O termo montanhista (pessoa a qual pratica o montanhismo) é largamente utilizado aqui na Revista Blog de Escalada. Talvez seja dos adjetivos mais utilizados em todo o site. Porém sempre fica no ar uma pergunta: Você sabe o que é montanhismo?
Rapidamente procurando no dicionário há a seguinte definição:
Esporte definido pela ação de alcançar o topo de uma montanha e/ou de mais montanhas: a escalada ao Mont Blanc é considerada como o marco zero do montanhismo. Ação de fazer excursões, caminhadas em grupo por montanhas: o Dedo de Deus é o símbolo do montanhismo brasileiro.
A explicação acima foi tirada do site Dicio.
O que é montanhismo?
A palavra montanhismo é aplicada para designar a atividade de subir montanhas através de caminhadas ou escaladas.
Em um sentido mais amplo, considerado mais moderno e adequado à atualidade, é toda atividade ligada á montanha pois, etimologicamente falando, montanhismo vêm da junção de duas palavras
Montanha + ismo
Ao contrário do que simplistas pregam, o sufismo ISMO não é somente a designação de uma doença. De origem grega “ismo” é usado usamos para indicar “doutrina, escola, teoria ou princípio artístico, filosófico, político ou religioso”; “ato, prática ou resultado”; “peculiaridade”; “ação, conduta, hábito, ou qualidade característica”. A definição foi tirada de dicionário Aurélio.
Mas o sentido do sufixo ISMO pode ser obtido em qualquer dicionario da língua portuguesa de sua preferência.
Por ser o berço do montanhismo a cordilheira dos Alpes, o termo é constantemente considerado o mesmo que alpinismo. Este tipo de presunção é errônea e equivocada.
Aplicando no contexto esportivo, o montanhismo designa a prática de toda a atividade em condições de média montanha (até 2.500 m).
A escalada é uma das disciplinas base do montanhismo e, por isso, não devem ser consideradas sinônimos. Como o montanhismo é um conjunto de disciplinas, é errôneo considerar uma parte como sendo o todo. Utilizando uma metáfora para que a explicação fique clara: nado sincronizado faz parte de esportes aquáticos, mas não deve ser encarado como o sinônimo de toda a modalidade.
Alpinismo, Andinismo e Himalaísmo
A partir da definição de montanhismo, é importante dizer que o termo alpinismo, largamente utilizado pela mídia tradicional, é uma espécie de aplicação das disciplinas do montanhismo nos Alpes. Da mesma maneira os termos Andinismo e Himalaísmo são designações para a prática do montanhismo nos Andes e Himalaia.
Seria isso um preciosismo de teóricos do esporte? Não exatamente, pois a cada um destes termos há técnicas e situações bastante distintas, embora para o leigo pareçam muito parecidas.
Suas origens e tradições possuem características típicas das regiões as quais é aplicadas. O termo é designado para a prática do montanhismo em montanhas acima de 2.500 metros acima do nível do mar, mas na comunidade de praticantes de montanhismo convencionou-se que a atividade de alta montanha é apenas acima de 4.000 m.
A justificativa é de que é necessário a existência de picos nevados.
Alpinismo: Atividade esportiva de alta montanha (acima de 2.500 m na teria e 4.000 m “na prática”) que exige uma muito boa condição física, além de equipamento de montanha apropriado, conhecimento de técnicas de progressão. Geralmente a presença de um guia de alta montanha com uma formação específica. É considerado dentro do montanhismo uma modalidade específica de ascensão a montanhas inferiores a 5.000 metros de altura acima do nível do mar.
Andinismo: Atividade esportiva de alta montanha (acima de 2.500 m na teria e 4.000 m “na prática”) com as mesmas exigências que o alpinismo, mas com técnicas e filosofias específicas para montanhas inferiores a 7.000 metros de altura acima do nível do mar. Estas práticas e conhecimentos específicos são aplicados na Cordilheira dos Andes.
Himalaísmo: Atividade esportiva de alta montanha (acima de 2.500 m na teria e 4.000 m “na prática”) com as mesmas exigências do Andinismo, mas com técnicas e filosofias específicas para montanhas acima de 8.000 metros de altura acima do nível do mar. Estas práticas e conhecimentos específicos são aplicados no Himalaia.
Estas distinções podem parecer muito similares, mas se aplicam em diferenças logísticas, uso de equipamentos e planejamento de ataques ao cume e descenso. Fazem parte da particularidade de cada uma destas atividades detalhes que são fundamentais como preparação física, aclimatação, recursos e meteorologia.
Portanto um escalador não é o mesmo que um montanhista, que não necessariamente é um alpinista, que por sua vez não é o mesmo que andinista, o qual também não é o mesmo que um himalaísta.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.