Crítica do filme “Queen Maud Land”

Para uma pessoa que sempre fica se expondo em todas as oportunidades, existe uma expressão antiga: “a pessoa necessita tirar a bunda da janela”. Este parece ser a necessidade de Alex Honnold. No ano de 2018 a sua imagem ficou em superexposição por conta da promoção de seu filme “Free Solo“. Quando acontece este tipo de abundância de aparições, pode acontecer da qualidade cair ao longo do tempo.

Além deste desgaste de imagem, Honnold também acabou tomando uma decisão ruim, que foi realizar uma produção com Cedar Wright, um dos produtores de filmes de escalada com qualidade discutível e que, em grande parte das produções, beira o mau gosto. Pelo conjunto de suas produções, caracterizadas pela baixa qualidade de roteiro, história e até mesmo qualidade de imagem, não é nenhum exagero compará-lo com Adam Sandler.

Assim como Sandler, que parece querer sempre realizar um filme inferior ao anteriores, define constantemente novos parâmetros de baixa qualidade. Cedar Wright segue o mesmo caminho. Com a sua produção “Queen Maud Land”, consegue estabelecer um novo recorde. O filme é a pior produção já realizada na história da Sender Films. Não somente isso, é também uma das piores ideias que um produtor poderia ter: documentar uma sessão de fotos apenas para mostrar roupas do patrocinador em movimento, sem qualquer história.

Cedar Wright, assim como a patrocinadora que bancou este desperdício de dinheiro, concluíram, por algum motivo, que basta colocar a figura de Alex Honnold que todos irão querer ver. Algo parecido acontece com alguns atores e atrizes em Hollywood. O resultado da soma de interesse comercial, falta de talento, ideia ruim e ausência de propósito, é um filme que sequer existe um adjetivo depreciativo que possa defini-lo com exatidão.

“Queen Maud Land” é, em poucas palavras, um apanhado de imagens, declarações descerebradas de cada integrante, pobremente filmado e, ainda por cima, trata-se de nada mais, nada menos, do que uma sessão de fotos para o catálogo de uma nova coleção do patrocinador. Sim, os personagens sequer foram para realizar uma conquista notável, ou mesmo para homenagear alguém. Nem mesmo produções amadoras de escalada no início do YouTube conseguiam ser tão ruins.

O fato da Sender Films permitir que um filme desta qualidade faça parte de seu catálogo, passa a sensação de que os proprietários não possuem nenhum carinho com a marca, com o esporte e, principalmente, com a imagem de cada um dos atletas envolvidos na produção. Que uma produtora, ou mesmo um diretor, não tenha a obrigação de sempre produzir obras-primas, todos sabem. Mas permitir que um filme de tão baixa qualidade, e profundidade, seja parte de seu currículo, demonstra descaso com o público e também com o gênero.

A premissa de “Queen Maud Land” é apenas mostrar escaladores rindo, no pólo sul, usando roupas e escalando em lugares que sequer são populares. Enfim, o vídeo de churrasco que um colega de trabalho bêbado filmou em uma chácara, tem a mesma profundidade e roteiro que a produção de Cedar Wright.

O filme é um deslize tão grande para a Sender Films que deveria, caso a empresa leve a sério o ofício de fazer filmes de escalada, ligar um sinal de alerta na empresa. Pois “Queen Maud Land” é não somente o pior filme da Sender Films, mas muito provavelmente da década e, quiçá, da história.

Produções de baixíssima qualidade, como “Natural Born Climber” e “Balls Pyramid“, já possuem companhia.

Nota Revista Blog de Escalada:

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