Qual o melhor: alimentos desidratados ou liofilizados? Toda pessoa que pratique uma atividade de excursionismo, como trekking ou hiking, tem como principal preocupação o peso que carrega. Toda quantidade de carga que se coloca na mochila, incluindo a própria mochila, é um fator de preocupação preponderante para o excursionista (lembrando que todo praticante de trekking ou hiking é um excursionista).
Dentre aquilo que não pode faltar nunca na mochila é comida e água. Todo o restante pode ser minimizado ou até mesmo eliminado (dependendo da importância do equipamento para atividade). Como água é possível somente personalizar o seu continente, uma dos segredos para quem se prepara para um trekking é conseguir minimizar o peso dos alimentos.
Daí está o segredo que os praticantes mais experientes já descobriram há tempos: alimentos desidratados. Importante frisar que alimentos secos (como sementes, massas e óleos) não significa o mesmo que alimentos desidratados (produtos que passam por um processo de perda de água).
A desidratação é uma das técnicas mais antigas de conservação de alimentos, efetuada pelo homem desde a pré-história. Frutas, grãos, nozes e carnes eram expostas ao sol e ao vento para secarem e assim formarem uma reserva na entressafra.
Como não há água nestes alimentos desidratados, não há forma de microrganismos se desenvolverem. O que os alimentos desidratados perdem é apenas a água não havendo perda de nutrientes. Alimentos desidratados são altamente nutritivos, como as frutas, por exemplo. Eles são de fácil consumo e acompanham perfeitamente o metabolismo atlético.
Alimentos liofilizados
Os Incas formaram o maior império existente na América do Sul, com territórios que se estendiam por mais de 4.000 km. Com uma tecnologia de agricultura muito avançada, se comparada com os europeus que chegaram ao continente americano, foram eles que desenvolveram os alimentos liofilizados.
Portanto, se alguém fizer a pergunta de que comida liofilizada é comida de astronauta na montanha, o corrija. Na verdade a comida liofilizada SEMPRE esteve nas montanhas, graças aos Incas.
Apesar das técnicas terem melhorado muito, há muitos séculos já se utilizava o princípio da liofilização para conservar as batatas. Depois da colheita as descascavam e as punham de noite ao relento para que congelassem. Durante o dia, a batata congelada ficava secando ao sol, o que provocava a evaporação de sua umidade. Repetindo este ritual durante vários dias, as fibras da batata podiam ser conservadas até durante um ano.
Já na Segunda Guerra Mundial foi quando desencadeou rapidamente o desenvolvimento do processo de liofilização. O ministério da Defesa norte-americano viu na liofilização o modo ideal para conservar durante mais tempo o plasma sanguíneo e a penicilina.
Algumas décadas depois, também a NASA descobriu as vantagens e utilizou este método para diminuir ao máximo o peso das cargas de alimentos nas suas naves espaciais. O processo é até hoje utilizado e, por causa disso, que os alimentos liofilizados ganharam o nome de “comida de astronauta”.
De maneira simplista, alimentos liofilizados é um tipo alimento desidratado. Mas sua definição, por passar por vários processos de fabricação, é merecedora por sua praticidade como produto final. Desde 1960 já apareceram mais de 400 tipos de alimentos liofilizados nas prateleiras dos supermercados. O mais conhecido é o café liofilizado.
A liofilização é um processo de desidratação usado para preservar alimentos perecíveis, princípios ativos, bactérias, etc. Nesse processo os alimentos são congelados e a água é retirada por sublimação, sem que passe pelo estado líquido. A aplicação do vácuo elevado na liofilização faz com que o gelo sublime muito mais rapidamente, tornando um processo de secagem concluído.
A liofilização funciona para qualquer alimento que tenha uma estrutura química ideal para congelar e que depois que o gelo seja sublimado, não altere as suas características.
Desidratados versus liofilizados – Qual o melhor?
O processo de liofilização tornou interessante o seu consumo para os praticantes de atividades outdoor. Os alimentos liofilizados são refeições pré cozidas e, posteriormente desidratadas. Porém nesse processo de desidratação, retira-se 98 a 99% da água. Assim chegam a impressionantes 25 anos de validade.
Refeições liofilizadas podem ser preparadas de maneira bem simples, o que a torna interessante para quem não possui muita habilidade com a cozinha ou preparação de alimentos em um camping. Para comidas liofilizadas, basta adicionar água, esperar alguns poucos minutos e ela está pronta para consumo.
Alimentos desidratados podem perder até 95% de umidade (desidratados feitos em casa podem remover apenas 70% da água). A maioria dos alimentos desidratados possuem uma vida útil de até 15 anos. Sua desvantagem é que demora mais tempo para ser cozida (algumas demoram até 20 minutos).
Por causa da quantidade de água, um mesmo produto desidratados é mais pesado que o seu equivalente liofilizados. Porém deve-se prestar atenção ao peso do mesmo produto, que renda a mesma porção, de cada uma das técnicas de redução de água do alimento.
Mas qual é o MELHOR? Tudo depende da quantidade de água que se tem disponível para prepará-las. Pois um alimento liofilizado demanda maior quantidade de água para ser preparado do que um desidratado.
Como no mercado há diversas marcas comidas liofilizadas e desidratadas, é interessante preparar uma refeição antes da atividade para saber quatro características:
- Sabor
- Quantidade de água no preparo
- Peso do produto
- Tempo de preparo
Após a avaliação destes quatro requisitos é que é possível saber com exatidão qual é o melhor, para você, e para a sua atividade.

Argentina de nascimento e brasileira de coração, é apaixonada pela Patagônia e Serra da Mantiqueira.
Entusiasta de escalada, trekking e camping.
Tem como formação e profissão designer de produto e desenvolve produtos para esportes de natureza.