Estudo científico compara quais os reais ganhos na força dos dedos nos escaladores que treinam em fingerboard

Um dos instrumentos mais utilizados, e consequentemente contestados, por escaladores de todos os níveis é o fingerboard. O treinamento em fingerboard popularizou bastante após o treinador Luis Lubeigt publicar sua rotina de treinamentos no início dos anos 2000 em um artigo que tornou-se imensamente popular.

Fingerboard (tábua para dedos) é uma placa de resina com buracos de vários formatos e profundidades, com bordas retas e abauladas. Esta placa é usada para exercícios de fortalecimento dos dedos, antebraços e core (power house)além de treinar força isométrica e de barras (pull up).

O equipamento é muito popular na comunidade de escalada pois pode ser instalada em qualquer residência e permite que mesmo com mínimo de espaço, há possibilidade de treinamento de fortalecimento.

O formato do fingerboard não é formalmente padronizado, e por isso cada fabricante vende um formato diferente, com fatores como textura, ergonomia, resistência e variedade de furos e bordas diferentes.

Mas a pergunta mais importante que muitos escaladores se fizeram foi: realmente faz a diferença para treinamento de escaladores?

A escaladora, que também é doutora em educação física, Eva Lopez realizou um estudo científico que acompanhou a evolução de um grupo de escaladores para saber se o treinamento em fingerboard é eficiente ou não.

O estudo científico será publicado no The Journal of Human Kinetics, revista científica que possui um rígido sistema de revisão realizado por pares e chama-se peer-review. Além disso, a revista deixa o estudo disponibilizado para consulta, livre da obrigação de assinatura.

A disponibilização na internet depende da expedição de um DOI (Digital Object Identifier), um número universal de identificação de um trabalho científico.

Eva Lopez apresentou o trabalho, assim como detalhes de seus resultados, no 2º Simpósio de Ciência da Escalada, realizado em dezembro último. Com o nome oficial de “Comparison of the Effects of Three Hangboard Strength and Endurance Training Programs on Grip Endurance in Sport Climbers”, o estudo avaliou escaladores em um programa de treinamento de 24 semanas, dividida em três módulos iguais.

Em um universo de 26 escaladores esportivos (no nível de 7c+/8a francês), foram realizados diversos exercícios específicos em fingerboard como suspensão intermitente e máxima em regletes de 18 mm, menor reglete possível.

O estudo concluiu que o ganho de resistência foi de 34%, além tornar capaz com que o escalador segure regletes 60% menores. Desta maneira o resultado sugere que treinamentos intermitentes em fingerboard são mais eficientes para desenvolver a resistência. Isso em um programa de oito semanas em escaladores experientes.

Entretanto, ambos os métodos (suspensão máxima e/ou intermitente) podem ser alternados por longos períodos de tempo.

O estudo pode ser consultado no site: https://www.researchgate.net

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