Qual melhor guia para trilhas: GPS ou Smartphone?

Que fique bem claro para quem está a fim de encontrar o melhor método de navegação para trilhas: Não é bonito, nem motivo de orgulho, passar “perrengue” em uma trilha por conta de imprudências em torno da escolha do equipamento. Qualquer apuro (ou “perrengue” caso goste da palavra) por conta de escolhas ruins pode prejudicar a maneira que a população enxerga toda a comunidade outdoor.

Desde que os smartphones se popularizaram e a disponibilidade de aplicativos para estes aparelhos tornou-se abundante a pergunta é frequente: Tem como utilizar somente meu celular para realizar um trekking?

Esta não é uma pergunta tão rara assim, pois sempre haverá quem se pergunte se também é necessário de mapas ou se o uso de um GPS em uma travessia é realmente necessário.

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Quanto ao mapa a resposta é relativamente fácil de responder: Mapas de papel são muito suscetíveis a derreter com qualquer gota de água que encontrar, por isso deve ser pelo menos plastificado ou estar em um tipo de envelope de papel. Mapas são sempre úteis, desde que sejam completos e não tenham informações irrelevantes.

Evite SEMPRE baixar cartas cartográficas de sites que não sejam oficiais. Alguns sites querem aproveitar da inocência do leitor dando um inútil toque visual com o uso de photoshop e, assim, deixando informações relevantes sumirem em nome da estética. Os sites governamentais são as mais confiáveis fontes de mapas cartográficos.

Assim como os mapas as bússolas são extremamente importantes para qualquer praticante de trekking. As bússolas nunca devem estar ausentes na mochila de qualquer montanhista. Mas vale uma observação básica: se você não sabe utilizar uma bússola, aproveite para aprender alguns dias antes do trekking. Não deixe para aprender imediatamente antes da sua atividade.

GPS ou smartphone?

Se alguém perguntar a você qual é o mais indicado: GPS ou smartphone responde que depende. Pois esta resposta está cada vez mais dependente do avanço tecnológico da telefonia móvel. Nos países europeus o sinal das operadoras de telefonia celular tente a funcionar praticamente em todos os lugares, o que encoraja os usuários de smartphone. Porém nos países sul-americanos a história não é bem assim, pois o alcance doo sinal depende muito da operadora e da região que está. Não há, de fato, uma operadora que receba elogios calorosos de seus clientes pois o alcance da operadora “X” depende da sua força comercial na região a qual a atividade será realizada.

O uso de smartphone depende muito do tipo de aplicativo que se usará. Como dito no início do texto, e nunca é demasiado repetir, faz parte do processo de identificar o mau praticante improvisações a respeito de equipamentos e instruções de locomoção. Por isso não fique utilizando um aplicativo de GPS e de navegação somente porque é gratis sem, pelo menos, investigar o que as pessoas pensam a respeito dele.

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O primeiro aspecto que deve ser avaliado para comparar um smartphone e um aparelho de GPS é a sensibilidade de recepção do eletrônico. No caso do smartphone este tipo de característica muda muito de um fabricante para outro e de qual a “idade” do modelo utilizado.

Modelos mais novos tendem a ter um receptividade de sinal aprimorada do que a geração anterior. Porém o uso contínuo na cidade é que dará uma ideia da capacidade de recepção do seu aparelho.

Normalmente quando se compara um aparelho de smartphone moderno e de última geração com um receptor GPS, o primeiro tende a perder. Mesmo com as melhoras nos aparelhos, a diferença diminuiu indubitavelmente mas ainda está longe de poder ter igualdade de condições do que um GPS.

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Porém para atividades de montanha em nível pré-amador (como em parques urbanos) pode ser bastante útil até mesmo para ajudar a entender como é a navegação utilizando um aparelho de GPS. Mas uma atividade que o sinal é intermitente como, por exemplo, o trekking do Pico dos Marins ou a Travessia da Serra Fina, é imprudente e irresponsável confiar a navegação em um aparelho de smartphone.

Caso a comparação seja na disponibilização de mapas (desde que o aplicativo do smartphone seja de qualidade) há um relativo empate técnico entre o smartphone e o aparelho de GPS. Isso porque graças à internet é possível baixar dados cartográficos, mapas e muitas outras informações com rapidez. Um GPS com acesso à internet possui um potencial incalculável. Mas este empate deve levar em consideração que para baixar um mapa, que deve ser feito anteriormente e não no momento de necessidade, geralmente é feito em ambiente urbano.

O consumo de bateria

Quem acompanha informações de equipamentos novos para atividades outdoor deve ter percebido que há constantemente uma grande oferta de produtos que carregam aparelhos eletrônicos. Há placas voltaicas, fogareiros, turbinas eólicas, etc, que visam auxiliar montanhistas a carregaram seus aparelhos eletrônicos.

Por aparelhos eletrônicos entenda que são GPS, headlamps, smartphones e outros. Isso porque, particularmente os GPS e smartphones, consomem bateria enormemente (muitos por conta da tela grande) e esta debilidade faz com que haja a necessidade de serem carregados constantemente.

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Por isso dependendo da atividade exercida o consumo ou é grande ou é total. Sempre haverá consumo alto da bateria de um aparelho que tiver uma tela maior que o display de um relógio e utiliza processamento de coordenadas geográficas.

Assim como uma pessoa ativa queima muitas calorias o mesmo acontece com um aparelho eletrônico, só que com a sua carga armazenada.

Neste aspecto a vantagem é ampla do GPS, que consegue exercer atividades que exigem conexão prolongada e não exige tanta bateria como acontece com um smartphone.

Usualidade

O uso do smartphone, como se sabe (se não sabe deveria saber) vai muito além de falar pela linha telefônica. E esta versatilidade faz com que ele seja muito útil durante várias situações.

