Adam Ondra e Janja Garnbret dominam primeira etapa da Copa do Mundo do IFSC

A Copa do Mundo de Escalada do IFSC voltou. Adam Ondra e Janja Garnbret, os favoritos na primeira rodada da Copa do Mundo de boulder de 2021, não decepcionaram e confirmaram seu reinado na escalada esportiva.

Dominada por uma atmosfera de otimismo e esperança, o retorno da Copa do Mundo de Escalada Esportiva do IFSC, para a modalidade de boulder, evidencia sinais de recuperação de uma normalidade que o mundo perdeu há mais de um ano. Além disso, serviu também para termos um panorama do que iremos ver nas Olimpíadas de Tóquio.

A cidade suíça de Meiringen foi mais uma vez o cenário para o primeiro evento de boulder da temporada, que aconteceu nos dias 16 e 17 de abril. O muro e a configuração das vias do evento suíço sempre são sinônimos de qualidade e essa edição não foi exceção.

Na cidade suíça os atletas encontraram marcas novas agarras: Cheeta e Flathold. Assim os route setters Pierre Broyer, Gen Hirashima, Remi Saryn, Manuel Hessler e Laurent Laporte tiveram todo um novo arsenal para fazer a volta das competições ser bem competitiva. E foi, ao menos para uma boa parcela dos atletas.

Imbecilidade nos direitos da copa do mundo para América do Sul

Esperava-se grande audiência na transmissão de streaming através do canal YouTube da Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC). Mas, ao menos para a América Latina o que se viu foi a repetição do que todos os espotes já conhecem: A pouca visão dos editores e administradores no continente sul-americano, aliada a uma crônica miopia de mercado dos proprietários destas redes, se confirmou na ausência de transmissão.

A rede de TV Responsável pelos direitos na América do sul sequer responderam aos emails e tentativas de contado da Revista Blog de Escalada. Assim, mesmo por YouTube, para os interessados na América do Sul, não aconteceu.

A venda dos direitos de transmissão inviabilizou a transmissão via YouTube para a América Latina, que, assim, ficou sem qualquer audiência do evento.

Ao menos na Europa o público que não pôde estar presente na competição, pode por meio das redes sociais fornecer o calor do público. O IFSC estreou no microfone Matt Groom acompanhado por Jakob Schubert, Sofya Yokoyama e Stasa Gejo. Uma pena que somente via conexão VPN (uma gambiarra para mudar o IP) era possível desfrutar na novidade.

Espera-se que para a América Latina a rede de televisão que detém os direitos televisivos, deixar de sentar em cima dos direitos e transmiti-los para a América Latina. soa como patético, para dizer o mínimo, desperdiçar o horário com técnicos de futebol aposentados que tem como ‘glória’ comandar uma equipe que tomou 10 gols em 2 jogos na última Copa do Mundo no Brasil.

Obrigar o público a contratar um serviço de VPN internacional, somente para assistir via YouTube (o qual é gratuito) demonstrou, uma vez mais, como os administradores de TV a cabo no Brasil sofrem de nanismo intelectual e pensam o esporte apoiado apenas com planilhas e de Excel. Está no momento de gerentes e editores de canais a cabo pensarem com o cérebro e deixar de ter complexo de vira-latas.

Como foi a primeira etapa Masculina

Duas grandes ausências ocorreram no início da Copa do Mundo de boulder: Tomoa Narasaki, campeão japonês, e a seleção britânica, que com Shauna Coxsey no comando, não viajou para Meiringen. As ausências dos potenciais medalhistas olímpicos foi sentida e com certeza impactou nos resultados.

Por parte do masculino Adam Ondra mais uma vez teve a maioria dos rivais asiáticos na final masculina em Meiringen. Yoshiyuki Ogata, que obrigou Ondra a não relaxar em nenhum momento foi quem garantiu o espetáculo para quem estivesse assistindo.

A última linha de boulder foi decisiva. Assim como em 2019 foi uma fenda, que desafiou escaladores que não escalam em rocha, levou Adam ao pódio, desta vez foi uma sequência de movimentos que parecia retirada de um outra via em escalada em rocha. O tcheco chegou ao top com facilidade e confirmou o seu reinado. Tomoaki Takata se juntou a eles, em terceiro.

Colocação	Nome	País	Qualificação	Semi-final	final
1	Adam Ondra	República Tcheca	4T5Z 14 9	3T3Z 7 6	3T3Z 10 7
2	Ogata Yoshiyuki	Japão	2T5Z 8 11	2T3Z 6 8	2T4Z 7 9
3	Tomoaki Takata	Japão	4T5Z 6 12	2T3Z 5 6	1T4Z 4 12
4	Kokoro Fuji	Japão	4T5Z 5 5	2T2Z 6 2	1T3Z 1 4
5	Nathaniel Coleman	EUA	4T5Z 5 6	2T2Z 4 3	1T3Z 2 5
6	Sohta Amagasa	Japão	4T5Z 5 17	2T3Z 10 11	0T3Z 0 4

Como foi a primeira etapa feminina

Janja Garnbret é a rainha da escalada e a etapa apenas confirmou isso. A escaladora eslovena fez tudo como “se fosse um treino”. a eslovena foi acompanhado na final por mais duas compatriotas: Vita Lukan e Katja Devebec.

Para quem acompanha os campeonatos, fica claro um aviso: Se algum atleta quer contar vantagem de que está treinando em um país, este deve ser a Eslovênia (e não os EUA), senão é pura perfumaria e ostentação. A equipe eslovena deixou claro que é uma das grandes potências da escalada competitiva.

Garnbret conquistou o ouro ao escalar, sem nenhuma dificuldade, as quatro linhas de boulder da final. Com um estilo próprio, natural e por vezes beirando a leveza, Janja mostrou que ainda é incomparável na modalidade e que depois de mais de um ano seu desempenho não caiu um milímetro.

Nesta ocasião, o domínio da equipe às fendas esteve presente na quarta linha de boulder feminino, que apenas Janja Garnbret e Natalia Grossman escalaram com elegância (ambas flutuaram como se fosse algo fácil). Mas sem dúvida uma das revelações em termos de campeonato foi a jovem Oriane Bertone, de apenas 16 anos .

Grossman e Bertone protagonizaram uma bela batalha pelo segundo e terceiro lugares.

Colocação	Nome	País	Qualificação	Semi-final	final
1	Janja Garnbret	Eslovênia	5T5Z 5 5	4T4Z 5 5	4T4Z 7 6
2	Orione Bertone	França	5T5Z 8 7	3T3Z 5 4	2T4Z 8 10
3	Natalia Grossman	EUA	5T5Z 12 6	2T4Z 10 17	2T4Z 10 10
4	Akiyo Noguchi	Japão	5T5Z 6 6	3T3Z 7 7	0T3Z 0 7
5	Vita Lukan	Eslovênia	5T5Z 15 12	2T3Z 4 7	0T2Z 0 3
6	Katja Debeyec	Eslovênia	2T5Z 3 10	2T3Z 5 5	0T2Z 0 6