10 livros nacionais de montanhismo para leitura durante distanciamento social

Distanciamento social é um termo muito utilizado nos dias atuais, uma vez que se trata de medidas adotadas na mais recente pandemia da história: a pandemia da COVID-19. O objetivo é evitar a propagação da doença, a qual é facilmente transmitida.

Para este período que as pessoas se mantenham dentro das próprias casas todo o tempo, é importante realizar algumas tarefas para passar o tempo. A mais indicada delas é a leitura e estudo. De acordo com um estudo conduzido pela Universidade de Kingston, em Londres, a leitura regular pode tornar as pessoas mais gentis e empáticas.

O estudo revelou que os fãs de ficção mostraram um comportamento social mais positivo, enquanto os leitores de romances de drama e romance foram os mais empáticos. Da mesma forma, os amantes de livros mais experimentais mostraram a capacidade de ver as coisas de diferentes perspectivas, mas foram os fãs de comédia que pontuaram mais por se relacionar com os outros.

Brasileiros leem pouco

Uma outra pesquisa mostra um dato preocupante no perfil do brasileiro: 44% da população brasileira não lê e 30% nunca comprou um livro. A pesquisa foi realizada pelo Ibope por encomenda do Instituto Pró-Livro. Sabendo de todos os valores intrínsecos no hábito de ler, mas que são ignorados por grande parte dos brasileiros, é possível compreender porque de tantas situações e confusões culturais no Brasil.

O prazer pela leitura é algo que pode ser conquistado a partir de práticas cotidianas. Em períodos de isolamento social, quarentenas e lockdown é a oportunidade perfeita. Mas logo existe uma pergunta importante: começar por onde?

Aqui mesmo na Revista Blog de Escalada há uma sessão de indicação de livros. Até o momento, há 276 obras analisadas, com detalhes de editora, número de páginas e detalhes do autor. No Brasil, nenhum veículo de mídia outdoor tem tantos títulos analisados.

Confira abaixo os 10 livros nacionais sobre montanhismo considerados essenciais para o período de distanciamento social.

“Meia Corda: e outras incríveis histórias medíocres de montanha” – Tuco Egg

Sem ter a pretensão de ser um livro extremamente técnico, mas divertido, Tuco Egg consegue preencher uma lacuna na literatura de montanha brasileira que é a de ter bons “causos” para se contar para amigos em longas noites em abrigos de montanha.

Com muito humor, eloquência e rara habilidade em literatura de montanha Tuco Egg narra histórias que ele mesmo presenciou em aventuras como atravessar vales, subir montanhas, decolar do alto de serras, despencar em florestas, ser alvejado por espinhos venenosos e outras trivialidades.


Estrada Solitária” – Andre Carvalho Oliveira

Após percorrer 29 países durante 28 meses e conhecer 7 maravilhas do mundo passando por nada menos do que 6 continentes, em uma viagem que até mesmo Marco Polo ficaria impressionado, Andre Carvalho Oliveira procurou não somente escrever um livro sobre os lugares visitados e sim o impacto de cada dia de viagem em sua pessoa.

O livro “Estrada Solitária” é uma espécia de convite universal à viagens de mochilão, e um documento vivo do que uma viagem por diferentes culturas pode fazer com uma pessoa. Se você quer entender o estilo mochilão, ou até mesmo se deliciar com histórias de viagem neste estilo, o livro “Estrada Solitária” é leitura obrigatória.


“Por um triz” – André Ilha

Após escutar vários conselhos de pessoas próximas que colocasse em forma de livro, para que todos saibam os dramas, comédias e aventuras que vivei ao longo de tantos anos de atividade, André Ilha elaborou o seu livro “Por um Triz”.

A obra é dividida em histórias que são contadas por décadas desde os anos 70 à atualidade e tem a ambição de ser um guia completo sobre montanhismo com capítulos de conceitos básicos da escalada em rocha e coletâneas de histórias pessoais.

Grande parte destas histórias pessoais são relatos de episódios de violência em montanhas ou próximo a elas no Rio de Janeiro, além de, ao final, um Glossário com termos do esporte.


Mas você vai sozinha?” – Gaía Passarelli

Viajar sozinha, principalmente pela América do Sul é um verdadeiro tabu. A jornalista Gaía Passarelli, sempre teve o costume de viajar. Desde pequena tinha o hábito de estar na estrada, sempre acompanhada dos avós.

Para incentivar que amis e mais mulheres sintam coragem e vontade de ter como companhia ela mesma, sem qualquer tipo de medo ou receio, elaborou o livro “Mas você vai sozinha?”. O objetivo, como pode ser visto pelo título, é inspirar pessoas, especialmente as do sexo feminino, a “gostar da sua própria companhia”.

A obra, entretanto, não é muita extensa (172 páginas) deixando a entender que possui a ambição de seduzir o leitor, por ser uma leitura relativamente rápida.


Montanha em Fúria” – Marcus Vinicius Gasques

“Montanha em Fúria” é uma fonte segura e precisa para quem deseja saber mais sobre a história do montanhismo na América do Sul e Brasil, e não pode faltar na prateleira de quem pensa realizar escaladas em alta montanha.

