Relatos de um principiante no montanhismo

Ver notícias de Alex Honnold solando uma via de 600 metros, o Felipe Camargo ganhando um campeonato de Boulder ou Alex Megos se pendurando em agarras com o dedo mínimo são sempre muito empolgantes e inspiram todos nós.

Foto: Raoni Chavarry

Foto: Raoni Chavarry

Mas e um novato? Como uma pessoa começa na escalada? Quais são seus sentimentos, como foram os primeiros contatos?

Eu não via muitas histórias do começo, a não ser pelos próprios monstros da escalada, então, resolvi contar minha experiência de escalador iniciante.

Não sei exatamente porque decidi fazer o Curso Básico de Montanhismo.

Sempre gostei de natureza, fazer trilhas, acampar.

Admirava escalada mas não era exatamente algo que posso dizer que sempre tive vontade de fazer, até porque achava que era distante da realidade, o que não é.

Pesquisei um pouco, e decidi me inscrever num curso para aprender da maneira correta.

O curso é puxado, muitas aulas teóricas e práticas. A primeira aula prática foi na Urca, Meca da Escalada no Rio.

Estávamos todos muito ansiosos e nervosos para começar,  e aquilo afetou o desempenho.

A mente e o físico foram ao limite. Uma aula muito desgastante, e o tempo cooperou, um calor daqueles do Rio.

Foto: Raoni Chavarry

Foto: Raoni Chavarry

Treinamos nós e chaminé, depois fizemos uma trilha para treinar top rope e Rapel na Face norte da Urca.

Foi tudo muito complicado, cansativo, mas consegui fazer as escaladas e completar tudo.

Nessa hora eu entendi que escalada era um esporte mental acima de tudo.

Já a segunda aula aconteceu na Enseada do Bananal em Itacoatiara, Niterói, e nesse momento tudo foi diferente.

Foto: Raoni Chavarry

Foto: Raoni Chavarry

Um visual incrível, menos ansiedade e muita disposição para aprender.

Nesse dia fizemos um circuito, top rope de fenda, aderência e agarra, Rapel Positivo, Rapel Negativo e subir a corda com a técnica de Prussik.

Os momentos tensos foram o Rapel Negativo, que eu particularmente não senti tanto, mas tiveram pequenas crises de emocionais.

Com a escalada em aderência tive muita dificuldade em acreditar que a borracha da sapatilha grudava de verdade.

Isso tudo em vias de grau 2º ou 3º  no máximo.

Todos os alunos se apaixonaram pelo esporte. Todos. Não teve um que ficou indiferente nessa segunda aula, algo meio mágico e extremamente viciante.

Vimos como era incrível e já estávamos comentando sobre a próxima aula, a primeira escalada de via longa que seria na outra semana.

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