A escalada esportiva brasileira e os problemas para ir às Olimpíadas de Tóquio 2020

O escalador Felipe Ho Foganholo, um dos grandes nomes da nova geração da escalada brasileira e faz parte dos atletas de destaque, no continente sul-americano, que sonha em ir aos jogos olímpicos de Tóquio em 2020.

Foto: Acervo Oficial Felipe Ho

Na última quarta-feira o atleta teve a oportunidade de participar do Campeonato Mundial Juvenil de Escalada, na modalidade velocidade. Apesar do esforço, Felipe ficou em 57° lugar nas classificatórias.

Este foi o melhor resultado do brasileiro na competição. O atleta também participou da categoria boulder, a qual classificou-se em 59°.

Na competição, organizada pelo IFSC, Felipe Ho Foganholo foi o único representante do país no torneio e o primeiro a participar das três modalidades existentes na escalada esportiva: velocidade, boulder e dificuldade.

O atleta volta a competir apenas em outubro próximo quando começa o Pan-Americano Juvenil no dia 30 do mesmo mês.

Foto: http://soumaedeatleta.blogspot.com.br

A pedido da Revista Blog de Escalada, Felipe Ho Foganholo escreveu um texto a respeito de sua visão sobre a realidade da organização de escalada esportiva.

Leia abaixo as palavras do atleta:

Em abril deste ano, a divulgação do formato da escalada para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 gerou muita polêmica.

Isso porque o esporte, que é dividido em três modalidades, será disputado em uma, o que implica em apenas uma premiação para atletas de categorias diferentes.

Em competições mundiais, a escalada é separada por:

Lead (dificuldade): vias de alto grau de dificuldade, vence aquele que chegar mais alto. São escaladas mais longas, em que a estratégia está mais aliada a resistência e é utilizada uma corda para segurança.

Boulder: paredes menores com a segurança feita por colchões. É caracterizado por uma movimentação mais explosiva e concentrada, destoando da modalidade de dificuldade.

Speed (velocidade): seria a modalidade que menos se aproxima da escalada propriamente dita, além de ter o menor número de praticantes. Ganha quem chega mais rápido ao final da parede, sendo sempre as mesmas agarras nas mesmas configurações/disposições e inclinação da parede.

Apesar da beleza da escalada de velocidade, esta se distância da essência do esporte. A mecanização não deveria ser protagonista em um desporte tão complexo. Além disso, no Brasil ainda não existem paredes de speed e, desta forma, os brasileiros saem em desvantagem com esse modelo da Olimpíada. 

Outro problema que precisamos falar é sobre a falta de investimentos.

Neste ano, completo 12 anos de escalada e até agora não consegui patrocinadores. Viver do esporte é difícil, especialmente em um país em que mesmo esportistas olímpicos não recebem o devido amparo.

Ainda assim, acredito que a Olimpíada será uma boa maneira para a conquista de espaço no cenário nacional, e isso deve refletir na condição dos atletas.

Comente agora direto conosco

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.