Mont Blanc implementa cotas de escaladores que podem subir a montanha

A rota de acesso à normal do Mont Blanc (4.810 m) terá cotas de número de montanhistas que podem subi-la. A preocupação é com a deterioração da via, além de ser uma tentativa de frear a exploração intensa do turismo de montanhismo. De acordo com números oficiais, um total de 300 pessoas por dia, durante o verão, chegaram a escalar o Mont Blanc.

Portanto, a temporada de 2019 terá uma nova medida em um dos lugares mais emblemáticos do montanhismo mundial. A via normal do Mont Blanc terá na temporada deste ano uma cota diária de 214 montanhistas. A regra vale para a Via Normal.

A medida pretende reduzir drasticamente os problemas de aglomerações na via e e evitar o colapso do Refúgio de montanha Gouter. Apesar da medida, muitos montanhistas da região protestaram pelo número de 214, afirmando que ainda é grande a quantidade. O número poderá ser revisto com o passar do tempo.

A Revista Blog de Escalada possui o guia mais completo a respeito de visitar Chamonix e escalar o Mont Blanc da internet brasileira. A informação de que há cotas para acessar a via normal é nova e, muito provavelmente, será atualizada com o tempo pelos administradores do local.

Cotas para montanhistas?

Muitos montanhistas confundem o ideal de todo montanhista implícito no slogan “Livre Acesso às Montanhas”, com a falta de controle de visitantes e uso dos locais. No Brasil, apenas para citar um exemplo próximo, o problema de superlotação de locais de prática de montanhismo, como a travessia da Serra Fina, ou a subida ao Pico dos Marins (2.420 m), vem sofrido com a falta de fiscalização e acesso indiscriminado aos lugares.

Para evitar que estes lugares se transformem em algo semelhante ao Monte Everest, que minimizou o mérito de chegar o cume e que acabou virão o lixão mais alto do mundo pela quantidade de turistas, os administradores do turismo de montanha no Mont Blanc resolveram criar esta cota.

Pico do Manis após último incendio

O uso de cotas a montanhistas, para evitar a deterioração do local e inibir pessoas despreparadas para a prática do montanhismo, não é uma novidade. Nos EUA, por exemplo, já existem cotas desde a declaração de 1964 chamado “Wilderness Act“. Este decreto estabelece a necessidade de cotas para favorecer o melhor aproveitamento de áreas e experiências na montanha. Por causa deste decreto, os parques Rocky Mountain National Park e Yellowstone National Park exigem taxas para o acampamento noturno. Estas taxas funcionam desde o início da década de 1970.

No Yosemite National Park, existe um limite anual de entradas e estadias dentro do parque. Na Argentina, algumas medidas para restringir o número de visitantes também foi tomada em Piedra Parada e Frey. No Chile, para visitar Cochamó existe uma cota a qual depende do número de vagas dos campings e pousadas.

A existência de cotas não é uma exclusividade dos EUA, Chile e Argentina. Na Espanha, existe a mesma medida para acessar o Teide (3.718 m), vulcão situado na ilha de Tenerife. No país hispânico, existem outros parques que tomaram a mesma medida.

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