Alberto Ginés Lopez torna-se o primeiro escalador a ganhar ouro em Olimpíadas

O escalador espanhol Alberto Ginés Lopez, de apenas 18 anos, surpreendeu a todos, e tornou-se o primeiro escalador da história a ser medalhista de ouro em uma Olimpíada. Lopez, que de acordo com o site woguclimbing.com, estava sendo menosprezado pela TV estatal pública da Espanha (que sequer transmitiu as provas de escalada), ganhou a terceira medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio 2020.

O espanhol foi acompanhado no pódio pelo norte-americano Nathaniel Coleman, prata, e pelo austríaco Jakob Schubert, bronze. As provas finais de escalada esportiva tiveram todos os ingredientes dramáticos e inesperados que a cúpula da Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC) sonhava.

Entretanto, finalizado a primeira final olímpica da história, o IFSC necessita rever várias das regras e formato. Com uma fase classificatória longuíssima, além de entediante, o formato combinado precisa ser revisto urgentemente.

Além disso, a modalidade de escalada de velocidade, além de sua exagerada importância em nome de teorias que, até o momento, não foram comprovadas, necessito ser revisto para não gerar discrepância fora da realidade entre os resultados.

Caso o IFSC deseja realmente a popularização do esporte, além de cair nas graças das transmissões de TV, necessita repensar tudo isso (além de discutir de maneira razoável os direitos de transmissão de suas etapas) para não deixar a escalada olímpica morrer prematuramente em Los Angeles 2028.

Classificação final masculina

Há ainda as finais da categoria feminina amanhã, novamente com twitch da Revista Blog de Escalada (como fez todos os dias).

A “transmissão alternativa” é uma maneira de contornar a atitude de diversas redes de televisão, do Brasil e no exterior, de esnobarem solenemente a escalada esportiva e deixarem os fãs e curiosos do esporte sem alternativas de narração e comentários de especialistas.

  1. Alberto Ginés (Espanha): (1 x 7 x 4) 28 pontos
  2. Nathaniel Coleman (EUA): (6 x 1 x 5) 30 pontos
  3. Jakob Schubert (Áustria): (7 x 5 x 1) 35 pontos
  4. Tomoa Narasaki (Japão): (2 x 3 x 6) 36 pontos
  5. Mickäel Mawem (França): (3 x 2 x 7) 42 pontos
  6. Adam Ondra (Reública Tcheca): (4 x 6 x 2) 48 pontos
  7. Colin Duffy (EUA): (5 x 4 x 3) 60 pontos
  8. Bassa Mawem (França): DNS

Velocidade – O peso excessivo da modalidade na classificação

Gines Lopez

Foto: Dimitris Tosidis/IFSC

A disciplina de escalada de velocidade começou com um ambiente constrangedor, pois Bassa Mawem não pôde participar devido a uma lesão no bíceps, que apresentou ruptura total do tendão o obrigará a passar por uma cirurgia e ficar em licença médica por cerca de seis meses. A

ausência deu uma vantagem enorme, em termos de pontuação combinada, para o favorito Adam Ondra que mesmo com o pior tempo dos oito finalistas, garantiu o quarto lugar desde o início.

Por outro lado, o norte-americano Colin Duffy e espanhol Alberto Ginés Lopez viram suas perspectivas melhorarem, já que quem vencesse o duelo enfrentaria o tcheco nas semifinais.

Foi o que aconteceu, Alberto Ginés Lopez venceu com facilidade Duffy (oitavas) e Ondra (semis), chegando às finais contra o favorito Tomoa Narazaki (que venceu Jakob Schubert e Mickäel Mawem).

Tomoa Narasaki era o grande favorito na final. Na prova o japonês escalou muito forte, para impor sua superioridade, mas imediatamente cometeu um erro que o deixou fora da corrida.

O espanhol só precisou manter o ritmo para garantir a vitória com o tempo de 6,42 segundos.

Boulders malucos possibilitam poucos tops

Foto: Jeff Roberson | AP

Nathaniel Coleman foi o melhor classificado no bouldering, depois de resolver dois das três linhas. A final foi disputada em três linhas, em vez das quatro na qualificação.

Os escaladores tiveram apenas quatro minutos para tentar resolvê-los, após terem feito uma visualização de dois minutos em cada um no início da prova. Nesta ocasião, a organização providenciou para que todos os participantes escalassem uma agarra por vez, para privilegiar o interesse da televisão.

A primeira linha, B1, que exigia equilíbrio, foi o ‘boulder da felicidade’. Com exceção dos espanhol Alberto Ginés Lopez, todos conseguiram fazer top, fazendo a felicidade do público e da transmissão da TV.

Porém, os outros dois, eram futuristas e não houve tops, causando discrepância na classificação e anulando praticamente o peso do resultado obtido na disciplina. A segunda linha, B2, apresentava uma caminhada em salto em módulos antes de um grande salto para um volume suspenso.

Nesse volume, uma borda inclinada azul fornecia algo para segurar o balanço original, mas nada para conter o ‘back swing’. Ninguém fez top.

A terceira linha, B3, girava em torno da rotação de longos volumes triangulares, que se assemelhavam como um leque. Visualmente o design agradava, mas a dificuldade se mostrou excessiva.

Enquanto a zona parecia relativamente fácil de alcançar, o top parecia enigmático e nenhum atleta conseguiu. Assim, todos os atletas chegaram à zona, dando assim a vitória a Nathaniel Coleman.

Escalada guiada: top e muitas emoções

O escalador espanhol Alberto Ginés Lopez conseguiu terminar em quarto na disciplina de vias guiadas, posição que, combinada com o primeiro lugar na velocidade e o sétimo no boulder, o colocou na primeira posição geral.

Assim, para espanto de muitos, foi provada de maneira prática a influência excessiva da pontuação na escalada de velocidade.

O resultado final não foi revelado até o último segundo. Restava apenas Jakob Schubert para escalar e austríaco parecia não ter seu dia. Mas Schubert deu um verdadeiro espetáculo de cadência, equilíbrio e resistência física, alcançando o único top da disciplina de escalada guiada.

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