10 mulheres montanhistas e escaladoras que mudaram a história do esporte

Você saberia dizer quais são os maiores ícones quando o assunto são mulheres montanhistas? A data de 8 de março é conhecido como o Dia Internacional das Mulheres, instituído pelas Nações Unidas em 1975, e celebra a importância da mulher na sociedade e a história da luta pelos seus direitos.

A data possui como inspiração diversos eventos. A origem da data escolhida tem algumas explicações históricas.

Não foi somente um único acontecimento histórico, mas vários. Um deles foi a greve das mulheres que trabalhavam em Nova York na Triangle Shirtwaist Company.

Outro acontecimento foi em 1917, quando aproximadamente de 90 mil operárias russas caminharam pelas ruas reivindicando melhores condições de trabalho e de vida, ao mesmo tempo que se manifestavam contra as ações do Czar Nicolau II.

Mas e as mullheres montanhistas e escaladoras? Quais foram as mulheres que mudaram a história do esporte para sempre? Quem foi a primeira mulher a escalar todos as 14 montanhas acima de 8.000?

Henriette d’Angeville (A primeira das mulheres montanhistas?)

mulheres montanhistas

A montanhista franco-suíça Henriette d’Angeville é considerada uma das grandes pioneiras do montanhismo feminino. Para a literatura de montanhismo, Henriette foi a primeira mulher a chegar o cume do Monte Branco em 1838.

Pelo feito é conhecida como a “Mademoiselle d’Angeville, la fiancée du Mont Blanc” (a noiva do Monte Branco).

Mas na verdade, ela foi a segunda mulher, pois foi Marie Paradis em 1808. Marie Paradis foi “arrastada e levada” pelo renomado guia de montanha Jacques Balmat até o cume, para que constasse que uma mulher já tivesse colocado pés no cume do Mont Blanc.

Consta que durante a subida final Paradis ficou fatigada e foi auxiliada por seus guias. Como não o fez pelos seus próprios meios o cume não é considerado pela comunidade de montanhismo e a data escolhida, um 14 de Julho, no Dia da Bastilha, não é uma coincidência tampouco.

Henriette d’Angeville planejou seu passeio pela montanha nos mínimos detalhes. Para ter mais liberdade de movimento nas viagens, ao contrário de todas as convenções sociais, ela usava calças sob medida e um casaco longo. Uma vez no topo, abriu um champanhe.

Fanny Bullock (A mais roots das mulheres montanhistas?)

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Fanny Bullock foi uma das primeiras montanhistas montanhistas profissionais da história. Não somente isso, foi uma pessoa que rompeu barreiras e contribuiu para o crescimento do montanhismo como conhecemos hoje. Bullock não apenas explorou, mas também escreveu sobre suas viagens e estabeleceu vários recordes de altitude. Ao todo publicou oito livros de viagens com o marido.

Além do montanhismo, Bullock era uma ativista social aguerrida e defendeu à época os direitos das mulheres e o voto feminino. Sim, para falar de feminismo em esportes de montanha é necessário saber mais sobre esta Fanny Bullock. Bullock era declaradamente feminista e uma ferrenha defensora do sufrágio feminino e queria que seus leitores entendessem como suas contribuições e conquistas refletiam o potencial de todas as mulheres.

Fanny Bullock demonstrou ao mundo, no início do século XX, que as mulheres eram fortes o suficiente para prosperar fora de casa.

Lucy Walker

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A britânica Lucy Walker foi a primeira mulher a chegar ao topo do Matterhorn e do Eiger. Ela chegou ao cume com um vestido de flanela branca e bengala alpina. Como o London Alpine Club não permitia mulheres como sócias, Walker juntou-se ao recém-fundado Ladies ‘Alpine Club em 1907, do qual foi vice-presidente de 1913 a 1915.

Walker foi uma das primeiras e mais prolíficas mulheres montanhistas do século XIX. Ao longo de sua carreira de 21 anos nos Alpes, realizou 98 expedições, incluindo 28 tentativas bem-sucedidas em picos de 4.000 metros.

Lucy era de uma família de Liverpool que passava todos os verões nos Alpes. O pai de Lucy, Frank, e seu irmão, Horace, haviam se tornado escaladores famosos durante esse período pioneiro em que os principais picos dos Alpes estavam sendo escalados pela primeira vez.

Walker e quaisquer outras mulheres que se aventurassem a grandes alturas tinham considerável preconceito dirigido a elas, pois se acreditava amplamente que o lugar da mulher era em casa, apoiando a sociedade dominada pelos homens da época. As atividades na montanha eram geralmente consideradas temerárias e definitivamente não eram para uma dama.

Também não era aceitável que Lucy ficasse sozinha com homens durante essas excursões, então suas escaladas sempre incluíam um membro da família.

Wanda Rutkiewicz

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No montanhismo mundial é impossível falar sobre mulheres montanhistas se não tocar no nome da polonesa Wanda Rutkiewicz. Wanda era considerada “viciada em montanhas” e considerada um dos símbolos da idade de ouro dos montanhistas poloneses.

