Tribunal da Itália conclui julgamento sobre morte de Tito Traversa com condenação

O julgamento dos acusados pelo Ministério Público Italiano pela morte de Tito Traversa chegou ao fim no dia de hoje em Milão. O caso da jovem promessa italiana da escalada vinha se arrastando há cinco anos. Em 2013 Traversa estava se aquecendo quando, após apoiar-se na corda no final da via, oito das doze borrachinhas das costuras arrebentaram fazendo que caísse pouco mais de 25 metros. Tito Traversa faleceu após três dias do acidente. Todas as costuras possuíam uma espécie de borrachinha utilizada para evitar com que a fita expressa fique “dançando” no mosquetão.

Desde 2013 três pessoas foram levadas a julgamento pelo promotor italiano Francesco La Rosa: o presidente do clube de escalada, o instrutor de escalada do acampamento e a companhia que produziu as borrachas das costuras. O tribunal italiano já havia anunciado a divulgação da sentença para este mês de maio.

A sentença proferida pela juíza Maria Iannibelli anulou parcialmente os pedidos de condenação do Ministério Público. Foram absolvidos Luca Giammarco, coordenador da excursão de Tito Traversa e responsável pela escola Luca Gianmarco Bside, e Carlo Paglioli, proprietário da Aludesign spa (que fabrica as borrachinhas das costuras).

O proprietário da Aludesign estava sendo julgado por não disponibilizar instruções claras da instalação das borrachinhas nas costuras. Analistas jurídicos italianos declararam que a condenação de Giammarco, criaria um precedente perigoso para o sistema educacional italiano. Isso porque qualquer presidente poderia ser condenado por negligência do instrutor.

Nicola Galicia, entretanto, foi considerado o único culpado e a juíza do Tribunal de Turim sentenciou a dois anos de reclusão por homicídio culposo (quando uma pessoa mata outra, mas sem que tivesse esta intenção). Galicia, que era o adulto responsável no momento da escalada, foi condenado porque não ter inspecionado as costuras pouco antes de uma criança de 12 anos começar a escalar.

O pai de Tito, Giovanni Traversa, não se mostrou satisfeito com a sentença. À imprensa italiana o declarou: “Meu filho morreu devido a uma série de responsabilidades negligenciadas, e apenas uma pessoa foi declarada culpada pela sentença. A falta profissionalismo de uma série de gerentes que, graças a uma série de fatores, não foram considerados até agora pela justiça”.

Tito Traversa

No início de julho de 2013, uma das grandes promessas da escalada mundial, o jovem Tito Traversa, de apenas 12 anos, caiu da altura de 20 metros após equipar uma via de escalada esportiva.

Tito estava viajando aos Alpes da Alta Provença, região da França, com uma turma organizada por um clube de escalada, e não suportou os ferimentos de sua queda e veio a falecer dois dias depois após o acidente. O acidente causou comoção não somente na comunidade de escalada, mas em todo o mundo.

Após o acidente, uma perícia realizada no equipamento apurou que as borrachinhas que prendiam a costura, foram mal colocadas, não suportando o peso de Tito Traversa.

Mais informações: http://torino.repubblica.it

Ilustração: http://climbing.com

Ilustração: http://climbing.com

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