Boulder: Saiba quais são as linhas mais difíceis e os escaladores mais fortes

O seleto grupo de escaladores que sobem linhas V16 e V17 no mundo mal se conta com os dedos. Sem dúvida, são eles que ultrapassam os limites do esporte buscando romper a barreira do grau e explorar novas possibilidades muitas vezes nunca imaginadas.

Para que se tenha uma ideia, apenas duas pessoas conseguiram escalar uma linha cotada em V17: Nalle Hukkataival, com ” Burden of dreams” em Lappnor, Finlândia, e Charles Albert, com “No kpote only ” em Fontainebleau, França. ambas as linhas sem repetição até o momento.

O mundo do grau V16

 

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Raised by Wolves (8B) _____________________ Day started with cruising through the “raised by wolves” film set, en route to our own film set at a new area called Top Shelf. Here lies one of the sickest blocs I have seen. It was found a couple years ago by @jwebxl who established a sick v10 goin up the center called ‘Last of a Dying Breed.’ To the left was an undone line that was harder and just as good movement n rock quality wise. The last move features a crazy jump off some bad grips to a nice finger bucket. Kinda sketch, shit gets tall at this point. Giu fired it first then I followed suit. Fun times gettin to climb on some world’s best shit out here ?? #rocklands #mars Photo @shawnraboutou

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Por outro lado, no mundo do grau V16, Daniel Woods é provavelmente o nome que mais se destaca. O escalador norte-americano abriu a linha “Hypnotized minds”, em Rocky Mountain National Park, no ano de 2010, considerado por muitos como a primeira linha desse nível no mundo. Rustam Gelmanov a repetiu em 2016.

Woods também tem ascensões em “Box therapy” e “Box therapy”, tanto no Rocky Mountain National Park assim como “The process” em Bishop.

Outras das linhas V16 que foram escaldas até agora são:

  • “Terranova” na República Tcheca, por Adam Ondra
  • “Drop a line”, em Cousimbert, Suíça, por Pirmin Bertle
  • “Nayuta” em Gero, Japão, por Dai Koyamada
  • “La révolutionnaire Extension”, em Fontainebleau, França, por Charles Albert
  • “Off the wagon sit”, em Val Bavona, na Suíça, por Shawn Raboutou
  • “Hypothèse assis”, em Fontainebleau, França, por Charles Albert
  • “Poison the Well ” por Giuliano Cameroni em Brione, Suíça
  • “Sleepwalker”, em Red Rocks, EUA, por Jimmy Webb (repetido por Daniel Woods e Nalle Hukkataival)

Quem é o melhor escalador de boulder do mundo?

Primeiramente, é importante esclarecer que considerar um escalador “melhor do mundo”, não necessariamente transforma todos os outros em lixo. Assim como nas lutas marciais e esportes de alto nível, escalada é momento. Se um escalador no momento estiver bem, não necessariamente no futuro ele continuará no topo.

É difícil escolher o melhor escalador de boulder. A escolha depende muito de quais são os critérios de seleção. Há muitos que simplesmente adotam critérios subjetivos, como afinidade, amizade e nacionalidade. Critérios de “fan boy”, ou “fan girl”, não são objetivos e não serão usados aqui.

Sem dúvida, atualmente há três nomes que se destacam:

  • Daniel Woods (com maior número de ascensões nos graus mais difíceis). Woods é o segundo escalador com as primeiras ascensões ao V16.
  • Dai Koyamada, que tem o maior número de primeiras ascensões e ocupa o segundo lugar com a maior quantidade de subidas até os boulders mais difíceis.
  • Nalle Hukkataival é a terceira pessoa em ambas as categorias e tem a primeira e única ascensão do primeiro V17 proposto no mundo. Todos eles, sem dúvida, poderiam ser considerados os melhores.

A evolução do grau através do tempo

boulder

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Em se tratando de boulder, a primeira linha V15 foi estabelecida em 2000, quando Fred Nicole fez a primeira ascensão de “Dreamtimey”. Até o momento, mais de 100 escaladores conseguiram fazer ascensõe sem linhas de bulders nesta graduação.

