Bicuda do Taquaril: Relato do meu primeiro trekking

Para ser sincero, não esperava que o trekking fosse tão prazeroso. Como vinha de uma semana atribulada, queria aproveitar o contato com natureza para meditar um pouco e ter essa higiene mental. A ideia era não criar muita expectativa e aproveitar o momento.

Na verdade, o trekking foi agendado de última hora após conversar com o grupo CEP (Clube Excursionista Petropolitano) na sede e especialmente o sangue bom do Paulo Lucio que me convidou.

Bicuda do Taquaril: meu primeiro trekking

Foto: Divulgação/Clube Excursionista Petropolitano

Foto: Divulgação/Clube Excursionista Petropolitano

A saber, estava conversando com o CEP (Clube Excursionista Petropolitano) fazia algumas semanas para conhecer o local e história do clube. Afinal, é uma das entidades mais antigas do Brasil, fundada em 15 de maio de 1958.

  • Spoiler: na verdade, nem tanto, pois a ideia era de fazer algum colab com a turma do CEP. Dentro disso, no dia em que finalmente conseguimos marcar um presencial, conversamos e por sorte tinha uma excursão no mesmo final de semana. De fato, mais pra frente pode haver outros, porém nada agendado. Portanto, veremos.

E de novo, obrigado, Paulo, você é mil! O cara literalmente distribuiu conhecimentos e dicas a cada momento das conversas durante o domingo de trekking.

Como costumo dizer, se quer aprender, tem que agarrar as oportunidades. Ademais, fazia tempos que já planejava uma escalada ou algo relacionado na prática para testar os conhecimentos aprendidos.

Outro ponto é de conhecer o ambiente que se está para desempenhos e resultados mais assertivos em qualquer prazo. Em resumo, também já estava me apaixonando pelas filosofias de vida do trekking, montanhismo e afins. Era só questão de tempo.

Enfim, falemos da minha primeira vez…

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Antes de te contar sobre meu primeiro trekking…

Perdoem a falta de detalhes técnicos, na próxima trago mais retratos, porém nesta primeira experiência queria absorver mais que ficar relatando passo a passo. Um detalhe que até compartilhei com os amigos do Instagram foi o seguinte: quanto mais eu subia, mais lindo ficava a vista lá embaixo.

Como em tudo na vida gosto de observar, tentar aprender e olhar diferente, nessa subida fiz uma alusão sobre a vida. Mesmo que hajam cobras, pedras, obstáculos em sua caminhada ao cume pessoal ou profissional, continue, pois gradativamente a vista será melhor. Consequentemente, caso continue, terá chances de conquistar seu cume e uma vista de arrancar o fôlego mais ainda. Animou?

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Não é uma espécie de publipost, mas fica o registro

A título de informação, fui para o trekking com o grupo do CEP ao Brejal, região na cidade de Petrópolis — RJ. Usei os conhecimentos aprendidos com as pesquisas e escritos realizados no Blogdescalada, além de perguntar algo aqui e acolá aos mais experientes do clube. (Não pode ter vergonha de aprender, ainda mais quando esse conhecimento pode salvar sua vida.)

Levei lanches, doces, água e alguns suprimentos de primeiro socorros, especialmente álcool. Isso levo para todo canto. Bom ressaltar que tomei um reforçado café da manhã com pão, queijo, suco da fruta e café preto. Esse último também não pode faltar na minha rotina.

Confesso que a viagem do bairro Bingen até o Brejal não foi tão rápida, mesmo de carro. Demoramos em média de 1h30 a 2h até o sítio Jequitiba Mirim. (O endereço e contato estarão disponíveis no final deste relato.) Agradecimento especial também ao André Monnerat, responsável pelo local.

Em suma, o sítio Jequitiba Mirim tem um ambiente incrível e por um valor que vale muito. Piscina natural, almoço no fogão a lenha, uns pets bem receptivos, o som da água no córrego e, por último, mas não menos importante, as trilhas.

Início do trekking na Bicuda do Taquaril

Existe mais de uma trilha no sítio, mas a da vez era a Bicuda do Taquaril. No princípio, me senti o Maximus do filme “Gladiador” na subida, peguei um punhado de terra antes de começar… queria sentir cada detalhe daquela experiência, me conectar com aquele espaço. Tive receio de encontrar cobras na subida, mas conforme subia e olhava o paraíso a céu aberto, o desejo de conquistar o cume e ter um panorama mais belo nocauteou qualquer medo de continuar.

Foi engraçado, pois quando eu estava ficando cansado e preocupado de pisar numa cobra, parei e olhei para atrás. Ali, naquele momento, nada mais importava além de seguir e deslumbrar um pouco daquela bela vista também, claro. Cada parada para respirar era uma sedução de paisagem. Parecia que só aquilo era suficiente, um combustível maior que o lanche para repor as energias e conquistar o cume.