Especialmente quando necessita comunicar-se de alguma maneira. Este tipo de versatilidade um aparelho GPS não possui (ao menos ainda). Mas a capacidade de navegação que um GPS pode fornecer deixa ele como uma forte opção para montanhistas prudentes.

Preço

O ponto mais fraco do ser humano é, se por muito tempo será, o seu bolso. Exclui-se, claro, as pessoas que nasceram em berço de ouro e nunca tiveram problemas com dinheiro. Mas a maioria esmagadora da população mundial ainda analisa bastante a relação custo/benefício de qualquer produto, seja ele outdoor ou não.

Por isso se comparar diretamente o preço de um smartphone com um aparelho de GPS pode estar fazendo uma injustiça com algum deles. Isso porque, para quem usa intensamente redes sociais, aplicativos mobile e necessita estar comunicando-se todo o tempo, obviamente que um smartphone seria a escolha mais sensata.

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Porém estamos analisando o uso em ambiente outdoor no qual ninguém deveria estar preocupado com internet ou redes sociais. Para mostrar-se aquilo que você certamente não é basta procurar os pontos turísticos da sua cidade, não necessita ir a nenhum ambiente que não é urbano.

Portanto a vantagem do smartphone fica por conta da possibilidade de seus aplicativos esportivos e de monitoramento físico o que, obviamente, não existe nos aparelhos de GPS.

Conclusão

Para a realização de trekking simples, no nível pré-amador, e em trilhas muito simples e curtas o smartphone é o mais indicado. Para passeios de bicicleta (que não necessitam pernoite) e em locais litorâneos no estilo “bate/volta” também é viável o uso de smartphone. Isso porque nestes exercícios os aplicativos de monitoramento físico e de desempenho serão muito úteis.

Porém para uma atividade de montanha levada à sério o aparelho de GPS é o mais indicado. Sem dúvida não há margem para que as limitações de um aparelho celular frente a um GPS justifiquem o uso do primeiro. O smartphone nas atividades sérias de montanhismo é encarado como um recurso a ser usado somente em caso de emergência, não para navegação.

There are 9 comments

  1. Klaus Keller

    Celular e tablet oferecem uma boa quantidade de possibilidades de aplicativos de GPS, tem as restrições citadas como bateria e mapas of line etc. Tem outras coisas porem que são um problema com celulares vou listar:
    -Celulares geralmente são mais frágeis um tombo basta, as trilhas são ambientes mais rústicos isso vai acontecer(capinhas fibras nada protege o suficiente)
    -Celulares molham, até o suor é um problema no calor pinga suor na tela e já não dá pra lidar, se chover então não há como lidar definitivamente, e trilhas com chuva é comum.
    -Por fim o pior de tudo é fazer trilha no sol com um celular, não se enxerga nada a tela não foi feita pra se ver no sol, e como ela é basicamente preta esquenta muito ao se expor ao sol aí se precisa ficar procurando sombra pra poder ver alguma coisa e se corre o risco de superaquecer o aparelho porque o uso será intensivo e sobre um sol escaldante e nesse caso você acabará literalmente perdido na trilha.

  2. Thiago Oliveira

    Prefiro usar celular. Tenho um modelo robusto (E & L W5), feito pra trilha. Esse modelo inclusive tem ótima bateria, mesmo usando GPS. Pra carregar, tenho um painel com 4 placas fotovotaicas com uma porta USB capaz de gerar 1,5A no sol de meio-dia (celular carrega em 40min). Alem disso, tenho uma bateria externa e um dínamo, que só uso secundariamente. Mas, para emergências, mantenho uma baliza de emergência portátil (localizador pessoal que não requer pagamento).

  3. Philippe Lobo

    Para navegação, nada substitui o conhecimento do praticante do que podemos chamar de “Navegação propriamente dita”. Conhecer a geografia, compreender o céu, estar atento às mudanças de direção e saber que é preciso tomar decisões reais a partir dos dados que tiver em mãos.
    Uma boa carta plastificada e uma bússola são suficientes para auxiliar a navegação real, que se dá no ambiente real e não no virtual. Pois na realidade, pode aparecer uma fenda, uma queimada, um animal perigoso ou qualquer tipo de obstáculo que nenhum GPS poderia prever e que exigirão uma percepção real do ambiente e a tomada de decisões responsáveis. O Navegador é a pessoa, não um aparelho. Se errou o caminho e se perdeu, a responsabilidade é sua, não do GPS.

  4. Maiko

    Eu uso o Smartphone mesmo, tenho um app chamdo MAPS.ME ele e uma gps normal, porém mostra todas as trilhas, ele e offline, funciona apenas pelo gps do celular..

    Ja fui em varias montanhas aquii no parana e nunca me deixou na mao, sempre mostrou bem o caminho sem erro nenhum… Mostra acampamentos na trilha, bica d`agua etc…
    Sei que pra determinados lugares nao e o mais indicado, mas tem me ajudado e muito…

  5. Erich

    Quando estou no trekking uso um tablet e baixo o mapa e a trilha com antecedência pelo wikiloc e desligo o 3G na trilha, o tablet já tem uma bateria de longa duração e sem o 3G aumenta em muito o tempo de uso sem recarga, deveriam publicar uma matéria como usar o smartphone como GPS e com segurança.

  6. Ricardo

    Acho que o autor precisa conhecer o OruxMaps. Esse aplicativo do post é para adolescentes.

    A única limitação do smart é a bateria. Para travessias de mais de um dia é preciso dimensionar as baterias de acordo com o tempo de curso, o que é um inconveniente. Mas usando o app correto, o smart é superior pelo fato do Android ser um sistema muito mais robusto e versátil que qualquer sistema da Garmin.

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