O estilo adotado pelo autor, entretanto, pode não agradar quem aprecia histórias mais romanceadas e recheadas de adjetivos e superlativos para aumentar a tensão, mas seguramente irá ser apreciado por quem gosta de fatos e história contida em poucas fontes de informação.


Mãos de Cavalo” – Daniel Galera

Procurando abordar um pouco este lado de personagens fortes que vão à montanha o autor Daniel Galera escreveu sua obra “Mãos de Cavalo”. O livro de capítulos curtos com histórias aparentemente não correlacionadas, e dentre as quais inclui um cirurgião plástico que está indo escalar no Cerro Bonete na Bolívia.

Utilizando processo descritivo rico em detalhes na construção de cenas Galera procura levar o leitor a cada lugar onde a história é narrada cria um processo lento e prazeroso entre leitor e obra. Daniel trata ainda a prática do montanhismo com o devido respeito fugindo do lugar-comum que autores e repórteres acabam por utilizar quando abordam temas de montanha em histórias de ficção.


A Semente da Vitória” – Nuno Cobra

Longe de parecer um livro de autoajuda, “A Semente da Vitória” é mais um tratado de como usar e respeitar o corpo e seus limites para que o estado mental esteja em também em seu máximo.

Citando vários exemplos reais os quais vivenciou em seus 40 anos de carreira, Nuno Cobra mostra como o corpo e mente trabalham sempre juntos e devem ser tratados com respeito.

O livro “A Semente da Vitória” é obrigatório para toda e qualquer pessoa que, mesmo não sendo atleta profissional, deseja ter saúde por toda a vida.


História do Montanhismo no Rio de Janeiro” – Waldecy Mathias Lucena

Ao longo do tempo, técnicas e materiais de montanhista utilizados por escaladores, montanhistas e praticantes de atividades de natureza evoluem constantemente.

Procurando registrar toda esta evolução o escritor Waldecy Mathias Lucena escreveu sua obra “História do Montanhismo no Rio de Janeiro”.

Nele descreve com riqueza de detalhes e fatos históricos técnicas e materiais empregados na escalada e fatos e curiosidades que marcaram o passado das ascensões a montanhas, até os anos 40. A escolha até esta data não é explicada claramente na obra “História do Montanhismo no Rio de Janeiro” e deixa o público ansioso por uma sequência com as histórias das décadas seguintes.


Urbanidades da Natureza” – Cléber Augusto Gonçalves Dias

Quais foram os impactos dos esportes de natureza praticados pelos habitantes na cidade do Rio de Janeiro?

Esta foi a pergunta que o autor Cléber Augusto Gonçalves Dias procurou responder em seu livro “Urbanidades da Natureza”. No livro é investigado de maneira minuciosa como esportes como a escalada, montanhismo, surf e muitos outros impactaram os costumes e hábitos dos moradores da cidade do Rio de Janeiro.

Os esportes se enraizaram fortemente na cidade juntamente com algumas mudanças de costumes como a alimentação natural e a constante busca de um maior contato com a Natureza. O livro possui uma linguagem mais analítica e investigativa, e requer atenção e dedicação do leitor.

“Urbanidades da Natureza” é um importante documento sobre o estilo de vida do carioca assim como a evolução do esporte de natureza na cidade do Rio de Janeiro.


A escalada brasileira” – Antonio Paulo Faria

Uma das pessoas que assistiu de camarote todo este florescer da escalada como prática esportiva, além de vivenciá-la, é o escalador carioca Antonio Paulo Faria. Sempre observador e crítico das extravagâncias particulares da escalada, Antônio Paulo já tinha escrito um livro sobre o montanhismo brasileiro.

Como o espaço de seu primeiro livro ficou muito reservado ao montanhismo, o autor resolveu voltar a elaborar uma obra dedicada somente à escalada e sua história no Brasil. No livro “A escalada brasileira” o autor narra, sob seu ponto de vista, a evolução do esporte no país e como a atividade amadureceu e evoluiu ao longo dos anos.

Toda esta evolução é analisada por meio de um processo crítico sem abrir mão da ironia e do bom humor.


BÔNUS: “50 Vias clássicas no Brasil” – Flavio Daflon e Cintia Daflon

Pensando em reunir as principais vias de escalada do Brasil, os escaladores Flávio Daflon e sua esposa Cintia Daflon selecionaram, em suas opiniões, quais seriam as linhas, dentre 25 a 1.120 metros de extensão. Desta maneira nasceu o livro “50 Vias clássicas no Brasil”.

Na seleção realizada pelos autores, foram observadas o estilo e qual seria a via que mais o representaria. Desta maneira está documentado na obra vias com as melhores encarnações de agarras, fissuras, chaminés, artificial e negativas. Nesta lista foram escolhidas exemplos desde o segundo ao sétimo grau de dificuldade.

Cientes da extensão do país, os autores se preocuparam em selecionar vias em locais desde Rio Grande do Sul ao Ceará. Assim o livro “50 Vias clássicas no Brasil” nem de longe é regionalista. Analisando a quantidade de localidades diferentes, a obra é das mais abrangentes, em termos de escalada, já publicada no país.

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