalada esportiva no continente sul-americano: o Chile, que colocou vários atletas nas melhores colocações e chegando a vários pódios. Assim o país foi recompensado pela sua estratégia de planejamento e gestão baseada em abordagem científica, calendário de competições e preparação de atletas.
Atualmente a competição de maior relevância na América do Sul é, sem sombra de dúvida, o Master de Boulder, a qual serve de parâmetro para a preparação de atletas para competições da Federação Internacional de Escalada Esportiva. Com uma equipe de especialistas de treinamento em escalada e com uma diversa equipe de route setters para revezar nas competições de escalada durante o ano, o resultado é consequência do trabalho gestão.
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Daniel Serman Fernández, professor de Educação Física e da equipe da seleção de escalada chilena revelou em entrevista recente ao Climb Talks da Revista Blog de Escalada que um de seus segredos é não relativizar as conquistas (como é feito largamente no Brasil) e analisa-las de maneira objetiva o resultado de cada atleta.
Os brasileiros, com um desempenho pouco inspirado, apesar da numerosa equipe, no bouldering, disciplina que é a favorita entre os atletas e academias do Brasil, não teve sequer um (a) atleta figurando nas finais. A disciplina de vias guiadas, no masculino, teve dois representantes.
O maior destaque, entretanto, foi a argentina Valentina Aguado, que conseguiu pódio em duas disciplinas: bouldering e vias guiadas. Os únicos atletas brasileiros a se classificaram para as finais foram Bianca Castro (6ª em vias guiadas), Felipe Ho (5º em vias guiadas), Pedro Avelar (7º em vias guiadas).
Resultado velocidade masculino
1 | John Brosler | EUA |
2 | Carlos Granja | Equador |
3 | Joe Goodacre | EUA |
Resultado velocidade feminino
1 | Emma Hunt | USA |
2 | Andrea Rojas | Equador |
3 | Alejandra Contreras | Chile |
Resultado bouldering masculino
1 | Joe Goodacre | EUA |
2 | Diego Lequerica Buscaglia | Peru |
3 | Carlos Granja | Equador |
Resultado bouldering feminino
1 | Cloe Coscoy | EUA |
2 | Valentina Aguado | Argentina |
3 | Emma Hunt | EUA |
Resultado vias guiadas masculino
1 | Benjamin Vargas | Chile |
2 | Ronny Escobar | Chile |
3 | Quinn O’francia | EUA |
Resultado vias guiadas feminino
1 | Cloe Coscoy | EUA |
2 | Ignacia Mellado Quinteros | Chile |
3 | Valentina Aguado | Argentina |
Para ver os resultados completos acesse: https://www.ifsc-climbing.org

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.