Bariloche e Patagônia: Haverá reabertura e medidas anti-COVID no verão?

Para os praticantes de montanhismo, escalada e até mesmo viagens de mochilão, a Patagônia é o destino de milhares de turistas. A melhor época para estas viagens é justamente no verão (21 de dezembro a 20 de março).

Mas como será (se é que irá acontecer) o turismo na Patagônia em tempos de COVID-19?

Argentina: O país da quarentena mais longa do mundo

Argentina possui a quarentena ininterrupta mais longa do mundo. As informações publicadas pelo governo argentino são vagas e as regras mudam a todo tempo por meio de decretos.

A 12.ª extensão da quarentena que o presidente Alberto Fernández foi anunciada nesta última sexta-feira. As medidas de restrição têm ênfase no interior do país, por onde o vírus avança. Localidades preferidas dos mochileiros e montanhistas, como a de El Chatén, El Bolsón e Tierra del Fuego, foram as que tiveram a quarentena endurecida.

Somente na capital federal de Buenos Aires, onde o número de casos está em queda, deverá haver flexibilizações.

Apesar dessas rígidas restrições em vigor, os números mostram que a quarentena como única ferramenta de combate ao vírus na Argentina fracassou. Embora haja uma quarentena vigente no país, cada vez mais as pessoas furam as restrições.

Assim como o Brasil, a Argentina optou por não testar massivamente a população. O país adotou a extensão da quarentena como único instrumento para conter o avanço da doença. Os poucos testes que as autoridades de saúde argentina faz também colocam o país com a taxa positiva mais alta do mundo.

O interior da Argentina, onde está justamente a região da Patagônia, não se preparou de forma eficaz e, consequentemente, várias cidades estão com o nível de ocupação dos leitos de UTI entre 80% e 90%.

Conforme estabelecido, os governos provinciais continuam a manter o poder de, em caso de detecção de situações de risco de propagação do vírus, ordenar o isolamento preventivo das pessoas que entram nas províncias e são provenientes de outras jurisdições por um período máximo de 14 dias.

Turismo restabelecido?

Ainda não houve nenhum anúncio oficial do presidente argentino Alberto Fernández sobre a retomada dos voos turísticos regulares. Havia a expectativa que acontecesse no final de semana.

O que abre a esperança para as companhias aéreas, além de muita especulação, é que a Argentina 2000 (empresa responsável pela administração dos principais aeroportos da Argentina) já tem tudo pronto para as operações de retorno.

Foram oito meses sem que os argentinos pudessem deslocar-se de uma província a outra.

O Ministério dos Transportes da Argentina antecipou que será o governo executivo que autorizará o retorno depois de quase oito meses, mas que caberá aos governadores decidir se aceitam os voos.

Em contrapartida, começam na próxima semana, em aproximadamente em 15 províncias, uma primeira fase de funcionamento de voos. Porém, estes voos não são para turismo, mas sim para trabalhadores “essenciais” ou tratamentos médicos.

Um teste piloto para estabelecer o turismo está sendo feito justamente em Bariloche. Províncias argentina como a de Santa Cruz (onde fica El Chaltén outros destinos de montanhismo), já se declarou contra aceitar voos ou ônibus de turismo.

Teste piloto: Bariloche

A proposta que acaba de ser autorizada contempla uma série de protocolos e procedimentos rígidos para todos os atores envolvidos: turistas, estabelecimentos hoteleiros, restaurantes, lojas, transportadores e prestadores de serviços turísticos.

Com a publicação da Decisão Administrativa nº 1819/2020 da Sede do Gabinete de Ministros da Nação publicada hoje no Diário Oficial, a proposta piloto para a chegada de turistas a Bariloche foi formalmente autorizada.

Para o plano de reabertura turística, que começa em 16 de outubro, o teste COVID-19 (24 horas antes de entrar no destino) foi adicionado como requisito para entrar em Bariloche.

No caso dos turistas (com uma quota de 500 nesta primeira fase) terão de cumprir vários requisitos:

  • Atestados médicos que garanta que não fazem parte do grupo de risco
  • Declaração de que não apresentam sintomas compatíveis com COVID-19
  • Aplicativo “Circulation RN” com a autorização de circulação devidamente aprovada
  • Seguro de viagem que inclua todas as despesas vinculadas a um possível contágio (swabs, hospitalizações, medicamentos, retorno à saúde, isolamento em hotel para 10 pessoas noites, etc).

Cumpridas todas essas condições, o eventual turista poderá fazer uma reserva em um dos estabelecimentos de hospedagem autorizados a participar desta experiência piloto, a qual estará disponível em site específico acessado no site do Emprotur:

A estadia máxima autorizada será de 6 noites e 7 dias. Esta reserva oficial deve ser apresentada nos controles de entrada da cidade.

Mesmo com todas essas restrições, a medida publicada hoje no Diário Oficial da Argentina representa a retomada da aviação comercial no território argentino. A atividade esteve suspensa por sete meses, em decorrência da pandemia COVID-19.

A medida também habilita, com restrições, ônibus de longa distância.

Este plano piloto em Bariloche, assim como os números de contágio nas outras províncias, são essenciais para a temporada de turismo no país. Caso o panorama não melhorar até meados de novembro, a temporada de turismo na Patagônia, assim como em Mendoza (ou seja, não haverá Aconcágua) podem ser canceladas.

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