Em 16 de outubro de 1978, tornou-se na terceira mulher, a primeira polaca e primeira europeia a atingir o cume do Monte Everest. Rutkiewicz escalou até ao topo do Monte K2 (8.611 m) em 1986, sem oxigênio suplementar.

Gerlinde Kaltenbrunner

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A montanhista austríaca Gerlinde Kaltenbrunner se tornou a segunda mulher (a primeira foi a espanhola Edurne Pasaban Lizarribar) a escalar as 14 montanhas acima de 8.000, mas foi a primeira a fazer sem o uso de oxigênio suplementar ou carregadores de alta altitude.

O feito demorou 17 anos para se realizar. Kaltenbrunner empregou o “Estilo alpino” de montanhismo iniciado pelo montanhista Reinhold Messner e outros. Nesse estilo os montanhistas têm pouco ou nenhum suporte externo (por exemplo, carregadores) e não usam oxigênio suplementar.

Junko Tabei

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Foto: https://www.rejectedprincesses.com

Junko Tabei nasceu em 1939 na cidade japonesa de Fukushima e aos 10 anos de idade descobriu o montanhismo ao subir, junto com um professor, o Vulcão Nasu (1.916 m). A montanhista sempre declarava que a experiencia mudou a sua vida profundamente e desde então passou a dedicar-se à atividade.

Enquanto cursava o ensino superior, no qual cursava literatura inglesa, integrou o clube de montanha universitário. Quando já era uma montanhista de nível internacional fundou no Japão, no ano de 1969, o Clube de Montanha Japonês para Mulheres na Universidade Feminina de Showa.

A japonesa fez fama mundial em uma expedição nipônica totalmente feminina quando conseguiu ser a primeira mulher a alcançar o cume do Monte Everest (8.848 m) em 1975. Antes de chegar ao teto do mundo Tabei já tinha subido o Annapurna III (7.555 m) em 1970.

A montanhista japonesa também já tinha realizado os principais cumes dos Alpes e era considerada uma das melhores alpinistas de todo o mundo.

Ana Elisa Boscarioli

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Foto: Arquivo pessoal Ana Elisa Boscarioli

A cirurgiã plástica Ana Elisa Boscarioli é a primeira brasileira a chegar ao cume do Monte Everest em 2006 e a primeira a concluir o projeto dos Seven Summits em 2014. Boscarioli começou a praticar montanhismo em 1999.

Por sete anos se aventurou em montanhas da América do Sul, além de completar o IronMan em 2005 em 15 horas.

Catherine Destivelle

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Muito antes de qualquer outra escaladora chamar a atenção em um esporte com ambiente predominantemente masculino como a escalada, uma francesa de pouco menos de 1,70 metros (1,67 m para ser mais exato) assombrava o mundo com sua técnica e força acima do normal: Catherine Destivelle.

A importância de Catherine Destivelle para a escalada pode ser comparada à mesma que os Beatles tiveram para a música e cultura mundial. A própria escaladora britânica Shauna Coxsey, campeã mundial de escalada esportiva e dos grandes nomes mundiais do esporte, já declarou que se inspira na francesa.

Em 1985 ela foi a estrela da primeira competição de escalada em Bardonecchia. Um sucesso que ela repetiu nas duas edições seguintes.

Em 1992, ela se tornou a primeira mulher a completar uma ascensão solo da face norte do Eiger. Mas ela fez muito mais, fazendo escaladas notáveis ​​que incluem a Rota Bonatti na face norte do Matterhorn e o pilar sudoeste do Aiguille du Dru (o Pilar Bonatti)

Lynn Hill

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A norte-americana Lynn Hill é um dos maiores nomes da história da escalada mundial. Ao abordar a história do esporte moderno, a escaladora é nome certo na lista dos maiores e melhores do mundo.

Enquanto a comunidade como um todo planejava superar graduações em vias esportivas, Hill assombrou o mundo com uma ascensão em escalada livre na icônica via “The Nose”, no local de escalada americano de Yosemite, pulverizando para muitos “especialistas” o que seria impossível para a escalada mundial.

Até hoje ativa no esporte Lynn Hill é considerada das cinco melhores atletas, homem ou mulher, de seu esporte até os dias de hoje.

Janja Garnbret

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Foto: Maja Hitij/Bongarts | http://www.zimbio.com

a eslovena Janja Garnbret tem tudo para brilhar nos jogos olímpicos de Tóquio desde ano. Garnbret conseguiu em 2019 um feito inédito: vencer todas as etapas do circuito da copa do mundo de escalada na disciplina de boulder.

Em 2015, logo após completar 16 anos, passou a disputar a categoria sênior da Copa Mundial de Escalada na modalidade de vias guiadas. Desde então, ela participou de 31 eventos da Copa do Mundo, perdendo o pódio em apenas quatro deles

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