Acontece todos os anos a feira Adventure Sports Fair, que tem como premissa trazer as maiores novidades do mundo outdoor (roupas , equipamentos e pacotes de turismo) para o público em geral.
Nos últimos anos estavam sendo realizadas em um local de extremos difícil acesso, e, aliado a este fator, os itens divulgados na feira era totalmente desinteressante para qualquer entusiasta de esportes de aventura.
Não sei quem é a acessoria de marketing e programação de eventos da feira, mas somente pela notícia que terá “Gelo da Patagônia” (entre outras notícias de novidades não tão novas e desprezadas outrora) novamente na feira (desta vez realizada em local apropriado e de fácil acesso) mostra que os organizadores não aprenderam com os próprios erros.
A feira que teria tudo para ser um ícone no mundo outdoor, é, talvez, um dos maiores exemplos de “como não fazer”. A feira na opinião da grande maioria do público interessado é o maior desperdício de tempo e dinheiro da história do universo outdoor.
Há ainda promoções e eventos iguais (e de baixa qualidade) à edições passadas, que repetem os mesmos erros do passado como se o público fosse sem memória e sem conhecimento nenhum.
Continuam chamando as mesmas empresas que na verdade são verdadeiros parasitas do esporte, e somente contribuem para que o esporte de natureza (incluindo aí a escalada) fique cada vez mais desmoralizado com os potenciais patrocinadores e público.
O comportamento da organização e divulgação da feira hoje é o mesmo de times que “pedem” para serem rebaixados em campeonatos de futebol. Contratam “boleiros” em vez de jogadores, aumenta o preço dos ingressos assustanto a torcida, e contrata pessoas incompetentes para serem o técnico.
O mesmo acontece quando uma empresa contrata as pessoas erradas para cargos errados.
Quando a feira deixar de existir daqui a alguns anos(porque é inevitável acontecer se portando assim) vão culpar o Brasil, o governo, Deus e quem mais não ajudou a levar adiante idéias estapafúrdias como trazer gelo da Argentina.
Quanto mais o Brail se desenvolver, mais terá de fazer eventos para um público cada vez mais exigente. Realizar um evento somente para dizer que há um, é dar um tiro no pé.
Gostaria muito de poder elogiar aqui a idéia e a iniciativa da realizar a feira (não estas bobagens de gelo pagagônico).
Porém de “boas intenções” o inferno está cheio, e continuar a incentivar pessoas sem o mínimo de capacidade para organizar a feira, e ainda insistir em chamar sempre os mesmos canastrões para fazer sempre mais do mesmo, merece apenas o desprezo.
Lembrando que , na feira, praticamente NENHUM equipamento é vendido, e sim, apenas exibido como peças de museus a um público não capaz de pagar. Ao portar o nome “feira” esperava-se no mínimo comprar algum produto.
Recomendo a TODOS, que NÃO VÁ À FEIRA, e que guarde o dinheiro para visitar algum outro lugar mais interessante do que este evento ridicularmente organizado e divulgado.
O evento é o equivalente para os praticantes e entusiastas de atividades outdoor como o logotipo horrendo e medonho da copa do mundo de 2014 é para os designers do Brasil e do mundo.
Na área de aventura, ainda estamos no terceiro mundo. Somente boicotando que mostraremos que do jeito que está não pode mais ficar.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.