Livro da semana: "A Pior Viagem do Mundo"

Uma das grandes aventuras do século XX, foi a tentativa de conquista do Polo Sul. A última expedição do navegador inglês Robert Scott, que começou em 1910 e terminou em 1912, e considerada das mais emblemáticas da história. Com fartos recursos financeiros, Scott realmente alcançou seu objetivo.

Entretanto, ao chegar descobriu que noruegueses (liderada pelo explorador norueguês Roald Amundsen) haviam vencido o desafio com um mês de antecedência. No retorno, em uma espécie de castigo dos deuses da navegação, Scott e seus homens não resistiram às dificuldades e acabaram morrendo. Seus corpos somente foram achados oito meses depois, por uma equipe de buscas da qual fazia parte Apsley Cherry-Garrard.

Amigo dos exploradores, Cherry-Garrard pode escrever o mais minucioso e emocionante relato desta aventura (inédita até então), que batizou com o título bastante sugestivo de “A Pior Viagem do Mundo”. Publicado em 1922, o livro é considerado um clássico da literatura de viagens e exploração. Críticos literários do início do século XX consideram a obra o melhor livro de viagens já escrito. Cherry-Garrard sofreu de problemas de saúde mental e física para o resto de sua vida que surgiram, pelo menos em parte, de suas experiências na Antártida.

“A Pior Viagem do Mundo” relata o fascinante relato da viagem de Robert Falcon Scott ao Polo Sul. Apsley Cherry-Garrard, o mais jovem membro do partido, oferece caracterizações sensíveis de cada um de seus companheiros. Suas anotações em diário complementam sua narrativa, fornecendo perspectivas detalhadas sobre os perigos e dificuldades da expedição, bem como seus exemplos de otimismo, força e sacrifício voluntário. Na esperança de provar um elo perdido entre os répteis e os pássaros, o autor e seus companheiros viajaram pelos mortos do inverno antártico até os criadouros remotos do Pinguim-imperador.

Atravessaram um mar congelado na escuridão total, arrastando um trenó de 800 libras através de nevascas, ventos uivantes e temperaturas médias de 60°C abaixo de zero. Essa “pior viagem” foi seguida pela desastrosa caminhada até o Pólo Sul. O relato convincente de Cherry-Garrard constitui um testamento tocante para Scott e para os outros homens da expedição.