A linha “Dreamtimey” se tornou a referência mundial para determinaros os boulders de graduação V15. Mais tarde, em 2005, “The Story Of Two Worlds”, escalado por Dave Graham, também se posicionou como uma linha V15 consolidada.

Naquela data, no entanto, as linhas de boulder estabelecidas como V16 foram pouco mais de uma dúzia e existiam apenas duas propostas V17 (ambas mencionadas no inicio do texto). O que isso reflete é que, aparentemente, o boulder sofreu um revés na abertura de novas linhas.

Em seu blog pessoal, Nalle Hukkataival publicou seus pensamentos sobre esse tópico. Hukkataival menciona como é que a maioria dos V15 e V16 propostos no mundo foram decotados ​​e muitos deles não foram ainda confirmados.

boulder

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Para Nalle, isso é causado pela pressão de patrocinadores e meios de comunicação de escalada. A pressa de que se crie heróis locais, excesso de passionalidade e escassez de racionalidade são fatores que influenciam deste crescimento lento.

Como a cada vez que se escreve um “aguarda confirmação”, há fãs histéricos protestando em redes sociais dizendo que “desvaloriza o esforço de um escalador”, a passionalidade acabou colaborando para dificultar o crescimento do esporte. A confusão de entendimento entre expectativa e realidade faz com que o crescimento da escalada seja comprometido.

Diante desse problema, Hukkataival propõe fazer o oposto: ajustar o grau de uma nova linha o mais baixo possível (sem perder a objetividade) e, se necessário, aumentá-la quando outros escaladores tentarem. Mesmo que isso não seja uma notícia “relevante” para a comunidade.

“Como acontece que, em 99% das vezes, o erro é atribuir uma classificação mais alta e muito raramente mais baixa?

Especialmente nas linhas de boulder mais difíceis, a qualificação implica uma grande responsabilidade, porque quando a linha se torna um tipo de padrão, uma referência, isso pode afetar e afetar a qualificação de muitas outras promoções.

A graduação é apenas uma parte muito pequena e sem importância da escalada, mas por que nos preocupamos com as graduações, se elas realmente não significam nada? ”

Nalle Hukkataival

Portanto, Nalle Hukkataival considera que há muita carência afetiva e muita confusão do que é uma conquista e o que é marketing.

Às vezes enaltecer um feito que não aconteceu, o maketing pode virar um case de conquista que virou mentira. para o currículo de um escalador é muito melhor ter uma conquista de uma linha que foi confirmada, do que ter várias que foram decotadas ao longo do tempo.

As mulheres mais fortes do boulder

 

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Visited Vermont for the 1st time.it was beautiful. photo: @ben__bouchard

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Falando objetivamente, e em nível mundial,atualmente existem três nomes que se destacam na lista dos escaladoras mais fortes em boulder:

  • Ashima Shiraishi
  • Kaddi Lehmann
  • Mishka Ishi

Com apenas 14 anos, a norte-americana Ashima Shiraishi realizou em 2016 a primeira ascensão de uma linha graduada em V15 por uma mulher com”Horizon”, em Hiei, Japão. Antes disso, a escaladora de Nova York havia escalado “Golden Shadow” em Rocklands, África do Sul e “Phenomena” em Hinokage, Japão. Ambas as ascensões foram de graduação V14.

No ano de 2018, Kaddi Lehmann escalou “Kryptos” em Basler Jura, na Suíça, e se tornou a segunda mulher, depois de Ashima Shiraishi, a escalar um V15.

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Mishka Ishi fez a ascensão no ano passado de “Byaku-dou”, em Mount Hourai, Japão, com apenas 13 anos de idade, tornou-se a mais jovem e terceira escaladora do mundo a fazer o V15.

Voltando um pouco mais na história, a primeira mulher a escalar um V14 foi Tomoko Ogawa, em 2012, com “Catharsis”. Até o momento, apenas dez mulheres no mundo conquistaram esse diploma, incluindo Ogawa:

  • Ashima Shiraishi
  • Oriana Bertone
  • Shauna Coxsey
  • Alex Puccio
  • Isabelle Faus
  • Mile Heyden
  • Melissa Le Never
  • Anna Stohr

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