Quantos escaladores existem em todo o mundo? – Uma reflexão a respeito da massificação

Várias pessoas me perguntam quantas pessoas existem escalando em todo o mundo. Esta pergunta é muito difícil de responder pela dispersão dos dados e até mesmo dos próprios escaladores. Somado a isso a definição de escalada tampouco é muito clara. Ao abordar escaladores devemos nos referir aos escaladores esportivos, tradicionais, boulderistas, etc.

Da minha parte considero, obviamente, que todos são escaladores. Mas não é tão óbvio porque diante da massificação que o esporte passa, é necessário reparar para onde que vão os recursos. Cada vez há mais ginásios de escalada dedicados somente ao boulder, isso não necessariamente significa que haja mais escaladores fazendo boulder. Muitos dos que frequentam estas instalações o fazem para melhorar sua técnica em uma via ou boulder, às vezes por falta de outra infraestrutura necessária. Mas aqui começa o problema com os números estatísticos.

Foto: https://kbotkin.com

Foto: https://kbotkin.com

Quantas pessoas escalam certa modalidade para que valha a pena algum projeto mais audacioso? Não significa a mesma coisa um punhado de escaladores que milhares pedindo um ginásio de escalada ou um projeto importante (Roctrip, competições, etc). Não é suficiente apenas boas intenções, ou paixões, mas sim pessoas que apoiem nos bastidores. Os patrocinadores e apoiadores sabem muito bem disso.

Atualmente a Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC) possui um dado importante de escaladores no mundo baseada muito em suposições, mas que poderia estar abaixo da realidade. Tampouco fica claro qual é o estilo preferido destes escaladores. De acordo com o IFSC, mais de 140 países possuem muros de escalada, com 35 milhões de escaladores em todo o mundo. A idade média é de 23 anos, com 40% destes menores de 20 anos. Este dado impressionante de escaladores no mundo foi um ponto importante para a entrada da escalada como esporte olímpico.

Massificação em números

A fanpage do IFSC possui mais de 50.000 fãs, e a entidade nos últimos anos fez um trabalho importante no circuito mundial de competições, número de competidores, audiência (presenciais e por internet) e, por isso, o número de patrocinadores sobe a cada dia. Por isso trata-se de milhares de pessoas vendo a final de uma competição e esta audiência vem de todas as partes do mundo.

Na Inglaterra, no ano de 1988, haviam 40 academias de escalada e, estima-se, este número pode chegar a 350 em 2016. Fiz um pequeno levantamento em um ginásio importante na cidade de Santiago do Chile. O número de frequentadores era perto de 100 pessoas por dia com picos ocasionais de 160. O site que administro, Rocanbolt, no último mês teve mais de 92.000 pageviews (26.800 visitas únicas) as quais são compostas principalmente de Chile, Espanha e Argentina. Por isso existem escaladores buscando o que ler sobre treinamento e artigos em seu próprio idioma.

massificacao-1

Que a escalada esteja massificada não é uma realidade de agora. Já mencionei, inclusive, em outros artigos que reclamar desse assunto é perda de tempo. É necessário aceitá-lo e manter uma educação contínua e “agressiva”, cuidar para que os locais de escalada sejam mantidos assim como a segurança de quem pratica o esporte. Muitos estão alimentando suas famílias vivendo da escalada.

A massificação é um ponto importante para criar novos projetos e profissionalizar tudo o que rodeia a escalada. As marcas e lojas podem confiar em investimentos, apoiando desafios que beneficiem a todos. O IFSC conseguiu que a escalada seja olímpica, agora o próximo passo é inimaginável.

Tradução autorizada: http://www.rocanbolt.com

banner-rocanbolt

Comente agora direto conosco

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.