Para ser sincero, nem senti vontade de parar para comer. O grupo estava equipado com material e alimentos para a subida, mas eu estava tão empolgado com a paisagem que só queria conquistar o cume. Alguns estavam bem equipados, eu fui bem “basicão” (roupa segunda pele, camiseta, bermuda e bota), salvo a mochila. Se soubesse que usaria tão pouco dos suprimentos teria deixado boa parte na base do sítio, mas fica a experiência.

Alguns metros depois da largada, a subida começou a ficar mais íngreme e como Petrópolis estava com clima chuvoso (a famosa Chuvópolis), o trajeto requeria um pouco de atenção. Em um determinado ponto, foi necessário o uso da corda para seguir. Eu não queria parar antes do cume, estava realmente empolgado (e detalho mais dessa empolgação em breve).

Enfim, alguns optaram por descer no trajeto, visto haver começado a chover e, de fato, a subida estava molhada, além de poder ser realizada em outra oportunidade. Pra que meter o loco?

Reta final do trekking e aprendizados

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Física e psicologicamente eu estava em ótimas condições de seguir. No entanto, chegou um momento em que nos deparamos com umas lajes de pedras escorregadias. De um grupo com cerca de 12 pessoas, somente cinco avançaram. Avaliei o melhor trajeto, a corda não seria muito útil, portanto, precisava ser eu e minha pouca experiência. Diante disso, optei por descer também.

Como numa prova de resistência, menos da metade do grupo seguiu e eu não era um deles. Confesso que realmente queria aquilo. Chegar aqui e relatar para vocês: “gente, vim compartilhar meu primeiro trekking e com um cume já conquistado!” Porém, faz parte. Assim como na vida, precisamos medir os riscos, nossos limites, nos preparar mais e conquistar no retorno a caminhada.

E aí que minha empolgação entrou em perspectiva também, pois entendi um pouco da vaidade e ego de quem já tem um pouco mais de experiência e se desafia até quando a melhor opção é recuar.

Você vai superando obstáculos e olhando aquela paisagem… você só pensa, falta pouco, vou conseguir. Olha o quanto já ganhei, mais um pouquinho e estarei no topo! Poderei desfrutar da conquista e fazer aquela foto para mostrar nas redes sociais (porque hoje parece que isso não pode faltar, né?).

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Contudo, coloquei a cabeça no lugar, porque a adrenalina na subida só aumentou, e desci. No geral, foi uma baita experiência. Por mais que não tenha conquistado o cume na Bicuda do Taquaril, valeu muito o aprendizado e já me associei ao CEP para novas excursões.

Conclusões tiradas deste trekking

  • Assim como na vida, precisamos medir os riscos, nossos limites, nos preparar mais e conquistar no retorno a caminhada. Lembre-se: conhecer o ambiente que se está e a ti mesmo é sinônimo de eventuais desempenhos e resultados mais assertivos.
  • Entender seu ego e controlá-lo: é muito fácil ser tomado pela vaidade de seguir mesmo quando talvez a melhor opção é recuar. Esse lance de “olha o quanto já ganhei, mais um pouquinho e estarei no topo!” é perigoso. Portanto, conheça teus limites para não aparecer nas redes sociais como “procura-se fulano” invés de compartilhar sua conquista ou apenas uma bela experiência.
  • Por último, mas muito interessante é: mesmo que hajam cobras, pedras, obstáculos em sua caminhada ao cume pessoal ou profissional, continue, pois gradativamente a vista será melhor. Consequentemente, caso continue, terá chances de conquistar seu cume e uma vista de arrancar o fôlego mais ainda. Incrível que conforme você sobe, mais lindo fica a vista lá embaixo (reflexão para a vida em geral).

Contatos para agendamentos

Por fim, como prometido, deixo aqui o contato do responsável do sítio e rede social também. Fica aqui a aprovação da ótima comida na lenha, doces caseiros como a goiabada com queijo que escolhi e bebidas com bom preço.

Tomei apenas um shot de cachaça, mas eles são muito caprichosos. Até os sucos da fruta parecem drinks devido seus enfeites (escolhi o de laranja).

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Vale muito a pena, pois o almoço, que é bem servido, está incluso no Day use. Ou seja, você pode usar o espaço durante o dia, com trilhas, piscina de água natural, almoço e rede de descanso. Tem espaço para fogueira, na verdade, pode até ficar hospedado lá, basta agendar o período. Enfim, confira lá porque é nota mil e o André Monnerat (responsável do local) é outro sangue bom.

  • WhatsApp — André Monnerat: (21) 97221-4004;
  • Instagram do sítio: @jequitiba_mirim;
  • E-mail do sítio: [email protected];
  • CEP e endereço: 25.770-090. Brejal, Estrada do Rio Bonito, Petrópolis, Rio de Janeiro.

Foto destaque: Divulgação/Clube Excursionista Petropolitano

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