Técnica e destreza: 5 regras de treinamento para otimizar seu estilo de escalar

Essencialmente a escalada pode ser encarada como uma espécia de progressão vertical na rocha ou parede artificial. Para isso deve utilizar movimentação e bastante destreza para realizar com a menor força possível. Destreza é a capacidade de uma pessoa hábil, que consegue realizar funções com perícia, aptidão, agilidade e rapidez.

O treinamento de força tende a captar do atleta toda a atenção para itens essenciais para um atleta: habilidade deve ser trabalhada com a mesma importância da força. Sem sombra de dúvida, possuir um técnico ou alguém que instrua uma pessoa no treinamento de escalada é importante.

Foto: https://upperlimits.com/

Mas aquele que focar essencialmente em apenas adquirir força e resistência, esquecendo habilidades como movimentação dos pés, posicionamento do corpo, uso dos quadris, consciência corporal e outros aspectos que determinam a destreza do escalador está cometendo um erro básico. Na escalada é muito mais importante possuir técnica do que propriamente força.

Deixando de lado qualquer discussão inútil, a qual são usados exemplos esporádicos de algumas exceções observadas, é notório que um escalador que possui boa agilidade, destreza, precisão e técnica, irá conseguir atingir os objetivos de maneira muito mais fácil do que aquele que usa a força bruta.

Treinamento

Para melhorar a destreza é necessário antes que o atleta, assim como o treinador, dedicar a escalar melhor. Não confundir escalar melhor com escalar mais forte. Um exemplo clássico de quem não escala melhor, mas apenas mais forte: escalador X encadena via Y que esteve trabalhando por um ano. Decorar as movimentações de uma via em nada faz um atleta escalar melhor. Muito pelo contrário, apenas faz com que ele repita esta mentira a si mesmo.

Seguramente o que esta incessante masturbação da via fez foi tornar o atleta mais forte. Ele somente sentirá esta diferença quando fizer barras na academia, mas não quando for tentar uma outra via desconhecida.

Foto: Louis Arevalo | http://allirainey.com

Por isso que escaladores que somente escalam em um único lugar, além de mascarar a realidade às pessoas ao seu redor, condena a própria escalada à mediocridade. Não que seu lugar favorito de escalada condena você a não evoluir, mas a sua escolha de somente escalar é que faz.

Para escalar melhor (ou seja com destreza), é necessário treinamento. Para treinar melhor a destreza:

  • Regra nº1 – Dedique-se à escalada de maneira regular. Ou seja, saia de casa para escalar com a intenção de aprender novas habilidades e melhorar a qualidade de sua movimentação. Preste pouca, ou preferencialmente nenhuma, atenção na dificuldade absoluta. Preferencialmente escale a maior quantidade possível de rochas, inclinações e lugares. Isso para adquirir destreza e competência autêntica na escalada de verdade.
  • Regra nº2 – Constantemente pratique habilidades, desafie suas destrezas e, se possível, aprenda técnicas de movimentações novas no início do treinamento. Preferencialmente quando ainda estiver descansado e com reservas de energia mental e física. Assim como na dança, quanto mais movimentos aprender, melhor será sua performance e habilidade na rocha ou campeonatos.
  • Regra nº3 – Empregue a técnica da repetição na sua rotina de treinamentos. Preferencialmente de movimentos e técnicas corporais que não domina. Exemplo: se não domina escalada em fenda, procure praticar. Se não domina entalamento, procure praticar. Após algumas poucas repetições bem executadas deixe de insistir no movimento e dê prioridade à prática de outros movimentos que domine menos, mas sem abandonar os que acabou de dominar.

Foto: http://www.jstarinorbit.com/

  • Regra nº4 – Empregue a prática variável para expandir seu domínio das novas habilidades que adquiriu. Isso para que em uma provável situação levemente diferente da que está acostumado (tamanho das agarras, tipo de rocha, ângulo, clima, etc). Variando as condições da via, maior será a sua adaptabilidade. Isso é o que algumas pessoas chamam de repertorio de movimentos e capacidade de improvisação.
  • Regra nº5 – Pratique sempre habilidades desconhecidas enquanto está próximo da fadiga. Isso para treinar seu psicológico para o desconhecido em momentos chave de uma via de escalada. Isso fará com que encontre pontos fracos a trabalhar no futuro.

Para todas as regra acima procure sempre ter uma perspectiva a longo prazo, realista preferencialmente, do quanto deseja aprender. Isso porque se não se importar com tempos e graduações, irá perceber que sua técnica vai melhorando, pois aprendeu possui mais destreza que antes. Neste aspecto é que vive a diferença entre uma pessoa que escala bem e outra que é apenas forte.

Foto: https://www.trainingbeta.com/

Por isso quando sair para escalar uma via, não importando o grau, encontre sempre a melhor maneira de fazer um movimento que privilegie a técnica e não propriamente a força. Por mais que um local as linhas estejam “gabaritadas”, há sempre uma maneira nova de realizar uma sequência de movimentos. Com a prática, irá escalar várias vezes identificando e aprendendo movimentos e táticas mais efetivas e eficientes quando não for “Maria vai com as outras”.

Portanto, tenha como parâmetro quando ambicionar escalar grau X, concentre em praticar em vias que estejam no grau máximo que você de fato faça, ou mesmo que estejam imediatamente abaixo do que ambiciona. Resista ao impulso de estar masturbando continuamente linhas que esteja acima do seu grau.

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