Desde os tempos remotos os aditivos alimentares estão presentes na alimentação humana.
As civilizações antigas já utilizavam o cloreto de sódio (sal) para conservar carnes e peixes. São diversas as finalidades do seu uso tais como aumentar o tempo de conservação, atribuir ou realçar características dos alimentos.
Com o processo de industrialização e a vida moderna cada vez mais tem sido empregado o uso de aditivos alimentares. Hoje é quase impossível achar alimentos no supermercado que não possuam nenhum tipo de aditivo químico.
Segundo a Legislação Brasileira (Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA) aditivo alimentar é todo e qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos sem o propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento.
Os aditivos utilizados na produção de um determinado alimento devem ser obrigatoriamente discriminados em sua embalagem e incluídos no fim da lista de ingredientes com o seu nome ou seu código INS (Sistema Internacional de Numeração de Aditivos Alimentares).
Vide tabela de códigos INS em: http://www.anvisa.gov.br
Eles se classificam de acordo com a sua função em agentes conservantes (antioxidantes ou antimicrobianos), acidulantes, emulsificantes, estabilizantes, espessantes, umectantes, antiumectantes, corantes, flavorizantes (realçadores de sabor) e adoçantes.
- Antioxidantes – substância que retarda o aparecimento de alteração oxidativa no alimento.
Exemplo: ácido ascórbico (INS 300) – presente em sucos industrializados.
- Acidulante – substância que aumenta a acidez ou confere um sabor ácido aos alimentos.
Exemplo: ácido cítrico (INS 330) – presente em refrigerantes.
- Emulsificante – substância que torna possível a formação ou manutenção de uma mistura uniforme de duas ou mais fases imiscíveis no alimento.
Exemplo: sorbitol (INS 420) – presente em margarinas, chocolates.
- Estabilizante – substância que estabiliza, mantém ou intensifica a cor de um alimento.
Exemplo: hidróxido de magnésio (INS 528) – presente em biscoitos, sorvetes, achocolatados.
- Espessante – substância que aumenta a viscosidade de um alimento.
Exemplo: goma arábica (INS 414) – presente em gelatina, sorvete, maionese.
- Umectante – substância que protege os alimentos da perda de umidade em ambiente de baixa umidade relativa ou que facilita a dissolução de uma substância seca em meio aquoso.
Exemplo: glicerina (INS 422) – presente em balas, chocolates.
- Antiumectante – substância capaz de reduzir as características higroscópicas dos alimentos e diminuir a tendência de adesão, umas às outras, das partículas individuais.
Exemplo: carbonato de cálcio (INS 170i) – presente no leite e temperos em pó.
- Corante – substância que confere, intensifica ou restaura a cor de um alimento.
Exemplo: tartrazina (INS 102)
- Flavorizantes – substância que ressalta ou realça o sabor/aroma de um alimento.
Exemplo: glutamato monossódico (INS 621) – presente no molho shoyu
- Edulcorante/Adoçantes – substância diferente dos açúcares que confere sabor doce ao alimento.
Exemplo: aspartame (INS 951)
O uso indiscriminado dos aditivos alimentares, advindo da industrialização e da necessidade de aumentar a vida útil dos alimentos, a longo prazo pode trazer malefícios à saúde e tem gerado grandes questionamentos.
Diversos estudos apontam reações adversas aos aditivos como desencadeamento de alergias, alterações de comportamento e até câncer. Sendo as crianças a parte da população mais vulnerável, uma vez que, pequenas doses podem ser muito prejudiciais e também devido ao fato de que grande parte dos produtos encontrados no mercado voltados para esse público estão cheios de aditivos alimentares.
Alguns corantes artificiais como a eritrosina, tartrazina, amarelo crepúsculo e vermelho 40 têm sido investigados por seus efeitos mutagênico e carcinogênicos.
Estudos têm mostrado que essas substâncias podem afetar o processo de divisão celular o que pode contribuir para incidência de câncer.
E a tartrazina é um dos corantes mais utilizados no mundo.
Diversos estudos têm feito relação entre o consumo excessivo de guloseimas (doces, balas, sorvetes, gelatinas, refrigerantes) e o aparecimento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em crianças.
Nas últimas décadas as pessoas têm mudado os seus hábitos alimentares e cada vez mais têm consumido produtos industrializados, deixando de lado os alimentos frescos e naturais, dessa maneira, o consumo de aditivos alimentares têm sido exorbitantes e apesar das várias pesquisas nessa área, ainda não temos a real noção do impacto desse consumo a longo prazo.
Uma coisa é certa que esse tipo de dieta foge da naturalidade biológica e pode trazer muitos malefícios à saúde.
Aditivos prejudiciais à saúde
Entre os diversos aditivos os mais prejudiciais à saúde são:
- ácido benzóico (INS 210)
- alumínio (INS 173)
- amaranto ou bordeaux s. (INS 123)
- amarelo crepúsculo (INS 110)
- benzoato de sódio (INS 211)
- butil-hidroxiansiolo – BHA (INS 320)
- butil-hidroxitolueno – BHT (INS 321)
- dióxido de titânio (INS 171)
- Eritrosina (INS 127)
- etilenodiaminatetracetato de cálcio dissódico –EDTA (INS 385)
- tartrazina (INS 102)
- vermelho ponceau 4R (INS 124)
- ácido fosfórico (INS 338)
- ácido glutâmico (INS 620)
- cochonillha (INS 120)
- fosfato de potássio (INS 340)
- glutamato monossódico (INS 621)
- nitrato de potássio (INS 252)
- nitrato de sódio (INS 251)
- nitrito de potássio (INS 249)
- nitrito de sódio (INS 250)
- propileno glicol (INS 405)
- sorbitol (INS 420)
- vermelho 40 (INS 129)
Dica Saudavel
Leia sempre os rótulos e fuja de produtos que contenham muitos aditivos e se possível tente resgatar hábitos alimentares mais saudaveis, evitando os produtos industrializados e consumindo mais alimentos frescos e naturais.
Nutricionista na Empresa IBITI Montanhismo e Escalada, formada pela Universidade de Brasília (UnB), especializada em Avaliação e Terapia Nutricional de Paciente Renais, cursando Pós-Graduação em Nutrição Funcional. Cursos de extensão na área de bioquímica e patologias e na área de nutrição esportiva.
Conforme o Carmelo disse, faltou falar sobre os substitutos seguros para esses componentes. A indústria pensa que cores fazem muita diferença, quando queremos apenas saborear algo sem medo de por a saúde em risco.
Faltou nestá matéria informar quais possíveis substitutos destes ingredientes utilizar nos alimentos, e.g. , corantes naturais, etc
Muito importante esta matéria, obrigada por compartilhar.
Muito interessante, obrigada!