Várias fontes apontam que os helicópteros teriam resgatado mais de trinta pessoas com sintomas de COVID-19 do Acampamento Base do Everest (5.364 m). O governo nepalês adota a estratégia do silêncio e da negação de que haja um problema de infecção no Acampamento Base do Everest.
O polonês Pawel Michalski é uma das fontes de informação a respeito destes resgates e transferências. Este montanhista, que atualmente é membro de uma expedição ao Monte Everest, ocupa um lugar na primeira fila.
Outras fontes, mais discretas, mencionam de 5 a 8 resgates por dia. Oficialmente, porém, nada aconteceu. As agências de operação de turismo de montanha adotam a mesma estratégia do governo nepalês: silenciar sobre o assunto na esperança que ele suma.
A censura e o negacionismo nepalês
Acampamento Base do Everest
Não há números oficiais positivos para infecções de COVID-19 no Acampamento Base do Everest, embora fontes não oficiais classifiquem esse número já perto de quarenta pessoas. Enquanto isso, o governo nepalês mantém sua política de sigilo e silêncio total sobre a situação pandêmica no Everest.
As autoridades não confirmaram nenhum caso e, paralelamente, continuam a tramitar permiss de subida. Até 28 de abril, já eram 408 licenças emitidas para subir o Monte Everest. Uma série de licenças que representam uma receita de US$ 4,2 milhões para os empobrecidos cofres do estado nepalês.
A equipe médica do acampamento base comunicou “casos confirmados de COVID-19 com resgate do acampamento base” há uma semana. De acordo com várias fontes, autoridades nepalesas deixaram claro aos operadores de expedições que não têm interesse em divulgar o que está acontecendo no Acampamento Base do Everest.
Por outro lado, as agências de turismo de montanha, não querendo ser prejudicadas na próxima temporada quando solicitarem licenças de escalada, aceitariam a censura. No acampamento base, placas e cordas floresceram para demarcar as diferentes equipes e encorajar todos a ficarem longe.
Mesmo assim, algumas equipes, às vezes formadas por dezenas de escaladores, posam em fotos de família sem máscara e sem respeitar as distâncias. Some-se a isso a qualidade relativa dos testes de PCR realizados na chegada ao Nepal. Há veículos que apontam a situação como uma verdadeira bomba-relógio.
